sábado, 2 de janeiro de 2016

PASSADO, PRESENTE E FUTURO DOS PAÍSES LUSÓFONOS – BALANÇO E PERSPETIVAS




Portugal. PASSADO, PRESENTE E FUTURO DE UM PAÍS À BEIRA-MAR ESPOLIADO

A terminar. Adeus 2015. Ano de excelência para políticos em conluio com a ditadura dos Mercados, das Agências de Rating, da Banca. Enfim, ano de excelência para os terroristas e ladrões que presidem, ministram, gerem, manipulam a favor dos do grande capital global, do capital nacional (por consequência). Ano excelso em Portugal para aqueles que espoliaram os portugueses até à exaustão e que em conluio com a máfia financeira sepultaram Portugal e portugueses no lodo da miséria roubando aos pobres para entregar aos ricos. Sobressaem daqui Cavaco Silva, Passos Coelho e Paulo Portas como cabecilhas dos roubos perpetrados a milhões de portugueses. Serão esses que veremos um dia mais ou menos próximo serem condecorados por um qualquer dos seus cúmplices partidários e ideológicos. Cerimónia à medida de Marcelo Rebelo de Sousa, a ser eleito presidente da República em breve, como ditam as sondagens e, principalmente, toda a máquina maquiavélica de propaganda e promoção (comunicação social) que há anos transporta aquele sujeito saído das entranhas do salazarismo. Cavaco vai embora de Belém mas fica. Sai um ex-PIDE fica um doutorado em expedientes avançados e atualizados do salazarismo que lhe está nas tripas, no coração e na mete. Esse é o odor que lhe trespassa a pele. Não existe desodorizante que disfarce o pivete. É aos portugueses eleitores que compete decidir se querem substituir Cavaco Silva por Cavaco Marcelo Silva Rebelo de Sousa.

PAÍSES LUSÓFONOS

Com novo título nesta postagem Página Global optou por reeditar o constante em 2015, O ANO DO GRANDE AFUNDANÇO DOS PORTUGUESES. 2016, MAIS DO MESMO?. Parcialmente podem deparar com a reedição de alguns dos textos do referido título mas se bem repararem há matéria novo. Matéria que corresponde a textos de autores do nosso coletivo que tiveram a amabilidade de participar numa postagem alargada que a seu modo cumpre a proposta de existência do Página: primeiro a lusofonia ou destaque à lusofonia.

É assim que agora neste novo título pode conferir a existência de Timor-Leste, de Moçambique e de Angola em algumas notas sobre o passado (2015), presente e futuro (2016) daqueles países, por enquanto. Contamos que outros autores do PG, noutros países da CPLP, se juntem a este post coletivo.

Sejam muito bem-vindos ao mundo em que se fala e escreve na língua portuguesa.

Redação PG

Portugal. 2015, SEQUÊNCIA DE QUATRO ANOS DE DEVASTAÇÃO DO PAÍS

Hélder Semedo, Coimbra

Não trago aqui a retrospetiva dos acontecimentos mais marcantes em Portugal. O que lá vai lá vai. Em 2015 fomos roubados com a pomposa classificação de contribuintes. Os golpes de mão foram de autores já conhecidos, com destaque para os mais ardilosos responsáveis pelos furtos que geraram desemprego, fome e miséria: Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, com a cumplicidade de Cavaco Silva no mais elevado grau de responsabilidades. Aqui também cabe referir outros altos responsáveis pela miséria causada: os deputados da maioria PSD / CDS.

Os roubos dos banqueiros, que levaram os bancos à falência foram cobertos pelo roubo posterior aos contribuintes portugueses. Roubo com a chancela do então governo. Vimos o festival de debulho durante os quatro anos de vigência desse governo. Fomos roubados para salvar bancos e banqueiros, senhores da alta finança, escumalha de colarinhos brancos que tem sido premiada com a impunidade proporcionada pela justiça portuguesa, que é forte com os fracos e fraca com os fortes. Fraca ou cúmplice, é igual.

Pela Europa e pelo resto do mundo também tudo isso aconteceu. Temos assistido a roubos à escala global. É a globalização. Globalização engendrada com os propósitos que estão à vista, numa versão de Robin dos Bosques inversa: roubar aos pobres para dar aos ricos. Referem produtos tóxicos que deram cabo do canastro à economia global. Referem bolhas imobiliárias. Referem todo o género de justificações ardilosas, não referem a corrupção, as operações das lavagens de capital criminosas, capital com origens em tráfico de estupefacientes, de tráfico de seres humanos, de tráfico de armamento, de medicamentos falseados, de tráfico de crianças e correlativa pedofilia, etc., etc. Nem falam dos paraísos fiscais para onde canalizam o produto dos seus crimes económicos. E esses, os criminosos, estão postados em grandes e globais empresas, em grandes e globais bancos, em maiores ou menores governos, de maiores ou menores países. A todos esses crimes a justiça dos países reage quase sempre com impunidade. Em Portugal também. Aliás, é suposto por grande parte dos cidadãos do mundo que os setores de justiça estão comprados e comprometidos. Não serão todos os operadores de justiça, apenas alguns, mas os suficientes para permitirem proporcionar a impunidades aos maiores criminosos do mundo, aos que atentam contra a humanidade. Obviamente que Portugal não é exceção. O grande capital tem as mãos sujas de fuligem dos roubos e de sangue. Em Portugal os políticos em concluio com o grande capital também estão sujos. As políticas impostas e seguidas por Passos e Portas são a prova mais que suficiente de que foram causadores da fome, miséria, violação de direitos fundamentais dos portugueses.

