Mais
de 100 mil emigrantes de longa duração deixaram Portugal entre 2012 e 2013, de
acordo com o relatório "Perspetivas das Migrações Internacionais --
2015", divulgado hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE).
"A
emigração de cidadãos portugueses aumentou com a recessão, nomeadamente depois
de 2010. O número de emigrantes a longo prazo foi estimado em 52.000 em 2012 e
53.800 em 2013, contra 23.700 em 2010", referiu o estudo publicado hoje em
Paris.
O
documento referiu ainda que "o número total de emigrantes (de curta e
longa duração) situou-se em 128.100 em 2013, dos quais 96% portugueses e
somente quatro por cento de estrangeiros -- proporções idênticas ao ano
anterior".
Ou
seja, 122.980 portugueses deixaram o país e 5.120 estrangeiros saíram de
Portugal naquele ano.
Os
países da Europa ocidental, indicou o relatório, continuam com o primeiro
destino (mais de 60% de saídas em 2013) dos emigrantes portugueses, mas certos
países não europeus, como o Brasil e sobretudo Angola, tornaram-se destinos
importantes.
"Embora
a sua quota esteja a crescer, as mulheres representam apenas um terço de todos
os emigrantes", segundo o documento, indicando ainda que "os
emigrantes qualificados são cada vez mais numerosos, especialmente aqueles que
emigram para o Reino Unido ou para a Noruega".
No
total, um saldo migratório negativo de 36.200 pessoas foi registado em
Portugal, no ano de 2013, segundo a OCDE.
O
Governo português confirmou que, desde 2010, a emigração tem aumentado "muito
rapidamente", adiantando que em 2012 deverão ter saído de Portugal
"mais de 95 mil" pessoas, segundo o Relatório da Emigração 2014,
divulgado pelo Observatório da Emigração.
De
acordo com este documento, a tendência de emigração está a ter maior impacto
nas zonas urbanas, especialmente na Grande Lisboa e, além dos "destinos
tradicionais", os portugueses estão agora a optar por novos lugares,
situados "nos mais variados pontos do mundo".
O
Governo refere "três conjuntos de países de emigração". Brasil, Canadá,
Estados Unidos e Venezuela acolhem emigrantes em "grande volume", mas
trata-se de populações "envelhecidas e em declínio", pois atualmente
registam uma "redução substancial" na chegada de novos portugueses,
segundo o relatório do Observatório da Emigração.
Países
como Alemanha, França e Luxemburgo, "com grandes populações portuguesas
emigradas envelhecidas, mas em crescimento", têm registado "uma
retoma" desta emigração.
Por
último, surge "um conjunto de novos países de emigração", que atrai
populações jovens, como é o caso do Reino Unido, "hoje o principal
destino" dos portugueses (50 por cento) e também "o mais importante
polo de atração" dos mais qualificados.
De
acordo com o Relatório da Emigração 2014, haverá mais de 2,3 milhões de
emigrantes portugueses, número que mais do que duplica se se acrescentar os
seus descendentes.
Na
foto: Os países da Europa ocidental, indicou o relatório, continuam com o
primeiro destino dos novos emigrantes portugueses – Orlando Almeida/Global
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