sexta-feira, 10 de abril de 2015

Macau pode vir a ter centro de combate à criminalidade informática -- Secretário




Macau, China, 10 abr (Lusa) -- O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, disse hoje que Macau pode vir a ter um centro para combater os crimes informáticos, à semelhança do que acontece em Hong Kong.

O governo de Hong Kong criou, em dezembro de 2012, o Centro de Segurança Cibernética sob a Divisão de Crimes Tecnológicos, para aumentar a proteção das infraestruturas e reforçar a resistência contra ataques informáticos.

Wong Sio Chak afirmou hoje que o Executivo de Macau tem estudado seguir a mesma via nos últimos dois anos, mas que ainda não a levou avante devido à falta de recursos e legislação.

"Se calhar é necessário criar um centro para a segurança informática, para a avaliação do risco informático. Sim, neste momento há empresas privadas que, com o apoio do governo, estão a assumir parte destas tarefas. Mas no futuro talvez seja necessário haver regulamentação sobre esta matéria", disse Wong Sio Chak, no segundo dia da apresentação das Linhas de Ação Legislativa para a área da Segurança.

O combate às redes de criminalidade informática é uma das metas traçadas pelo atual secretário para a Segurança. No entanto, Wong Sio Chak considerou que "não é assim tão fácil encontrar talentos" para combater o aumento dos casos em Macau.

O secretário já tinha mencionado dificuldades ao nível dos recursos humanos na quinta-feira, quando anunciou que, até ao final do ano, as forças de segurança serão reforçadas em mais 100 agentes, após o recrutamento de cerca de 400 elementos e da aposentação de outros 300.

A taxa de desemprego em Macau mantém-se fixada em 1,7%, segundo dados oficiais.

A contratação de trabalhadores não residentes para desempenharem as funções de guardas prisionais foi também abordada na sessão de hoje, com o deputado Leong Veng Chai a opor-se a ideia e a sugerir, ao invés, a criação de incentivos para atrair os locais para essa carreira, nomeadamente ao nível da habitação.

"Muitos jovens agora não conseguem comprar casa. Se o governo conseguir oferecer casa às forças de segurança, penso que pode contribuir muito para o recrutamento", afirmou Leong Veng Chai.

Vários deputados mencionaram a necessidade de "elevar o moral dos agentes", com questões sobre regalias e oportunidades de promoção nas carreiras das forças de segurança.

Já o deputado Leonel Alves sugeriu ações de formação para "reforçar a ética, disciplina e deontologia" e cursos técnicos de atendimento e de resposta ao nível da apresentação de queixas.

O também advogado felicitou a "importância dada ao ensino de línguas -- designadamente o inglês e mandarim -- às forças de segurança, atendendo ao posicionamento de Macau como centro de turismo e lazer.

Por outro lado, abordou a formação de talentos, questionando "as ideias do governo para captar o interesse dos jovens licenciados em Direito e noutras áreas para cursos de pós-graduação ou mestrados nas escolas da polícia de Macau para uma formação adequada na ação policial e ou de investigação".

"Há muitos licenciados hoje em dia em Macau na área do Direito, muitos vão para a advocacia, alguns para a magistratura e também não menos para a administração pública. (...) Que ideias existem para captar o interesse destes jovens licenciados para a frequência de cursos, sobretudo para pessoal não militarizado", questionou.

Wong Sio Chak disse que o Governo está interessado em "elevar a qualidade das formações" e que a sugestão deixada "merece a ponderação" do Executivo.

FV // EL

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