Sílvia
Caneco – jornal i
Ex-presidente
do BESA confirmou que a empresa do Universo Espírito Santo não chegou a ser
vendida.
Álvaro
Sobrinho, antigo presidente do BES Angola (BESA), admitiu conhecer o processo
de venda da Escom, a empresa do Universo Espírito Santo que era detida a 67%
pelo GES (Grupo Espírito Santo), estando o restante capital (33%) nas mãos de
Helder Bataglia. E admitiu também que a sociedade, que esteve para ser vendida
à Sonangol em 2010, não chegou a ser vendida nem à Sonangol nem a qualquer
outra entidade. "É público que [a Escom] não foi vendida."
Em
resposta às perguntas da deputada do CDS-PP, Cecília Meireles, Álvaro Sobrinho
confirmou ainda que foi pago ao GES um sinal de 85 milhões de dólares pelo
negócio, mas disse não saber qual foi o seu destino. "Confirmo. Quem
recebeu foi a Espírito Santo Resources, o destino não sei", afirmou o
gestor perante os deputados na Comissão Parlamentar de Inquérito à Gestão do
BES/GES.
Recorde-se
que Ricardo Salgado foi constituído arguido no processo que investiga o rasto
dos 85 milhões de dólares (68 milhões de euros) pagos de sinal ao Grupo
Espírito Santo no negócio da venda da Escom. A revelação foi feita pelo
ex-líder do BES no momento em que estava a ser ouvido pelos deputados na
comissão parlamentar de inquérito, na passada terça-feira. De seguida, José
Maria Ricciardi adensou as suspeitas: “O sinal pago foi de 15%, são os ditos 85
milhões de dólares. Ou pelo menos pensa-se que se recebeu. Está por provar se
se recebeu a totalidade desse sinal.”
Às
14h26m do dia da audição, o ex-líder do BES esquivou-se assim às perguntas da
comissão: “Infelizmente não posso falar sobre o assunto da Escom porque ela
está integrada no processo no qual eu sou arguido.” E acrescentou: “Não
gostaria que a minha situação fosse agravada nesse dossiê.”
O
i revelou em Agosto de 2013 que uma transferência suspeita de 85 milhões de
dólares para a Suíça levara o Ministério Público a questionar a operação da
venda da Escom. O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP)
estava desde então a investigar as circunstâncias em que o Grupo Espírito Santo
(GES) vendeu a totalidade da sua participação na Escom à Sonangol, num
contrato-promessa assinado em 2010.
A
empresa angolana terá pago a título de sinal um valor de cerca de 15 milhões de
euros ao GES que terá sido depositado em Lisboa. Além deste
montante, terão sido igualmente transferidos pelos angolanos mais 85 milhões de
dólares, cujo rasto está a ser investigado pelos procuradores do DCIAP. Este
último valor terá sido depositado directamente no Crédit Suisse através da
Akoya, a sociedade gestora de fortunas que está no epicentro do processo Monte
Branco.
Recorde-se
que Álvaro Sobrinho é accionista da Newshold, proprietária do "Sol" e
do "i."
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