Os setores que asseguravam bens sociais justos, como a saúde, a habitação, os transportes, a educação, o emprego, vieram sendo destruição por via de uma alegada liberalização que roça o fascismo e não é mais nem menos que a ditadura do grande capital imposta a milhões de seres humanos. A democracia já foi. Extinguiu-se no ato da votação após campanhas manipulatórias pejadas de mentirosos, de vigaristas, de ardis como aqueles que Passos e Portas aplicaram e, ainda hoje aplicam com os maiores descaramentos. A tudo isso, a esse quadro de tenebrosos seres humanos e políticos soma-se Cavaco Silva e os ministros de um governo de quatro anos que cometeu crimes nas urgências dos hospitais matando velhos e novos, numa estatística que está por fazer e que deverá chegar a centenas de vítimas desses crimes por via dos cortes financeiros e de recursos que devem ser garante do Serviço Nacional de Saúde. Nesse capítulo um ministro sobresaiu, o da Saúde. Paulo Macedo, também conhecido pelo Doutor Morte, teve vários troféus pela mortandade conseguida devido ao setor da saúde quase destruído. Ainda agora, que já não é ministro, que o governo de Passos já se foi, a saúde continua a matar nas urgências pelas causas conhecidas: os cortes deliberados a qualquer preço. Preço que tem custado muitas vidas. Quantas? A estimativa é de algumas centenas. Talvez se venha a saber com maior exatidão.

Este foi o 2015,  sequência de quatro anos da fase de completa devastação do país por uma seita que sempre encontrou apoio num pseudo presidente da República e num grupo maioritário de deputados que defenderam interesses de cores e razões traidoras e devastadoras do país e dos portugueses. Este ano que agora finda foi o culminar dessas políticas de devassa de direitos constitucionais, até algumas vezes desrespeitados por Cavaco Silva, presidente do descalabro e do descrédito da instituição que devia honrar, a República.

Temos novo governo, dito das esquerdas. Duvido. O Bloco Central está vivo, somente hibernado. O Arco da Governação continua a existir, está somente envolvido numa grande e ardilosa trapaça. A tal iremos assistir com Costa em PM e o PS no governo. A austeridade continua. Os roubos aos portugueses também, com o aval de Costa e do PS. Vide caso do Banif, mais do mesmo. (HS / PG)

Portugal. ASSIS ASCO E COMPANHIA, PENDURAS QUE ADERIRAM AO PS POR TACHO

Mário Motta, Lisboa

Para terminar o ano em beleza e perceber um pouco da chafarica que vai no Partido Socialista temos a oportunidade, mais uma, de analisar um pendura que nada tem de comum com o referido partido mas ali se alapou e ascendeu a deputado do parlamento em Portugal e em seguida no parlamento europeu. Assis mostra que não é socialista, diz-se democrático mas sem convicção, nas práticas e declarações é um natural sujeito de direita sem vergonha, continuando a ser um mistério as razões porque aderiu ao Partido Socialista e não ao CDS ou ao PSD. Tal mistério só se desvanece quando lembramos que o sujeito se filiou no PS à procura de tacho, sendo ali, no PS, que a existia melhor oportunidade de saltar lá para dentro (do tacho).

O fim do ano 2015 em beleza tem que ver com a entrevista de Assis ao Público e referida no semanário Sol. Sol que destaca: “Em tempo de balanços, Francisco Assis arrisca uma previsão sobre a queda do Governo de Costa e não poupa nos elogios a Passos Coelho e à bancada parlamentar do CDS.”

