As
armas que o grupo terrorista Daesh usa no Iraque e na Síria, antes de chegarem
às suas mãos, podem ter passado por uma rede complexa de compra e venda,
envolvendo o Reino Unido, os EUA e outras nações ocidentais, segundo o novo
relatório da Anistia Internacional.
Várias
décadas de transferências de armamentos pouco regulads ao Iraque, bem como a
falta de controle no terreno, permitiram o Daesh munir-se de um enorme arsenal
letal, que agora é usado para cometer crimes de guerra e crimes contra a
humanidade de grande escala no Iraque e na Síria.
A
organização divulgou no seu
relatório “Análise: o Armamento do Estado Islâmico” ('Taking Stock:
The arming of Islamic State') que as armas vieram dos EUA e do Reino
Unido porque, após a primeira Guerra do Golfo, muitos armamentos foram deixados
em várias cidades. Além destas, no período da guerra até à atualidade foram
fornecidas outras armas que também acabaram nas mãos do Daesh.
O relatório divulga que as armas britânicas, após a ocupação do Iraque em 2003, também chegaram às mãos dos terroristas.
Mas
a Anistia Internacional sublinha que a maioria de armas foi obtida nos estoques
previamente controlados pelo exército iraquiano. Muitas dessas armas também
foram fornecidas por países ocidentais:
“O
Reino Unido esteve envolvido no abastecimento de serviços de segurança
iraquianos. No início do 2007, a China enviou aproximadamente 20.000 armas de
assalto ao Reino Unido para sem seguida serem fornecidas aos serviços de
segurança iraquianos”.
A
organização sublinha:
“Similarmente,
entre março de 2005 e dezembro de 2006, vários armamentos ligeiros foram
exportados da Bósnia e Herzegovina e da Sérvia ao Reino Unido, e depois
reexportados para o Iraque.”
Ainda de acordo com o relatório, após assumir o controle de Mosul, a segunda maior cidade do Iraque, em junho de 2014, os militantes do Daesh retiraram uma grande quantidade de armas fabricadas internacionalmente dos estoques iraquianos. Eles incluíram armas e veículos militares fabricadas nos EUA, usados posteriormente para ocupar outras partes do país, com consequências devastadoras para a população civil nessas áreas.
Vários
tipos de armas capturadas ou adquiridos ilicitamente permitiram aos terroristas
levar a cabo uma terrível campanha de violência. Execuções sumárias, estupro,
tortura, sequestro e tomada de reféns obrigaram centenas de milhares de pessoas
a fugir ou a se tornarem deslocados.
Sputnik
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