terça-feira, 13 de novembro de 2012

“SE ALGUMA VEZ HOUVE RAZÕES PARA UMA GREVE GERAL EM ESPANHA, É AGORA"

 

Jornal de Notícias
 
O ex-presidente do governo espanhol, Felipe González, defendeu a realização da greve geral de quarta-feira em Espanha, perante o que disse ser o "desmantelamento do edifício de coesão e direitos sociais que demorou 30 anos a construir". As políticas de austeridade estão na base da greve geral convocada pela Confederação Europeia de Sindicatos.
 
A Confederação Europeia de Sindicatos convocou uma Jornada de Luta Europeia para quarta-feira, 14 de novembro, num protesto contra as medidas de austeridade em vários países da Europa.
 
"Se em algum momento houve razões para protestar e fazer uma greve geral é agora", disse o ex-presidente do Governo espanhol, Felipe González, aos jornalistas, à margem do XVIII Fórum Eurolatinoamericano de Comunicação, que começou em Cádis (Espanha).
 
González recordou que "a maior greve geral e a que teve mais êxito, da democracia" foi feita no período em que ele governava. Ainda que "não goste" das greves gerais e que "nem quem as convoca gosta delas, há motivos suficientes para paralisar o país", defendeu.
 
Entre os motivos disse, estão "o desassossego social, a incerteza e a sensação de que regressamos a décadas atrás".
 
A greve de quarta-feira é a 12ª paralisação geral em Espanha desde 1978, a segunda este ano - depois do protesto de 29 de março - e a quarta desde o início da crise, com duas paralisações nacionais durante o anterior Governo socialista (em 2010 e em 2011).
 
O protesto de quarta-feira é apoiado pelas principais centrais sindicais espanholas que antecipam um êxito elevado no protesto.
 
Cerca de 30 deputados - entre os quais todos da Izquierda Plural, ERC, Amaiur e BNG e a deputada socialista Isabel López y Chamosa - farão greve e não estarão na sessão de quarta-feira no Congresso de Deputados.
 
O PSOE apoia a greve e vai enviar representantes para a manifestação que deverá encerrar a jornada de greve.
 
Estima-se uma redução de 30% nos transportes em Espanha, devido à greve, com mais de 615 voos cancelados pelas principais empresas aéreas que operam no país.
 
Formalmente o protesto começa na noite de hoje quando, cerca das 22.00 horas, começar o turno da noite nas zonas industriais.
 
O Ministério do Interior instruiu já as forças de segurança para que atuem para garantir tanto o direito à greve como o direito ao trabalho.

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