E mais: “António Costa, para ter sucesso, terá de ter condições para escolher o tema e o momento da crise política anunciadora do seu fim. É aí que tudo se vai jogar e tal poderá suceder muito mais cedo do que antevê a maioria dos especialistas”, escreve Assis no Público”

É legitimo que Assis faça as declarações que muito bem entender. Cabe-nos aceitar democraticamente que o faça, assim como também é legítimo que o critiquemos. O quie não se compreende é que um deputado socialista elogie carrascos dos direitos, liberdades e garantias constitucionais que esbulharam os portugueses e os votaram à fome, ao desemprego, à miséria e até à morte. Ao admirar Passos e Portas, o PSD e o CDS, Assis assume-se um dos deles e não um socialista, e não um militante PS de facto. Porque aderiu ao PS em vez de ter aderir enquanto militante ao CDS ou ao PSD? Só pode ter sido por uma questão de oportunidade na obtenção de um tacho, de uma forma de vida fácil e nababa à custa dos contribuintes. Pelos vistos no PS a ascenção foi mais rápida que se aderisse ao CDS ou ao PSD. Outros há no PS que usaram os mesmos expedientes que Assis.

Os Assis, os Sousa Pinto e mais do bando - Sousa Pinto que já tem a sua dose opinativa aqui no PG (SOUSA PINTO, DEPUTADO E SOCIALISTAZINHO PORTUGUÊS EM PROL DA DEMOCRACIAZINHA) compõe a facção dos socialistazinhos em prol da democraciazinha. E está tudo dito. Por eles o PS jamais vingará naquilo que declara ser e fazer. Mal alguém no PS dá um passo para a esquerda a alcateia socialistazinha faz o trabalho do CDS e do PSD, da direita ressabiada. Tão ressabiada como os Assis e os Sérgios.

Que não hajam ilusões. O PS é um partido de pleno direito mas possui por definição um esse enganador, é socialista só por esse esse (S), por essa letra, e não na realidade. O PS é um partido a ver se se safa num eterno arco da governação, num eterno arco da corrupção, numa eterna política de ilusão para os portugueses. Afinal pouca diferença existe entre o PS e o PSD ou o CDS. O PS não é um partido político de esquerda.

Desiludam-se. O arco da governação está em funções. Temos mais do mesmo, independentemente de muitos no Partido Socialista querem e tudo fazerem para que as políticas tenham a componente possível de esquerda e que dignifiquem o PS.

A perspetiva é quase uma certeza: 2016 vai ser um ano de tormentos para os portugueses. Também vai ser um ano de tormentos para António Costa, ao querer convencer os portugueses que está a governar à esquerda quando na realidade governa à direita, tal qual os cânones do arco da governação. Temos a evidência do caso Banif, do apoio do PSD ao PS no parlamento, temos os aumentos de preços de bens essenciais, temos cortes a manterem-se no pessoal da administração (por exemplo) temos aumentos irrisórios aos pensionistas, de pura desconsideração à dignidade de quem tudo deu a este país durante a vida, etc.

Grande parte dos atuais políticos são de uma geração pendura, parasitária, que se revê em ascos como Assis, por isso os promove… e os profissionais da comunicação social também têm as suas responsabilidades nisso. A geração do 25 de Abril é para abater. Essa é a imagem que passa. Abater os velhos que deram seguimento à luta dos seus antecessores pela democracia e pela liberdade. Que suportaram durante 13 anos uma guerra colonial injusta e se rebelaram. Que numa manhã de Abril conquistaram os direitos de cidadania republicana numa sociedade livre que se pretendia justa, com o usufruto natural dos direitos humanos reconhecidos a toda a humanidade na carta das Nações Unidas - de que Portugal é signatário.

Atente, 2016 não vai ser ano pêra doce. Vai haver muito atropelo aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e, consequentemente, muita luta pela frente. Como é costume dizer-se: mais do mesmo.

Timor-Leste. 2016 JÁ CHEGOU ÀS TERRAS DO SOL NASCENTE, SOMOS SEMPRE OS PRIMEIROS A DAR AS BOAS-VINDAS AO NOVO ANO

Beatriz Gambôa, Díli

Pouco falta em Portugal e por todo o ocidente para darem as boas-vindas ao novo ano, por aqui, em Timor-Leste, já o fizemos há cerca de 9 horas. Houve muita folia, dormir pouco e ver que nos esperava uma manhã radiosa. Feliz ano novo!

Não me alongarei como o fizeram os meus companheiros anteriores desta postagem coletiva. Chega um novo ano e o optimismo paira nos ares. Timor-Leste está em paz, socialmente verificam-se melhorias, porém, ainda são poucos os que delas beneficiam. Cabe ao novo governo ampliá-las e acreditamos que o novo governo terá a necessária sensibilidade para o fazer.

Em 2017 é ano de eleições. O resultado é uma incógnita mas a perspetiva reside num partido político que, segundo apontam os rumores, está a ser construído à medida do atual Presidente da República, Taur Matan Ruak. Confiamos nele, oxalá isso aconteça e ele venha a ser chefe do futuro governo a partir do ano que vem.

Como vêem deixo aqui plasmado o meu optimismo. A vida deve ser condimentada com muita esperança e fé. É o que aqui fazemos em Timor-Leste. É o que desejo para os meus irmãos portugueses, para quem a vida não tem sido nada fácil durante estes últimos anos. Melhores dias virão.

