Macau,
China, 10 abr (Lusa) -- O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, disse
hoje que Macau pode vir a ter um centro para combater os crimes informáticos, à
semelhança do que acontece em
Hong Kong.
O
governo de Hong Kong criou, em dezembro de 2012, o Centro de Segurança
Cibernética sob a Divisão de Crimes Tecnológicos, para aumentar a proteção das
infraestruturas e reforçar a resistência contra ataques informáticos.
Wong
Sio Chak afirmou hoje que o Executivo de Macau tem estudado seguir a mesma via
nos últimos dois anos, mas que ainda não a levou avante devido à falta de
recursos e legislação.
"Se
calhar é necessário criar um centro para a segurança informática, para a
avaliação do risco informático. Sim, neste momento há empresas privadas que,
com o apoio do governo, estão a assumir parte destas tarefas. Mas no futuro
talvez seja necessário haver regulamentação sobre esta matéria", disse
Wong Sio Chak, no segundo dia da apresentação das Linhas de Ação Legislativa
para a área da Segurança.
O
combate às redes de criminalidade informática é uma das metas traçadas pelo
atual secretário para a Segurança. No entanto, Wong Sio Chak considerou que
"não é assim tão fácil encontrar talentos" para combater o aumento
dos casos em Macau.
O
secretário já tinha mencionado dificuldades ao nível dos recursos humanos na
quinta-feira, quando anunciou que, até ao final do ano, as forças de segurança
serão reforçadas em mais 100 agentes, após o recrutamento de cerca de 400
elementos e da aposentação de outros 300.
A
taxa de desemprego em Macau mantém-se fixada em 1,7%, segundo dados oficiais.
A
contratação de trabalhadores não residentes para desempenharem as funções de
guardas prisionais foi também abordada na sessão de hoje, com o deputado Leong Veng
Chai a opor-se a ideia e a sugerir, ao invés, a criação de incentivos para
atrair os locais para essa carreira, nomeadamente ao nível da habitação.
"Muitos
jovens agora não conseguem comprar casa. Se o governo conseguir oferecer casa
às forças de segurança, penso que pode contribuir muito para o
recrutamento", afirmou Leong Veng Chai.
Vários
deputados mencionaram a necessidade de "elevar o moral dos agentes",
com questões sobre regalias e oportunidades de promoção nas carreiras das
forças de segurança.
Já
o deputado Leonel Alves sugeriu ações de formação para "reforçar a ética,
disciplina e deontologia" e cursos técnicos de atendimento e de resposta
ao nível da apresentação de queixas.
O
também advogado felicitou a "importância dada ao ensino de línguas --
designadamente o inglês e mandarim -- às forças de segurança, atendendo ao
posicionamento de Macau como centro de turismo e lazer.
Por
outro lado, abordou a formação de talentos, questionando "as ideias do
governo para captar o interesse dos jovens licenciados em Direito e noutras
áreas para cursos de pós-graduação ou mestrados nas escolas da polícia de Macau
para uma formação adequada na ação policial e ou de investigação".
"Há
muitos licenciados hoje em dia em Macau na área do Direito, muitos vão para a
advocacia, alguns para a magistratura e também não menos para a administração
pública. (...) Que ideias existem para captar o interesse destes jovens
licenciados para a frequência de cursos, sobretudo para pessoal não
militarizado", questionou.
Wong
Sio Chak disse que o Governo está interessado em "elevar a qualidade das
formações" e que a sugestão deixada "merece a ponderação" do
Executivo.
FV
// EL
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