sexta-feira, 3 de outubro de 2014

CHINA ACENA COM DIÁLOGO EM HONG KONG VATICINANDO FRACASSO DOS PROTESTOS




Registados confrontos entre partidários e oponentes dos protestos

03 de Outubro de 2014, 17:23

Hong Kong, China, 03 out (Lusa) -- Manifestantes pró-democracia na China e grupos que se opõem aos protestos envolveram-se hoje em confrontos em duas zonas comerciais movimentadas de Hong Kong.

Escaramuças foram registadas em Causeway Bay e em Mong Kok depois de grupos que se opõem às manifestações terem tentado desmontar barricadas, contestando os massivos protestos que têm paralisado, nos últimos dias, várias zonas da antiga colónia britânica.

DM // ARA

Chefe do executivo aceita dialogar com líderes estudantis

03 de Outubro de 2014, 01:47

Hong Kong, 02 out (Lusa) -- O chefe do executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, afirmou hoje que aceita dialogar com os dirigentes estudantis que lideram as manifestações pró-democracia, rejeitando, no entanto, renunciar ao cargo.

"Não vou renunciar porque tenho de continuar com o trabalho para as eleições", afirmou Leung Chun-ying, numa conferência de imprensa.

"Vou nomear a secretária-chefe [Carrie Lam, o 'número dois' na hierarquia do Executivo regional] em representação do governo de Hong Kong para se reunir com os representantes da Federação de Estudantes de Hong Kong e discutir o desenvolvimento de assuntos constitucionais", referiu.

"O governo de Hong Kong está sempre disponível para discutir reformas [políticas]", acrescentou.

A intervenção de Leung Chun-ying, qualificado pelos manifestantes como um defensor dos interesses de Pequim, ocorreu momentos antes do fim do ultimato dos ativistas pró-democracia às autoridades da Região Administrativa Especial chinesa.

Os dirigentes estudantis que lideram as manifestações pró-democracia, que ocupam áreas do centro de Hong kong desde o fim-de-semana, exigiram a renúncia de Leung Chun-ying até à meia-noite de hoje (17:00 horas em Lisboa), ameaçando intensificar as ações de protesto e invadir edifícios governamentais caso isso não aconteça.

O governo e a polícia têm advertido os manifestantes contra qualquer escalada dos acontecimentos.

Durante o dia de hoje, a polícia reforçou as provisões de gás lacrimogéneo e de balas de borracha, o que fez aumentar os temores de uma conclusão violenta para a mais grave crise política nesta antiga colónia britânica desde que regressou à soberania chinesa em julho de 1997.

Os manifestantes pró-democracia contestam uma decisão de Pequim que limita o sufrágio universal naquele território.

A China prometeu a Hong Kong que o chefe do Executivo local a eleger em 2017 poderia ser escolhido livremente pela população.

No entanto, a 31 de agosto, Pequim determinou que os candidatos ao cargo têm de reunir mais de metade dos votos de um comité de nomeação.

Uma coligação de grupos pró-democracia -- liderada pelo movimento 'Occupy Central' -- considerou o plano de Pequim uma "falsa democracia" e avançou com uma série de ações de protesto.

SCA // JMR

Estudantes contestatários aceitam discutir reivindicações com governo

03 de Outubro de 2014, 05:51

Hong Kong, China, 02 out (Lusa) -- Os líderes dos estudantes contestatários, representantes da maioria dos manifestantes em Hong Kong, anunciaram hoje que aceitam discutir as suas reivindicações com o governo do território, mas mantêm a exigência de demissão do chefe do executivo local.

"A Federação dos Estudantes de Hong Kong vai ter um encontro público com a secretária-chefe da Administração, Carrie Lam", declarou o grupo, em comunicado.

Este texto foi divulgado depois da oferta de diálogo feita na quinta-feira pelo chefe do executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, sobre o qual a federação estudantil estima que "a demissão é apenas uma questão de tempo".

RN // JPS

Estudantes dormem mais uma noite nas ruas em defesa do sufrágio universal

03 de Outubro de 2014, 05:53

Hong Kong, China, 02 out (Lusa) - Estudantes de Hong Kong vão passar mais uma noite na rua, numa nova jornada de luta pelo sufrágio universal e democracia plena e na expectativa de terem uma reunião com a número dois do governo "o mais breve possível".

