quinta-feira, 3 de setembro de 2015

AS “REVOLUÇÕES MADE IN CIA” E AS MORTES DE MIGRANTES




Estas mortes não são acidentes, são crimes. Os imigrantes são forçados a esta realidade devido à política imperialista da OTAN, dos EUA e da UE

Diário Liberdade - Via Jornal GGN – Carta Maior

União Europeia - LBI-QI - A cena de um menino de dois anos morto por afogamento na costa turca chocou o mundo. Desgraçadamente ele é “apenas” um dos milhares de mortos que perdem a vida nas viagens de imigrantes desesperados para a Europa.

Contudo, estes não são acidentes, são crimes. Os imigrantes e os refugiados são forçados a esta realidade devido à política imperialista da OTAN, dos EUA e da UE, pela agressividade e intervenção na Líbia, Iraque, Mali, Iêmen, vendidas ao mundo como “revoluções”, assim como pelas políticas das transnacionais e pelo saque de recursos naturais na África e Oriente Médio, pela destruição e manipulação das economias dos países e, finalmente, pela política da União Europeia e seus governos contra os trabalhadores imigrantes.

A maioria vem da Líbia, Síria, Mali, Iraque, Afeganistão e do norte da África, países que foram ou são alvo das intervenções militares imperialistas ou da ação de grupos terroristas patrocinados pelas potências capitalistas, como o Estado Islâmico (EI). É o chamado “efeito bumerangue” que agora se volta contra os países europeus. Os dirigentes dos governos imperialistas reunidos em Bruxelas decidiram que vão usar drones para bombardear embarcações ancoradas nos portos da Líbia e que sejam capazes de transportar imigrantes até a costa da Itália e Grécia. A política anti-imigração do imperialismo é bem clara.

Anteriormente, os imigrantes foram utilizados como mão-de-obra barata a fim de rebaixar os salários nos países imperialistas e quebrar a resistência da classe operária desses países. Agora, com o aprofundamento da crise capitalista, que está elevando a níveis altíssimos o desemprego, a burguesia imperialista descarta os estrangeiros para explorar os seus próprios operários. De acordo com dados da ONU cerca de 2,5 mil imigrantes se afogaram no mar Mediterrâneo neste ano vítimas dos muitos barcos superlotados que tentam chegar à costa da Itália e da Grécia.

O fluxo de pessoas desesperadas que parte da Síria, Líbia e do norte da África na tentativa de alcançar a Europa já é muito maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Números recentes mostram que milhares de pessoas estão usando uma rota perigosa através dos Bálcãs para chegar à Alemanha e a outros países do norte da União Europeia. Na última semana, novas tragédias voltaram a expor ao mundo a gravidade do problema. Mais de 300 mil imigrantes já arriscaram suas vidas tentando atravessar o Mediterrâneo neste ano. Em todo o ano passado, foram 219 mil pessoas.

Dois barcos com cerca de 500 imigrantes afundaram após deixar Zuwara, na Líbia, em 27 de agosto. Corpos de ao menos 71 pessoas, que podem ser imigrantes sírios, foram descobertos em um caminhão abandonado na Áustria, também em 27 de agosto. Naufrágio nos arredores da ilha de Lampedusa, na Itália, matou cerca de 800 pessoas em 19 de abril. Ao menos 300 imigrantes se afogaram ao tentar atravessar as águas agitadas do Mediterrâneo em fevereiro.

Desde a LBI denunciamos a política assassina do imperialismo ianque e europeu e de seus governos contra os imigrantes que fogem dos efeitos da barbárie capitalista imposta pelas “revoluções made in CIA”. Lutamos para derrotar as agressões imperialistas contra o povo no norte da África e do Oriente Médio, pela destruição da OTAN e pela utilização dos recursos naturais para o benefício dos trabalhadores. A questão central colocada frente ao avanço da barbárie capitalista que vem deixando um rastro de morte na Europa é a necessidade de superar a agonia do capital pela via da revolução socialista.

Não há outra vereda a não ser o da violenta demolição da sociedade de classes e o da construção revolucionária de um novo modo de produção, genuinamente socialista, baseado na solidariedade e no internacionalismo!

Créditos da foto: Agência EFE

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