Lisboa,
06 ago (Lusa)- Um novo relatório da ONU a ser lançado em outubro refere que os
Estados-membros da CPLP com graves crises alimentares deram "passos
significativos" na redução da fome no último ano, disse à Lusa o
representante da FAO em Portugal.
De
acordo com o representante da agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura
(FAO) em Lisboa e junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
Hélder Muteia, o documento que vai ser brevemente publicado assinala
"evolução em quase todos os países da CPLP que tinham grandes crises
alimentares".
"O
que nós notamos é que há um grande esforço dos países na redução de número de
pessoas que passam fome e todos os países da CPLP conseguiram dar passos
significativos", assegurou terça-feira o responsável, em declarações à
Lusa, à margem de um encontro entre o candidato da Frelimo às eleições e a
comunidade moçambicana em Lisboa.
Dados
da FAO indicam que cerca de 28 milhões de cidadãos residentes no espaço da CPLP
na CPLP passam fome, pelo que, segundo o responsável, a agência da ONU pretende
"acelerar mais o passo" no sentido de inverter o cenário.
"O
número com que nos devemos comprometer é zero. Nós queremos e temos iniciativas
no sentido de acelerar este processo. Naturalmente que há responsabilidade para
cada família, comunidade, país e também compromissos internacionais no sentido
de melhorar a cooperação e iniciativas de colaboração sul-sul para que possamos
dar passos mais largos e mais significativos", afirmou à Lusa Hélder
Muteia.
Na
recente Cimeira de Díli, os chefes de Estado e de Governo da CPLP aprovaram uma
resolução sobre a continuidade, até 2025, do tema segurança alimentar e
nutricional na Agenda da CPLP, na qual reafirmam o seu compromisso com o
reforço do direito humano à alimentação adequada nas políticas nacionais e
comunitária.
Para
reverter o quadro da fome no espaço lusófono, a FAO está a levar a cabo várias
iniciativas, nomeadamente o incentivo à prática da agricultura urbana, tendo em
conta que "o grande ritmo de urbanização de pessoas que não têm outras
formas de subsistência", disse Hélder Muteia.
"A
agricultura urbana é uma alternativa para estas pessoas que vivem nas cidades e
que ao longo da sua vida só fizeram a agricultura, pelo que a poderão praticar
no meio urbano sem prejudicar o ambiente e a sustentabilidade social e a
convivência entre as pessoas", afirmou.
MMT
// EL - Lusa
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