Alexis
Tsipras foi ao parlamento desafiar a oposição a dizer se está de acordo com as
“exigências descabidas” dos credores. Mas apesar delas, continua a dizer que “o
acordo está mais próximo que nunca”.
O
primeiro-ministro grego surgiu no parlamento após deixar claro que a
proposta dos credores que lhe foi apresentada por Jean-Claude Juncker
é “inaceitável” para o governo. “O povo grego diz-nos para não abandonarmos as
nossas propostas razoáveis e para não cedermos às propostas absurdas” dos
credores, acrescentou.
“Devo
dizer que a proposta que Juncker me apresentou foi uma surpresa desagradável.
Não imagino nenhum deputado neste parlamento a votar a favor” do aumento de 10%
do IVA sobre a eletricidade, ou o fim do apoio aos pensionistas mais pobres,
afirmou Tsipras, desafiando a oposição a clarificar se está ou não de acordo
com as “exigências irracionais” feitas esta semana pelos credores.
“Provámos
o nosso empenho no ideal europeu ao apresentarmos uma proposta
completa”, que refletia não as posições do governo de Atenas, mas os
consensos alcançados na mesa das negociações técnicas, explicou Tsipras aos
deputados, reafirmando que “esta proposta é a única proposta realista”.
“Mais
do que as listas de reformas, o que é crucial é acabar com o círculo vicioso da
crise que se autoalimenta”, prosseguiu Tsipras, defendendo que “é preciso uma
solução para o problema da sustentabilidade da dívida grega e não basta uma
leve referência em tom de promessa, como existe na proposta dos credores”.
No
seu discurso de abertura
do debate, Tsipras resumiu ainda os “objetivos estratégicos” que o governo
grego tem assumido nas negociações: “saldos orçamentais baixos, restruturação
da dívida, proteger pensões e salários reais, distribuição do rendimento a
favor da maioria, regresso da contratação coletiva, reverter a desregulação do
mercado laboral e um forte programa de investimento que aproveite os recursos e
crie um choque positivo na economia”.
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