Os dirigentes estudantis que lideram as manifestações pró-democracia, que ocupam áreas do centro de Hong kong desde o fim de semana, exigiram a renúncia de Leung Chun-ying até à meia-noite de hoje (17:00 horas em Lisboa), ameaçando intensificar as ações de protesto e invadir edifícios governamentais caso isso não acontecesse.

Hoje, em conferência de imprensa realizada antes do fim do ultimato, Leung Chun-ying, também conhecido por CY Leung, recusou-se a renunciar ao cargo e afirmou que vai "nomear a secretária-chefe [Carrie Lam, o 'número dois' na hierarquia do Executivo regional] para se reunir com os líderes dos estudantes.

CY Leung não especificou, porém, a data, local ou condições da realização da reunião, o que criou momentos de tensão, sobretudo num dos acessos viários ao edifício do gabinete do chefe do executivo que continua aberto ao trânsito.

Entre a meia noite e as 01:30 (17:00 e as 18:30) grupos de estudantes fizeram várias intervenções para bloquear e ocupar a estrada, mas foram prontamente dissuadidos por outros pares, que instaram os mais exaltados a manterem a calma.

Enquanto isso, agentes faziam a guarda do edifício, indiferentes ao trânsito, que era orientado pelos estudantes, até que foi formado um cordão humano para impedir novos bloqueios à circulação automóvel.

Durante o dia de hoje, a polícia reforçou as provisões de gás lacrimogéneo e de balas de borracha, o que fez aumentar os temores de uma conclusão violenta para a mais grave crise política nesta antiga colónia britânica desde que regressou à soberania chinesa em julho de 1997.

Os manifestantes, que reclamam o sufrágio universal e a democracia plena, ocupam há cinco dias as zonas entre Admiralty e Central, bloqueando estradas e cruzamentos.

Dirigentes do governo têm pedido a desmobilização do movimento promovido pelos jovens (Federação dos Estudantes e movimento Scholarism) e dirigentes do movimento 'Occupy Central'.

"Durante todo este tempo, o governo e a polícia fizeram prova da maior tolerância ao deixarem (os manifestantes) reunirem-se para expressar as suas reivindicações e preocupações", disse CY Leung.

"Em qualquer parte do mundo, se os manifestantes ocupassem os edifícios governamentais, o problema e o resultado seriam bem mais dramáticos", acrescentou.

No domingo, agentes antimotim recorreram ao gás lacrimogéneo e gás pimenta numa ação para dispersar os estudantes, e as imagens dos jovens em fuga chocaram a opinião pública de Hong Kong e da comunidade internacional.

O governo e a polícia têm advertido os manifestantes contra qualquer escalada das ações.

Esta noite, pouco antes da meia-noite, os vice-reitores da Universidade Chinesa e da Universidade de Hong Kong, Joseph Sung e Peter Mathieson, acolheram bem a proposta do governo para um diálogo com os manifestantes estudantis, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong.

Os dois manifestantes visitaram os estudantes na entrada bloqueada no exterior do Gabinete do chefe do executivo e apelaram à calma. Após o anúncio da reunião entre o governo e os alunos, Mathieson disse que não há evidências de um progresso real em ambas as partes.

O boicote às aulas iniciado pelos estudantes a 22 de setembro tinha a duração prevista de uma semana, mas quase 15 dias mais tarde parece instalado um impasse.

A China frustrou, no mês passado, as esperanças de que um democracia plena na antiga colónia britânica ao ter anunciado que o futuro chefe do Executivo de Hong Kong será eleito por sufrágio universal a partir de 2017, mas apenas depois da seleção de dois ou três candidatos para se apresentarem ao escrutínio.

FV (DM/SCA) // JPS

Jornal do PC chinês diz que protestos estão "condenados ao fracasso"

03 de Outubro de 2014, 13:18

Pequim, 03 out (Lusa) -- Um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) adverte hoje que as autoridades não vão fazer concessões aos manifestantes pró-democracia em Hong Kong, insistindo que a sua causa está "condenada ao fracasso".

Os estudantes, cujos protestos pacíficos têm paralisado várias zonas da antiga colónia britânica, concordaram sentar-se à mesa com o Governo enquanto prometem continuar a 'ocupar' a cidade, cujo líder, CY Leung, sob fogo, recusa demitir-se.

