Altamiro
Borges
A
mídia golpista bem que tentou apresentar o PSDB como um partido unido e prestes
a assumir o comando do Brasil no caso do impeachment da presidenta Dilma. Mas a
versão teatral, que só iludiu os midiotas, não durou muito tempo. A cada semana
surge um fato novo que mostra que a legenda não tem unidade, nem projeto e nem
princípios. As bicadas são sangrentas no ninho tucano. Nesta semana, a Folha
deu mais uma prova desta guerra fratricida. Reportagem de Catia Seabra e Thais
Arbex, publicada nesta sexta-feira (15), escancara que “tucanos se recusam a
pagar dívida de campanha de R$ 17 milhões de Serra”. O texto mostra que não é
uma simples represália ao caloteiro e eterno candidato do PSDB.
“Numa antecipação da briga interna pelo
direito de concorrer à Presidência em 2018, o comando do PSDB se nega a pagar a
dívida de R$ 17,1 milhões da campanha de José Serra à Prefeitura de São Paulo,
em 2012. A queda de braço entre Serra, Aécio Neves (MG) e Geraldo Alckmin (SP)
– potenciais candidatos ao Palácio do Planalto – já chegou à Justiça.
Patrocinado por Alckmin, o presidente do PSDB de São Paulo, deputado Pedro
Tobias, não reconhece o passivo como do diretório estadual. Sob comando de
Aécio, o PSDB nacional, por sua vez, se recusa a assumir o rombo”. Na prática,
o caloteiro José Serra foi simplesmente rifado pelos comandos nacional e
estadual da legenda. Haja unidade!
Ainda
de acordo com a matéria, “desde 2012, quando foi derrotado pelo prefeito
Fernando Haddad (PT), Serra pede ajuda a Alckmin… Tobias alega que o braço
paulista do partido não pode ajudar porque está com seu fundo partidário
bloqueado pela Justiça Eleitoral desde junho de 2014. A empresa Campanhas
Comunicação – do jornalista Luiz González – tenta derrubar esse argumento na
Justiça. Responsável pela comunicação da campanha de Serra em 2012, a agência
levará ao Tribunal de Justiça o balanço patrimonial do PSDB de 2014 como prova
de que, em dezembro daquele ano, havia dinheiro em caixa para quitar sua
dívida, cujo valor original era de R$ 8 milhões”.
“Em
dezembro de 2012, depois da derrota de José Serra, a executiva estadual aceitou
assumir a dívida, apesar da oposição de Tobias e de César Gontijo, à época
secretário-geral do diretório paulista. ‘A principal característica do PSDB é a
responsabilidade fiscal. Ela não se aplica só à gestão pública, mas também às
finanças do partido. Por isso fomos e somos contra até hoje’, diz Gontijo.
Assim que assumiu o partido, em julho de 2014, Tobias suspendeu o acordo para
pagamento da dívida, sem juros, em 25 parcelas. A última prestação foi paga em
agosto daquele ano. Desde outubro de 2015, os dirigentes tucanos – à exceção de
Serra – não atendem aos telefonemas de González”.
Na
briga entre os tucanos bicudos, sobrou para o publicitário. O problema não é de
recurso, já que o próprio partido admite que mantém a grana em títulos
financeiros. A questão é de disputa de poder. Os três caciques do PSDB disputam
a vaga de presidenciável para 2018. O cambaleante Aécio Neves, com seus métodos
truculentos, hoje domina a máquina partidária. Ele nunca escondeu o seu ódio
aos tucanos paulistas. Estes, por sua vez, nunca se entenderam. Agora mesmo
eles estão em guerra pela escolha do candidato da sigla à prefeitura de São
Paulo. Geraldo Alckmin adotou o empresário-picareta João Doria; e José Serra
briga pela candidatura de Andrea Matarazzo, o postulante das “abotoaduras de
ouro”.
As
bicadas tendem a ficar cada vez mais sangrentas. Já circulam boatos, inclusive,
de que alguns tucanos poderão abandonar o ninho. O caloteiro José Serra teria
entabulado negociações com o PMDB e o “socialista” Geraldo Alckmin poderia
ingressar no PSB. Na sua cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma, sem
unidade, sem projetos e sem princípios, o PSDB poderá até implodir no próximo
período. A conferir!
Blog do Miro. – em Desacato - Imagem: https://pixabay.com/es/
Sem comentários:
Enviar um comentário