domingo, 21 de dezembro de 2014

Raul Castro contesta sanções norte-americanas contra a Venezuela




O Presidente cubano, Raul Castro, manifestou hoje o seu repúdio pelas sanções económicas impostas pelos Estados Unidos à Venezuela e o seu apoio ao Governo de Nicolás Maduro, perante as tentativas de ingerência norte-americana.

Castro lembrou as "relações especiais" que Cuba mantém com a Venezuela.

"Repudiamos a pretensão de impor sanções a essa nação irmã", disse Raul Castro no discurso de encerramento da Assembleia Nacional, hoje, em Havana, citado pela agência espanhola Efe.

Na passada quinta-feira, um dia depois de ter anunciado o restabelecimento das relações diplomáticas com Cuba, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, promulgou as sanções aprovadas pelo Congresso contra responsáveis por violação dos direitos humanos na Venezuela.

Hoje em Havana, Raul Castro advertiu que a luta para acabar com o bloqueio dos Estados Unidos será "longa e difícil" e necessitará do apoio da comunidade internacional e da sociedade norte-americana.

No fecho da Assembleia Nacional, Raul Castro salientou que a decisão de restabelecer relações diplomáticas com os Estados Unidos foi um "passo importante", mas adiantou que falta resolver o essencial, o fim do bloqueio.

Apesar do restabelecimento de relações diplomáticas com os Estados Unidos, e apesar de disposto a discutir sobre todos os assuntos em "igualdade" e "reciprocidade", Raul Castro advertiu que Cuba não renunciará ao sistema político socialista.

"Da mesma forma que nunca propusemos aos Estados Unidos para que mudem o seu sistema político, exigimos respeito em relação ao nosso", disse Raul Castro.

Em relação ao congresso - o VII Congresso do Partido Comunista Cubano (PCC), marcado hoje para abril de 2016 - Castro disse que antes desse momento, haverá um "amplo e democrático" debate com os militantes comunistas e com o povo cubano sobre a situação do plano de atualização económica do país.

O último congresso do PCC foi em abril de 2011, quando Raul Castro foi escolhido como primeiro secretário da organização, em substituição do seu irmão Fidel, retirado do poder desde 2006.

Foi nessa data que o partido aprovou o plano para a "atualização" do modelo económico do país, iniciada durante a governação de Raul Castro.

Hoje, Raul Castro anunciou também que assistirá à próxima Cimeira das Américas, a realizar em abril no Panamá. "Confirmo que assistirei, para expressar as nossas posições com sinceridade e respeito para com todos os chefes de Estado e de Governo sem exceção", afiançou.

O discurso de Raul Castro, no encerramento da sessão semestral da Assembleia Nacional, aconteceu um dia depois de aquele órgão ter ratificado, por unanimidade, o anúncio desta semana entre Cuba e os Estados Unidos, de restabelecimento de relações diplomáticas, após de mais de 50 anos de costas voltadas.

Lusa, em RTP

Veja mais em RTP (imagens)

Sem comentários:

Mais lidas da semana