As reivindicações dos manifestantes por eleições sem restrições ou condições "não são nem legais nem razoáveis", lê-se em mais um editorial sobre Hong Kong publicado na primeira página do Diário do Povo, jornal do órgão central do PCC.

"Fazer cumprir a decisão do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular é uma decisão necessária e a única decisão possível", escreve o jornal, sustentando que os protestos estão "contra princípios legais e condenados ao fracasso".

Milhares de manifestantes, na sua maioria jovens estudantes, 'fecharam' áreas centrais da Região Administrativa Especial chinesa com massivos 'sit-ins' que duram há vários dias e fizeram um ultimato a Leung Chun-ying (mais conhecido por CY Leung), advertindo-o que caso não renunciasse ao cargo de chefe do Executivo até quinta-feira iriam ocupar edifícios governamentais.

Pouco antes do prazo acabar, ou seja, antes da meia-noite, com o seu gabinete cercado por milhares de manifestantes sob um clima de tensão, CY Leung apareceu para dizer que não se irá demitir, mas, ao contrário do que fez há dias, manifestou-se disponível para dialogar com um dos líderes estudantis na tentativa de acabar com o impasse que se vive na antiga colónia britânica.

O chefe do Executivo indicou que irá designar a 'número dois' do Governo, a secretária-chefe, Carrie Lam, para liderar as conversações com a Federação de Estudantes, um dos vários grupos por detrás das manifestações que tomaram o centro financeiro asiático.

Em comunicado divulgado hoje, a Federação de Estudantes indica que vai reunir-se com Carrie Lam, mas renovou os apelos para a demissão de CY Leung, prometendo dar continuidade às suas atividades de ocupação enquanto as suas reivindicações não forem atendidas.

DM/FV // DM

UE apela à contenção e a trabalho conjunto para "solução construtiva"

03 de Outubro de 2014, 18:31

Hong Kong, China, 03 out (Lusa) -- A União Europeia divulgou hoje um comunicado apelando à contenção de ambas as partes e instando a que trabalhem juntas para uma "solução construtiva".

"Estamos preocupados com os acontecimentos em Hong Kong e a acompanhar de perto os desenvolvimentos. À luz das manifestações em curso, nós apreciamos a contenção demonstrada por ambas as partes", refere o porta-voz da Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Catherine Ashton, numa nota enviada hoje pela delegação do bloco em Hong Kong e Macau.

"Instamos todas as partes a continuarem a exercitar esta contenção", diz o comunicado, em que se acrescenta: "Nós encorajamos todas as partes a trabalharem num espírito de compromisso por uma solução construtiva no quadro da Lei Básica [miniconstituição] e do princípio 'Um País, dois sistemas' rumo a um sistema eleitoral justo que permita um elevado grau de participação política às pessoas de Hong Kong".

A declaração surge numa altura em que os estudantes, cujos pacíficos protestos têm tomado conta da Região Administrativa Especial chinesa, concordaram sentar-se à mesa do diálogo com o Governo, enquanto prometem continuar com a sua ação.

Os milhares de manifestantes, na sua maioria jovens estudantes, exigem o recuo do governo de Pequim que limitou a votação do futuro chefe de Governo, em 2017, aos nomes escolhidos por uma comissão eleitoral, contrariando as promessas anteriormente feitas de sufrágio universal.

DM/FV // PJA

PM chinês realiza visita à Europa na próxima semana

03 de Outubro de 2014, 17:44

Pequim, 03 out (Lusa) -- O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, inicia na próxima quinta-feira, dia 09 de outubro, uma visita à Europa, que contempla Alemanha, Rússia e Itália, foi hoje anunciado.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, revelou hoje que Li Keqiang também vai participar na cimeira da ASEM, o principal fórum informal de contacto entre a Ásia e a Europa, em Milão, a 16 e 17, a convite do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, e do presidente da Comissão Europeia ainda em funções, José Manuel Durão Barroso.

A Alemanha vai tornar-se assim o único país que Li Keqiang visita pela segunda vez desde que assumiu a chefia do Governo chinês em março de 2013.

Na véspera do Dia Mundial da Fome, dia 15, o primeiro-ministro chinês desloca-se à sede da FAO, em Roma, a convite do diretor-geral da Organização para a Agricultura e Alimentação, José Graziano da Silva.

DM // ARA

*Título PG

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