domingo, 19 de outubro de 2014

China: DEPUTADOS QUEREM EVITAR UM “OCCUPY” EM MACAU




Dominic Sio e Zheng Anting consideram que Macau deve cumprir a Lei Básica rigorosamente e apostar no ensino do patriotismo aos jovens

Sandra Lobo Pimentel – Ponto Final

Os deputados Dominic Sio e Zheng Anting usaram ontem o período de intervenções antes da ordem do dia na primeira reunião plenária da nova sessão legislativa para falarem sobre o movimento “Occupy Central”, defendendo para Macau o cumprimento da Lei Básica.

A primeira intervenção coube a Dominic Sio, nomeado, que enfatizou a importância de “respeitar o poder do Governo Central sobre Macau”, porque, “só assim é que se contribuirá para a prosperidade e a estabilidade permanentes de Macau”. O deputado acredita que quando o cumprimento da Lei Básica esteja “consciencializado na sociedade, estarão consolidadas as bases para a formação do amor à pátria”.

Sobre os acontecimentos em Hong Kong, considera que o movimento é ilegal e que tem sido “um meio usado por manifestantes para lutar pela democracia através do impacto na ordem social normal, da paralisia do trânsito e da perturbação da vida dos restantes residentes”, o que está a “prejudicar gravemente” a região vizinha em vários aspectos.

Também sobre o impacto do movimento, Zheng Anting afirmou que o turismo, o comércio e o mercado financeiro foram “gravemente abalados” pelos acontecimentos, citando académicos da RAEHK que estimam prejuízos económicos na ordem dos 380 mil milhões de dólares de Hong Kong.

O deputado, eleito por sufrágio universal na lista encabeçada por Mak Soi Kun, defendeu ontem que o “Occupy Central” fez com que Macau “ficasse a perceber que não se pode precipitar no alcançar da democracia” e que “o primado da lei é precisamente o valor nuclear que o Governo tem de defender”.

“Quem pretende atingir ‘à força’ algum objectivo ‘pré-delineado’, só vai levar a sociedade à anarquia”, disse Zheng Anting, que questiona se, nessa altura, a democracia terá algum significado.

O deputado solicita então ao Executivo local que “cumpra rigorosamente a lei de defesa e segurança do Estado, que promova o patriotismo nas escolas e previna a infiltração de forças do exterior”, isto, para “evitar” que alguém “financie actividades para provocar a desordem em Macau”.

Também Dominic Sio considera que “os jovens perderam, de um modo geral, os seus objectivos de vida”, e por vivermos “na era da Internet”, “emergem conceitos menos abrangentes e pensamentos irracionais, o que leva à desconfiança no Governo e à insatisfação para com a sociedade”. Por isso, sugere que os jovens conheçam “os valores tradicionais da moral e respeito pela lei”.

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