A Marinha de Guerra
angolana continua a efetuar buscas para tentar encontrar o navio-tanque Kerala,
presumivelmente sequestrado por piratas marítimos, disse hoje à Lusa o
porta-voz da instituição.
Segundo o capitão
Augusto Alfredo, as buscas estão em curso, mas não pode confirmar se se tratou
efetivamente de um sequestro perpetrado por piratas.
"Estamos a
compilar toda a informação disponível", disse aquele militar à Lusa.
O Kerala, com
pavilhão liberiano e propriedade da empresa grega Dynacom Tankers, foi fretado
pela petrolífera angolana Sonangol, que em comunicado envida hoje à Lusa
confirmou o desaparecimento do navio-tanque.
Nesse comunicado, a
Sonangol acrescenta que desde o passado dia 19 perdeu o contacto com o Kerala.
"Seguiam a
bordo 27 tripulantes de nacionalidades indiana e filipina e por altura do
último contacto encontrava-se fundeado ao largo da costa de Luanda", lê-se
no comunicado.
A Sonangol adianta
terem sido já "acionadas as autoridades competentes e os mecanismos
técnicos convencionais no sentido de se localizar o navio e identificar as
causas da ocorrência".
Segundo a página na
Internet da DynaCom Tankers, a situação continua igual à de há dois dias,
quando foi divulgada a suspeita de que o navio-tanque teria sido sequestrado
por piratas marítimos.
A última
comunicação a partir do Kerala foi feita pouco depois da 01:30 do passado dia
18, ao largo de Luanda, refere a DynaCom Tankers.
"Suspeita-se
que os piratas tomaram o controle da embarcação, mas mesmo esta informação
ainda não está confirmada. Desde então, adotámos medidas imediatas e estamos a
trabalhar em conjunto com as autoridades/agências para estabelecer a
comunicação com o navio. A Dynacom está comprometida com a segurança da
tripulação, do ambiente e da embarcação", lê-se no comunicado publicado na
sua página na Internet.
Noutro sítio da
Internet, ligado ao transporte marítimo de combustíveis, a TankerOperator,
noticia-se hoje que em maio de 2012 a DynaCom Tanker pagou um resgate a piratas
somalis para a libertação do seu navio Smyrni.
Segundo a Dryad
Maritime, uma agência de inteligência marítima baseada no Reino Unido, é
possível que o Kerala tenha sido sequestrado por piratas.
A confirmar-se essa
possibilidade, a Dryad Maritime considera que o desaparecimento do navio-tanque
pode representar um "aumento significativo (em termos de área) da
pirataria marítima a partir do Golfo da Guiné, envolvendo provavelmente grupos
criminosos nigerianos".
Noutro sítio da
Internet ligado à navegação marítima, o MarineLink.Com, salienta-se que a perda
de comunicações com o Kerala se verificou após uma série de alertas lançados
pela Dryad Maritime aos seus clientes sobre a presença de uma embarcação
suspeita a navegar ao largo da costa de Angola.
Lusa, em Notícias
ao Minuto
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