Francisco
Castelo Branco - jornal i
David
Cameron, primeiro-ministro britânico, insistiu que o Reino Unido e a própria
União Europeia devem ter uma nova política de imigração
O
primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou ontem que "o Reino
Unido não está preparado para permanecer na União Europeia de qualquer
forma" e que "Bruxelas tem de ouvir as preocupações dos britânicos em
relação à imigração". No discurso realizado numa conferência organizada
pela Confederação da Indústria Britânica (CBI), que contou com a presença de
Nick Clegg e Ed Miliband, o chefe de governo acrescentou que "o país só
vai conseguir vencer os desafios do futuro caso tenha uma economia forte".
David Cameron rejeitou as críticas que associam a realização do referendo sobre
a manutenção do Reino Unido na União Europeia a uma provável queda da economia
devido ao forte investimento que se tem feito nos últimos anos.
O
tema que tem causado maior atenção por parte do executivo é a imigração que
chega dos países europeus para o território britânico. David Cameron entende
que a solução para resolver o problema passa por "haver um controlo
adequado da imigração", tendo adiantado que "é preciso fazer mais
dentro e fora do espaço europeu".
A
imigração e a economia são as duas grandes preocupações do povo britânico
quando faltam poucos meses para o início da campanha eleitoral para as
legislativas de 2015. Na opinião do professor de Ciência Política da
Universidade do Exeter Richard Toye, a questão "tornou-se um enorme
problema político que vai ser aproveitado pelo UKIP durante a campanha
eleitoral". No entanto, o docente britânico garante que a população
"está mais centrada nos resultados económicos, embora esteja atenta ao
desenrolar dos fluxos migratórios que chegam ao Reino Unido". Por tudo
isto, Richard Toye considera que o discurso de David Cameron é
"eleitoralista e previsível".
Na
conferência também participaram o vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, e o líder
do Partido Trabalhista, Ed Miliband. Nick Clegg pediu às pessoas que se
concentrem mais nos benefícios inerentes ao facto de o Reino Unido ser membro
da União Europeia. O líder dos Liberais-Democratas considera que o Reino Unido
sempre foi "uma sociedade aberta e que não haverá futuro caso os
britânicos voltem as costas ao mundo". Por seu lado, Ed Miliband acusou o
primeiro-ministro de fazer promessas sobre os temas políticos mais discutidos.
O líder dos trabalhistas aproveitou para dizer que "se acharmos que a
verdadeiro resposta é sair da União Europeia, isso aproxima-nos mais da
saída", tendo garantido que a actual atitude do executivo em relação à
Europa põe em risco o investimento estrangeiro em todo o território britânico.
Por fim, Miliband avisou que a recuperação económica foi feita sem alegria.
O
presidente da Confederação da Indústria Britânica, Mike Rake, teve um discurso
semelhante aos principais líderes partidários britânicos. O dirigente afirmou
que "não estamos perante uma situação em que temos de escolher um
trabalhador vindo do exterior ou um cidadão britânico".
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