EL – APN - Lusa
Luanda, 28 mai
(Lusa) - A Federação Angolana de Desportos Motorizados (FADM) lamentou em
comunicado os atos de vandalismo e agressões a um piloto português após o
acidente registado domingo numa prova de automobilismo em Benguela, em que
morreram duas pessoas.
O acidente ocorreu
quando o Porsche 911 GT3 pilotado por Luís Almeida entrou numa escapatória onde
não devia estar ninguém e atropelou mortalmente duas crianças e feriu 17
pessoas, algumas com gravidade.
No comunicado,
assinado por Ramiro Barreira, primeiro vice-presidente da FADM, manifesta-se o
"profundo descontentamento" da FADM "pela reação de vandalismo
de certos indivíduos que em face do sucedido destruíram selvaticamente a
viatura e agrediram o piloto".
Lamenta-se ainda
que não tenham sido cumpridas as normas de segurança previamente definidas pela
Comissão Organizadora da prova, que contava para o Campeonato Nacional de
Velocidade e fazia parte das celebrações do 396º aniversário da fundação da
cidade de Benguela litoral sul de Angola.
O comunicado não
identifica o piloto, cuja identidade foi dada à Lusa por fonte policial.
Depois de destacar
que a viatura era conduzida por "um piloto com enorme experiência", o
comunicado esclarece que o Porsche se despistou devido a uma falha de travões,
tendo entrado numa escapatória onde não era permitida a permanência de pessoas.
"Ao não terem
sido cumpridas as normas de segurança previamente definidas pela Comissão
Organizadora, a viatura entrou na zona de escapatória onde não deveria estar
nenhum espetador. Como consequência do não acatamento das normas de segurança,
temos a lamentar a morte de 2 pessoas e cerca de 17 feridos, alguns com
ferimentos ligeiros que já tiveram alta, e ferimentos do piloto",
acrescenta o comunicado.
Na sequência do
violento embate, os populares presentes agrediram Luís Almeida e destruíram a
viatura, e só não consumaram o incêndio do que restava do Porsche, com o piloto
metido à força no seu interior, porque agentes da Polícia Nacional que se
encontravam no local o impediram.
Segundo a FADM,
mais de 200 mil pessoas assistiram à prova.
As duas vítimas
mortais foram hoje a enterrar, tendo o Governo Provincial de Benguela criado
uma comissão de apoio às vítimas.
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