quarta-feira, 19 de março de 2014

Portugal: BERLIM, SEGURO E PASSOS, DO COCÓ MOLE AO COCÓ DURO



Mário Motta, Lisboa

Por vezes acontece e até é gostoso ironizar. Com brevidade arrisco fazer preâmbulo de um artigo de opinião de Eduardo Oliveira Silva, do jornal i – que podem ler a seguir. Ao ler Eduardo cheirou-me a cocó. Não pela escrita e a sua opinião (tantas vezes aqui compilada no PG devido à sua boa qualidade) mas sim pelos atores que dão corpo à existência do artigo. Tudo à volta de Merkel, António José Seguro (PS) e Passos Coelho (PSD). A ida a Berlim do vassalo Passos à baronesa da poia alemã que dita quereres na União Europeia. Ela e só ela. 

Diz Oliveira Silva que “Merkel deu sinais de que não vê grande diferença entre Passos e Seguro”. Um, o cocó mole, Seguro. Outro, Passos, o cocó duro, de que nos fala um conhecido ritmo rap em vídeo. É evidente que cheira mesmo a cocó. Mole ou duro o cheiro a trampa é inconfundível. É caso para perguntar “quem é que se cagou”, como no rap. Foram eles, sobre os portugueses. Assim acontecerá enquanto continuarem a votar nestes falsários e medíocres que ascendem aos poderes da nação sem aptidões adequadas para governar Portugal e os portugueses servindo-os e não servindo-se, a si, e às famílias políticas do chamado “arco da governação” – sempre em conluio com a alta finança nacional e internacional.

Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar (Fanhais). Um e outro, Seguro e Passos,  sem diferenças. Iguais. Filhos da mesma fornada de jovens parasitários das juventudes partidárias que lhes tornaram a vida fácil. Cedo, praticamente imberbes, aprenderam que no encosto ao partido tinham o futuro garantido. Para mais em partidos políticos corroídos e estrumados com negociatas, corrupções, confusões, conluios com os da alta finança e outras trafulhices. E eis que aquelas formações jovens produziram - e produzem - cocós (ao estilo da Mocidade Portuguesa salazarista). Um, aparentemente gelatinoso e por isso mole, outro duro, empedernido pelas vontades de regresso ao passado, onde os pobres têm de empobrecer ainda mais e voltar à miséria dos tempos salazaristas. Para completar tal ação ninguém melhor que o apaniguado carunchoso mas muito ativo Cavaco Silva, eleito presidente da república e cúmplice da miserabilização de Portugal e dos portugueses. Um trio que exala a cocó e onde se foi juntar Paulo Portas, do CDS-PP.

O resto é o que se sabe pelo que padecemos quotidianamente. Tão certo quanto eles, a quadriga, tresandarem a cocó. Como bem é dito no rap: “cheiras a cocó". Pior de tudo é que os cocós não saem… dos poderes.

Memorize-se: Afinal Seguro e Passos encontraram consenso no encontro a dois, antes de Passos ir vassalar Merkel. Seguro disse que não aos portugueses e até considerou existir "divergência insanável", mas Passos disse a Merkel que sim. E Merkel afirmou que sim. Seguro diz uma coisa mas faz outra. Tal qual Passos para ser eleito há anos atrás. Tal qual outros vigaristas que têm ascendido aos poderes eleitos com base em mentiras. Veja-se a opinião no i.

NOTA POSITIVA EM BERLIM

Eduardo Oliveira Silva – Jornal i

Merkel deu sinais de que não vê grande diferença entre Passos e Seguro

Uma coisa parece certa: Angela Merkel confia no governo de Passos Coelho e não desconfia de António José Seguro e do Partido Socialista.

Eventuais dúvidas foram desfeitas ontem, depois do almoço que a chanceler alemã teve com o primeiro-ministro português, altura em que optou por recordar que o governo e a maioria da oposição têm como meta comum o cumprimento do pacto orçamental, havendo divergências pontuais quanto à metodologia a seguir para alcançar essa finalidade. Mais coisa menos coisa, foi isto que disse a líder alemã que, ainda por cima, governa o país mais poderoso da Europa, à frente de uma coligação que junta os equivalentes ao PSD, CDS e PS, tendo, portanto, pontos de contacto de excelência com todos os líderes portugueses do chamado arco governativo.

No plano formal e da projecção externa estamos, portanto, completamente conformados e confortáveis, porque todo o enquadramento está decidido e sobram, quando muito, questões de metodologia, às quais, de resto, Merkel aludiu.

Internamente, a conversa tem de ser diferente e António José Seguro tem forçosamente e bem de radicalizar o seu discurso e acentuar as divergências, assegurando que elas são insanáveis, sobretudo com eleições europeias à vista.

Não se nega que há diferenças entre Seguro e Passos e que elas podem ter uma pequena expressão no quotidiano dos portugueses, pois, dentro de certos limites, poderá haver espaço para executar uma política mais virada para o crescimento, como preconiza o líder do PS, ou uma outra de radical controlo da despesa, através do corte no investimento do Estado, nas pensões, nos salários e nas despesas sociais, como tem feito o governo.

Seja como for, para Merkel, a questão não parece substancial. Optou por dar sinais positivos relativamente à actual situação – como, de resto, fazia já com Sócrates, a quem carinhosamente até chamava José –, acentuando que estamos no bom caminho.

O elogio da líder alemã foi feito um pouco ao jeito daquela expressão popular que diz que “de gato a cão, poucas léguas vão”, quando referiu que existia entre governo e oposição socialista uma convergência relativamente às políticas fiscais, dirigindo também louvores à Espanha, à Itália e à Irlanda e deixando de fora os desgraçados dos gregos.

É uma opinião tão generalista que, evidentemente, reforça a convicção de que a Alemanha e a Europa estão absolutamente decididas a que as coisas corram bem aos países em dificuldade, quaisquer que sejam as circunstâncias internas de cada um.

É um recado forte que remete para assuntos de mero pormenor a querela interna sobre a forma como vamos sair do programa de ajustamento.


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