Aos
93 anos, Manolis Glezos terminou o ano de mandato a que se comprometeu como
eurodeputado. Na despedida, respondeu às ameaças de Schulz recitando Eurípides
em grego antigo, concluindo com a citação de São Tomás de Aquino.
Depois
das ameaças do presidente do Parlamento Europeu sobre os gregos não terem
produzido o efeito desejado por Martin Schulz, o candidato derrotado dos
socialistas à Comissão teve hoje de ouvir uma lição de democracia por parte do
herói da resistência grega ao nazismo, que fez a sua última intervenção no
Parlamento Europeu.
Glezos
recitou em grego antigo o verso de “As Suplicantes”, de Eurípedes, com a
resposta de Teseu, o rei de Atenas, ao enviado de Creonte, rei de Tebas,
que lhe perguntara “onde está o tirano da cidade”:
Antes
de mais, começaste o discurso por uma falsidade, estrangeiro,
ao procurar um tirano em Atenas que não está sob a chefia
de um só, mas é uma cidade livre.
de um só, mas é uma cidade livre.
O povo governa, alternadamente, por rotações
anuais. Neste país ao rico não se concedem
privilégios e o pobre goza de iguais direitos.
“Escolhi
este verso em grego antigo e uma citação em latim que acredito que o presidente
Martin Schulz conhece bem: Timeo hominem unius libri”. A citação de São
Tomás de Aquino – “Temo o homem de um só livro” – com que Glezos terminou o
discurso, foi vista como uma crítica ao pensamento único austeritário que
domina os corredores do poder em Bruxelas e Berlim, mas também como uma
referência à antiga profissão de Schulz quando ganhava a vida como livreiro…
InforGrécia
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