quinta-feira, 17 de abril de 2014

Bissau: Direcção do PAIGC reúne-se a partir de sexta para discutir formação do governo




Bissau - Os órgãos directivos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) vão reunir-se a partir de sexta-feira para discutir a formação do próximo governo guineense, anunciou nesta quinta-feira o presidente do partido

"Dessas reuniões devem sair indicações muito claras daquilo que deverá ser o comportamento do presidente do partido no processo de auscultação de todas as sensibilidades da sociedade guineense" para constituição do próximo governo, referiu Domingos Simões Pereira.  
     
O PAIGC venceu as eleições legislativas de domingo na Guiné-Bissau com maioria absoluta, ocupando 55 dos 102 lugares da Assembleia Nacional Popular, quando ainda faltam apurar dois lugares pela diáspora.  
     
No mesmo dia, o país votou para as eleições presidenciais e o candidato do PAIGC, José Mário Vaz, foi o mais votado, mas ficou abaixo dos 50% necessários para assumir o cargo, sendo necessária uma segunda volta a 18 de Maio com o candidato independente Nuno Nabian.  
     
Domingos Simões Pereira, que será indicado pelo partido para o cargo de primeiro-ministro, e José Mário Vaz reagiram hoje aos resultados em conferência de imprensa na sede nacional, repleta de apoiantes em ambiente de festa.
     
O líder do PAIGC desvalorizou o facto de a sua bancada ter perdido deputados (tinha 67 eleitos) e realçou que "a democracia não se constrói exclusivamente com maiorias qualificadas".  
     
"Iremos demonstrar capacidade em produzir os consensos necessários para as reformas estruturantes que a sociedade guineense requer", destacou.  
     
Além do crioulo, Domingos Simões Pereira fez questão de falar em português na sede do partido e frisou-o quando questionado por um jornalista estrangeiro, ao qual deu aquela indicação em inglês oferecendo-se para traduzir a partir do português no final.  
     
O candidato presidencial José Mário Vaz (conhecido como Jomav) quer ser garante de estabilidade do novo governo e desvalorizou hoje o facto de não vencer à primeira volta, mostrando-se até incrédulo com tantos votos conquistados (252.269).  
    
Pediu ainda "mais confiança" para reforçar a votação na segunda volta e rejeitou qualquer atrito com as forças armadas guineenses, cujas interferências com a política têm levado a sucessivos golpes de estado ao longo dos anos.
     
"Diz-se que os militares são contra nós se chegarmos à presidência. Mas o que nós dizemos é que os militares são nossos irmãos, amigos e familiares", sublinhou, confiante em que ninguém vai atacar os candidatos do PAIGC e prometendo lutar por entendimentos se chegar à presidência.

Angop

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