domingo, 17 de maio de 2015

Jerónimo de Sousa. Cavaco não tem "moral" para dizer que é preciso olhar para os jovens




O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje na Guarda que o Presidente da República "não tem moral" para afirmar "que é preciso olhar para os jovens porque eles não se interessam pela política".

"Um Presidente da República que nunca suportou a luta desses jovens estudantes, como a luta dos trabalhadores não tem moral para vir dizer que é preciso olhar para os jovens porque eles não se interessam pela política", disse Jerónimo de Sousa no discurso proferido no final do almoço convívio da CDU/Guarda, realizado na Escola Secundária da Sé, naquela cidade.

O secretário-geral do PCP disse que ao contrário do que diz Cavaco Silva "há muitos jovens que se interessam pela política" e que estão "dispostos a lutar pelo seu futuro".

O Presidente da República renovou no sábado os alertas para "a crescente apatia cívica" e indiferença dos jovens perante a atividade política, considerando fundamental que a sociedade e a classe política passem das "palavras aos atos".

No seu discurso, o líder comunista disse que Cavaco Silva manifestou "com lágrimas de Cavaco Silva", as suas preocupações "pela indiferença dos jovens perante a política e um apelo para que os jovens que emigraram forçadamente regressem ao país".

Lembrou que como primeiro-ministro encetou a "destruição" das pescas, da agricultura, da indústria naval, da frota da Marinha Mercante e da siderurgia nacional.

"Tudo empresas e setores estratégicos que se não fossem destruídos como foram por esse Governo de Cavaco Silva, possivelmente hoje haveria postos de trabalho e emprego para os nossos jovens que têm que partir para o estrangeiro à procura de trabalho", afirmou.

Disse ainda que o Presidente da República "sempre apoiou, incentivou a política do Governo", que "liquidou milhares de postos de trabalho, forçou os jovens para a emigração" e "esteve sempre contra a luta dos jovens estudantes".

Jerónimo de Sousa falou também dos programas políticos do PS e da coligação PSD/CDS-PP.

"O que confirmam os programas de uns e outros, PS, PSD e CDS, é que são farinha do mesmo saco, com opções políticas e económicas determinadas pela mesma subordinação aos interesses dos grupos económicos e dos centros do capital financeiro", apontou.

Falou também das sondagens e de o PS e PSD pedirem maioria absoluta e dizerem que "não se vão entender no período pós-eleições".

"Não se vão entender, dizem eles. Está bem abelha. Se para servir os interesses do capital for preciso, entendem-se e entendem-se bem, como sempre se entenderam ao longo de 39 anos", observou.

Jerónimo de Sousa disse ainda que o Governo e os partidos que o suportam "querem à viva força convencer os portugueses" que "os anos negros de política e de empobrecimento estão a chegar ao fim graças à sua governação".

"Andam para aí afanosamente a rebobinar o mesmo filme de mentiras e enganos que os portugueses viram na campanha das últimas eleições", afirmou.

No sábado estiveram em Guimarães, num ato de "cinismo e descaramento", assinalar "um ano de independência do país e da 'troika'", disse.

"A 'troika' foi embora, mas deixou cá a política que nos amarra no presente e no futuro", concluiu.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Jerónimo de Sousa Não entendimento entre PS e PSD pode ser "decisão irrevogável"

Coimbra, 16 mai - O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje em Coimbra que as posições de PS e PSD de um não entendimento futuro podem vir a ser "mais uma decisão irrevogável para ser metida na gaveta".

"Agora [PS e PSD] dizem que não, que não se vão entender. O PS diz isso, o PSD diz o mesmo. Ainda vamos ver se isto não é mais uma decisão irrevogável para ser metida na gaveta", disse Jerónimo de Sousa, que falava no encerramento da Assembleia da Organização Regional do PCP Coimbra, na Casa da Cultura.

Para o secretário-geral do PCP, as declarações dos dois partidos, com cada um a reclamar "uma maioria absoluta", é "como quem aposta a última cartada na governação por turno na alternância sem alternativa".

Para se alcançar este objetivo, Jerónimo de Sousa acredita que PS e PSD vão ter a ajuda da "comunicação social dominante" e da "pimentinhazinha das sondagens a dar um empate técnico".

Este "empate técnico" ajuda a que se consiga "a bipolarização e a dramatização", ao mesmo tempo que se procura "o voto útil", tendo este sistema tido "resultado nas últimas eleições", constatou.

"Mas o drama deles é que isto está muito visto e muito gasto", apontou, considerando que são cada vez mais os cidadãos que ganham a consciência de que a solução dos problemas nacionais tem de ser encontrada fora "do rotativismo e da alternância".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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