Jornal de Notícias
O ex-presidente do
governo espanhol, Felipe González, defendeu a realização da greve geral de
quarta-feira em Espanha, perante o que disse ser o "desmantelamento do
edifício de coesão e direitos sociais que demorou 30 anos a construir". As
políticas de austeridade estão na base da greve geral convocada pela
Confederação Europeia de Sindicatos.
A Confederação
Europeia de Sindicatos convocou uma Jornada
de Luta Europeia para quarta-feira, 14 de novembro, num protesto contra as
medidas de austeridade em vários países da Europa.
"Se em algum
momento houve razões para protestar e fazer uma greve geral é agora",
disse o ex-presidente do Governo espanhol, Felipe González, aos jornalistas, à
margem do XVIII Fórum Eurolatinoamericano de Comunicação, que começou em Cádis
(Espanha).
González recordou
que "a maior greve geral e a que teve mais êxito, da democracia" foi
feita no período em que ele governava. Ainda que "não goste" das
greves gerais e que "nem quem as convoca gosta delas, há motivos
suficientes para paralisar o país", defendeu.
Entre os motivos
disse, estão "o desassossego social, a incerteza e a sensação de que
regressamos a décadas atrás".
A greve de
quarta-feira é a 12ª paralisação geral em Espanha desde 1978, a segunda este
ano - depois do protesto de 29 de março - e a quarta desde o início da crise,
com duas paralisações nacionais durante o anterior Governo socialista (em 2010
e em 2011).
O protesto de
quarta-feira é apoiado pelas principais centrais sindicais espanholas que
antecipam um êxito elevado no protesto.
Cerca de 30
deputados - entre os quais todos da Izquierda Plural, ERC, Amaiur e BNG e a
deputada socialista Isabel López y Chamosa - farão greve e não estarão na
sessão de quarta-feira no Congresso de Deputados.
O PSOE apoia a
greve e vai enviar representantes para a manifestação que deverá encerrar a
jornada de greve.
Estima-se uma
redução de 30% nos transportes em Espanha, devido à greve, com mais de 615 voos
cancelados pelas principais empresas aéreas que operam no país.
Formalmente o
protesto começa na noite de hoje quando, cerca das 22.00 horas, começar o turno
da noite nas zonas industriais.
O Ministério do
Interior instruiu já as forças de segurança para que atuem para garantir tanto
o direito à greve como o direito ao trabalho.
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