Genebra,
05 mar (Lusa) - Moçambique é o país lusófono com o maior número de mulheres no
parlamento, segundo o relatório anual da União Interparlamentar (IPU),
divulgado hoje em Genebra.
A
Moçambique seguem-se, por ordem decrescente, Timor-Leste, Angola, Portugal,
Guiné Equatorial, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Brasil.
A
nível mundial, Moçambique ocupa o 13.º lugar, com 39,6% dos lugares no parlamento
preenchidos por mulheres.
Timor-Leste
subiu dois lugares em relação ao ano anterior e ocupa o 16.º lugar mundial, com
38,5% de mulheres no parlamento nacional, sendo o melhor resultado da região
Ásia e Pacífico.
A
19.ª posição no 'ranking' é ocupada por Angola, com 36,8% de mulheres
representadas no parlamento, enquanto Portugal ocupa a 30.ª posição, com 31,3%
de mulheres eleitas na Assembleia da República.
A
Guiné Equatorial está no 52º lugar da classificação mundial, com 24% de
mulheres representadas no parlamento, ainda presidido por uma mulher, enquanto
Cabo Verde ocupa o 63.° lugar, com uma Assembleia Nacional constituída por
20,8% de mulheres.
Já
São Tomé e Príncipe está na 75.°posição, com 18,2% de mulheres representadas,
seguido da Guiné-Bissau, no 94.° lugar, com 13.7% de mulheres.
O
Brasil, que ocupa a última posição entre os países lusófonos, está no 116º
lugar, com 9% de mulheres na Câmara dos Deputados e 13.6% de mulheres do Senado
Federal.
O
relatório referencia a nível mundial o número de mulheres nos parlamentos até
ao dia 01 de janeiro 2015.
"Se
se quer que as quotas funcionem, é preciso que sejam fortes. No Brasil não há
sanções, há uma interpretação livre das quotas", disse à Lusa Kareen
Jabre, diretora dos programas da UIP, indicando que os partidos não são
obrigados a cumprir o número de 30% de mulheres em lugares elegíveis.
A
nível mundial, o número de mulheres parlamentares dobrou em 20 anos. Assim,
desde a adoção em 1995 do programa de Pequim para a emancipação das mulheres, a
média mundial passou de 11.3% em 1995 para 22.1% em 2015.
No
entanto, comparativamente a 2013 (21,8%), a percentagem de mulheres
representadas em parlamentos subiu ligeiramente em 2014 para 22,1%.
"Este
abrandamento dos progressos demonstra talvez que devemos pensar noutras formas
de promover as mulheres", adiantou a diretora.
A
UIP agrupa 166 membros e 10 membros associados e foi criada em 1889, tendo a
sua sede em Genebra, Suíça.
VYE
// APN
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