O
MpD considera grave e inadmissível que o Banco de Cabo Verde (BCV) continue sem
governador 84 dias após a saída de Carlos Burgo. Para o partido ventoinha, este
impasse está a perturbar o sistema financeiro cabo-verdiano porque a nomeação
do novo administrador ainda não foi publicada no Boletim Oficial, constatou o
líder do partido, Fernando Elísio Freire, numa declaração política feita esta
terça-feira, 28, na Assembleia Nacional. A UCID também vai na mesma linha e
reitera que o Governo descurou esta matéria que é séria e importante. Já
Felisberto Vieira, líder do PAICV, esclarece que o processo não é duvidoso e
que o executivo está a trabalhar para dotar o BCV de uma administração capaz e
competente para assegurar toda a função que consta da sua orgânica.
"Faz
hoje 84 dias que o BCV está sem governador nomeado e com legitimidade, e sem
conselho fiscal. Permanece com um governador substituto, cujo mandato terminou
há muito tempo. Esta situação é inaceitável e inadmissível num país que
respeita as instituições. O marasmo institucional tomou conta do BCV",
afiançou Freire, para quem este vazio perturba o normal funcionamento do
sistema financeiro, e mostra que o Governo quer controlar o banco central.
Na
mesma linha, a UCID afirma que o Governo descurou deste processo que é sério e importante,
mas apela ao executivo de José Maria Neves a resolver o problema o mais breve
possível. " Está-se a brincar com coisas sérias neste país. Não é
admissível que uma instituição com tamanha envergadura e responsabilidade como
o Banco de Cabo Verde possa estar sem o seu titular já há mais dois
meses", declarou António Monteiro que pediu celeridade no processo.
"Peço
que se resolva esta situação e que se encontre a pessoa certa, com moral e
idoneidade para que o banco tenha um governador à altura. E que essa pessoa não
vá servir os interesses do partido ou do Governo, mas defender os interesses da
política monetária e de Cabo Verde".
Mas
o líder parlamentar do PAICV Felisberto Vieira garante que não há vazio
institucional e que o executivo está a trabalhar para que a instituição possa
ter todos os órgãos previstos na lei. Assegura ainda que o BCV é autónoma.
"O quadro de relacionamento institucional entre o BCV e o Governo respeita
o estrito e escrupuloso princípio de autonomia e independência. Está-se numa
fase de nomeação e de preparar para instalar os novos órgãos. Estamos a
trabalhar com sentido de Estado e de responsabilidade para dotar o banco de uma
administração capaz e competente para assegurar a função fundamental que consta
do seu estatuado orgânico, remata.
A
Semana (cv)
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