A
avalanche de queixas recebidas pelo Sindicato, sobretudo por parte de cidadãos
escandalizados pela parcialidade e as mentiras nos noticiários televisivos
durante a semana de campanha do referendo de domingo, levou já a nove
processos. Alguns canais já retiraram da internet vários vídeos que estão agora
sob investigação.
Em
reação às queixas recebidas, o Sindicato dos Jornalistas de Atenas, que engloba
os profissionais dos órgãos de comunicação social com sede na capital, anunciou
hoje a abertura de nove processos disciplinares a associados. Entre eles estão
jornalistas dos canais MegaTV, ANT1e SKAI. O sindicato prossegue as
investigações com a ajuda de vídeos enviados pelos autores das queixas e
denuncia que já no decorrer do seu trabalho houve estações de tv a retirarem
alguns dos vídeos mais criticados das repetivas páginas da internet.
Na
semana passada, o organismo do sindicato que fiscaliza a conduta profissional
dos associados emitiu um comunicado a
alertar para situações de “comportamento delinquente, que substitui a função
jornalística pela propaganda aberta”, e alertando para a responsabilidade dos
jornalistas e o respeito pelos diferentes pontos de vista.
Gregos
são os que mais desconfiam dos media, diz Eurobarómetro
O Eurobarómetro de 2014 indicava que apenas 21% dos
gregos confiavam no que viam na televisão (em Portugal eram 63%). A desconfiança
dos gregos em relação aos media não é exclusiva da televisão, e já em 2012 era
a internet o meio usado por 46% dos inquiridos (em Portugal por 39%) para obter
informação de confiança.
Mas nos
últimos meses, e em particular na última semana de grande tensão política,
muitos limites foram ultrapassados na cobertura jornalística das televisões
gregas. De imagens
manipuladas à tentativa de criação de um ambiente de pânico com o
encerramento dos bancos, os grandes media – propriedade
de oligarcas com ligações ao sistema político-financeiro, construção
civil e marinha mercante – não pouparam esforços na campanha pelo ‘Sim’, com as
suas reportagens e programas de “comentário político”.
InfoGrécia
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