< Artur Queiroz*, Luanda >
O mundo acredita na juventude
angolana, na nossa ciência espacial, no nosso centro de geodados, na
agricultura de precisão, na cirurgia robótica feita
Comprem à Africell. Confiem no nosso ecossistema social e económico. No nosso ministro Mário Oliveira, o mágico das Telecomunicações e Tecnologias de Informação. Pai da Comunicação Social e inventor do robot Arnesto Bartolobesta. Curvem-se ante o Angosat 2. Amem a Angotic e aceitem os seus desafios digitais. E nunca se esqueçam que sem a Africell Angola nunca seria um país independente. O talento dos angolanos jamais seria reconhecido no mundo.
Fui à Angotic e comprei mil Kwanzas de inteligência artificial. Cozinhei-a muito bem e comi o petisco com funje de milho. Uma hora depois consegui compreender a página cinco do caderno especial que faz propaganda da entreviste-a gentilmente concedida por João Lourenço ao seu canal privado de televisão. O homem é como Cristiano Ronaldo que compra mulheres, filhos, clubes, selecções, golos, árbitros, jornalistas, guarda-redes, defesas, hotéis, tudo, tudo. O nosso craque compra aviões, prémios, ministros, juízes, deputados, carrinhos, omatapalos, fazendas, empresas, Minoru Dondo, corredores do Lobito, tudo, tudo.
Depois de arrotar ao manjar da inteligência artificial e feita a digestão do petisco, li, reli e tresli a página cinco do “Caderno João Lourenço” engendrado pela administração do Jornal de Angola, que me deve salários e subsídios legais há dez anos.
O Decreto Presidencial número 69/21 de 16 de Março comprava juízes e procuradores a dez por cento dos “activos recuperados”, devidamente legalizados com sentenças condenatórias ilegais. O Presidente da República de Angola comprou o Poder Judicial às claras, através de um decreto! Violou gravemente a separação de poderes. Desonrou o seu cargo e os três milhões de angolanos que o elegeram. Desonrou o MPLA.
A agência da ONU para os Direitos Humanos analisou o processo do empresário Carlos São Vicente. E concluiu que o julgamento foi ilegal. Prisão arbitrária. Muitas ilegalidades! Uma delas é o Decreto Presidencial número 69/21 de 16 de Março. Face a esta realidade, a Ordem dos Advogados pediu ao Tribunal Constitucional para fiscalizar o decreto presidencial inspirado nas práticas dos chefes de posto. Foi declarado inconstitucional. Lixo com ele. Os procuradores e magistrado judiciais ficaram sem a comissão de dez por cento. Desde então não houve mais nenhuma condenação. Vamos ver o que vai acontecer depois de 2027.
O Presidente João Lourenço anunciou no “caderno” do Jornal de Angola que recebe em audiências “venerandos juízes do Tribunal Constitucional e do Tribunal Supremo”. Porquê? Para quê? Recebe em audiência a Presidente da Assembleia Nacional! Mas que é isto? O Poder Legislativo pede audiências ao Titular do Poder Executivo a que propósito? O que tem a líder do Poder Legislativo a tratar com o Presidente da República para lhe pedir audiências?
Graças à inteligência artificial que comprei na Angotic estou em condições de garantir que com João Lourenço Angola não é um Estado de Direito. O Poder Judicial não é independente e imparcial. Juízes e procuradores recebem ordens do Presidente da República, são recebidos em audiência na Cidade Alta e pedem a bênção do chefe. O mundo sabe disto pela agência da ONU para os Direitos Humanos. Carlos São Vicente está preso ilegalmente às ordens de João Lourenço.
Caso o Presidente de todas as entreviste-as não tenha comprado um pouco de inteligência artificial na feira Angotic como eu comprei, envio-lhe amavelmente o Artigo 9º (Orientação ideológica) dos estatutos do MPLA:
“1 - O MPLA é um partido político ideologicamente assente no socialismo democrático que defende a justiça social, o humanismo, a liberdade, a igualdade e a solidariedade. 2 - O MPLA aplica de forma pragmática, os valores universais de uma democracia moderna e dinâmica, compatibilizada com valores socioculturais e com os legítimos anseios dos angolanos, visando sempre o desenvolvimento humano, nas suas múltiplas dimensões.”
O Irão tem um regime teocrático
desde 1979 quando triunfou a Revolução Islâmica e colocou no poder o Aiatolá
Khomeini. O Xá da Pérsia, Reza Palevi, e sua bela esposa (quase tão bela como a
Princesa Canducha do Bairro Operário), Farah Diba, partiram para o exílio. Em
1984, relatórios da CIA garantiam que o Irão estava perto de adquirir armas
nucleares. Em
O tempo passou e em
Ano de
Os bancos já fecharam. A administração da Empresa Edições Novembro continua sem pagar o que me deve. Caloteiros e ladrões do pão de crianças. Vou pedir a bênção ao deus João Lourenço. Os caloteiros e ladrões estão lixados! Acabam a comer nos contentores do lixo!
* Jornalista
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