Feliz ano novo, meus irmãos dos países da lusofonia! (BG / PG)

EM 2016 A LUTA VAI CONTINUAR EM MOÇAMBIQUE


Moçambique em 2015 reviveu a insurgência armada da Renamo. No centro do país foram mortos e feridos vários moçambicanos civis que nada tinham que ver com a contenda contra o Estado de Direito moçambicano movida pelos marginais chefiados por Afonso Dhlakama, também chefe da Renamo.

Quando se aproximaram as eleições e consequente possibilidade de mudança de Presidente da República, Dhlakama suspendeu as hostilidades. Foi a votos e foi preterido novamente pelos moçambicanos, assim como o seu partido, a Renamo.

De peripécia em peripécia Dhalakama delineou regressar progressivamente às hostilidades. A Renamo, na pessoa de Dhlakama, é um entrave à paz, à democratização e desenvolvimento do país. No final de 2015 a realidade demonstrou que o centro de Moçambique tem intermitentemente o quotidiano dos seus habitantes entre a paz e a guerra, entre o estar vivo e morto, conforme a vontade de Afonso Dhlakama.

Neste cenário Moçambique não pode ter esperança de poder enfrentar a crise económico-financeira que perturba todo o mundo com as forças com que enfrentaria normalmente se houvesse paz. A preocupação dos moçambicanos é evidente e absolutamente justificada. O centro de Moçambique está novamente a viver um cenário de ferro e fogo, as Forças Armadas de Moçambique, o governo, o Presidente da República, envidam todos os esforços para que a vida dos cidadãos no centro do país seja normalizada e a viver em paz. Não são esforços gorados mas sim muito difíceis, devido a ataques surpresa dos bandos armados que dão corpo às vontades destruidoras e sanguinárias de Afonso Dhlakama.

2015 reserva para os moçambicanos tempos difíceis (como em todo o mundo). Tempos difíceis que Afonso Dhlakama agrava ainda mais com as suas ações terrorista.

Em muitos de nós, moçambicanos, reina o pessimismo. Antevê-se um ano 2016 complicado. Uma coisa é certa: é no combate ao despotismo que se reforça a democracia, maior justiça na distribuição da riqueza, melhores condições sociais, etc. Portanto, a luta, em Moçambique, continua. (LV / PG)

Angola. SEM ESQUECER O PASSADO, VENCER OS DESAFIOS DO PRESENTE E EDIFICAR O FUTURO

Rui Peralta, Luanda

Angola atravessou um ano difícil. 2015 foi, sem dúvida, um ano difícil para Angola. Pela conjuntura internacional, que mostrou-se adversa e por erros internos, que são agora lidos, analisados e corrigidos. A actual situação angolana representa um desafio para a criatividade nacional, que deverá encontrar soluções alternativas e medidas eficazes que conduzam Angola a um futuro promissor e supere as actuais dificuldades. Para que isso aconteça é necessário consolidar e aprofundar a democracia, a participação, efectivar os direitos, liberdades e garantias, construir o bem-estar social e incentivar a cultura da Paz.

Desenvolvimento humano, conhecimento e criatividade são os factores-chave para o progresso, o desenvolvimento integrado e sustentável e a consequente transformação social. E aqui assume particular importância a cultura. É nesta, e mediante a sua acção, que a cidadania se realiza. A cultura surge da evolução e opera alterações na evolução. Torna-se evolutiva através da inovação, da organização, da técnica e das múltiplas e livres expressões individuais e sociais. O individuo evolui mentalmente, psicologicamente e afectivamente no seio da cultura. As sociedades evoluem, progridem, atingem metas e cumprem objectivos mediante a cultura.

Hábitos, costumes, práticas, saber-fazer, linguagem, relações, regras, valores, normas, ideias, mitos, rupturas, são elementos da cultura, que se perpetuam em constante reprodução e que geram a complexidade social, a pluridimensionalidade do Homem e a construção da cidadania. Sem cultura, recurso primordial, o Ser Humano é apenas “homo-sapiens”, um primata. Alimentada, protegida, assegurada, a cultura encontra na sociedade o veiculo que permite e gera as dinâmicas de progresso, instaurando e/ou regenerando normas, princípios, regras e valores.

A formação profissional, a formação intelectual e a educação cívica são, também, factores fundamentais para a construção da cidadania. A relação entre o sistema escolar e o sistema ocupacional é uma das “interfaces” estratégicas decisivas para o desenvolvimento socioeconómico. A educação – recebida pelo individuo no meio familiar e social, na instituição escolar, etc. – é um factor de produção essencial mas é, também, um passo vital para a construção da cidadania, da consciência cívica e patriótica e da convivência democrática. Por outro lado as novas dinâmicas económicas e sociais exigem um alargamento da formação profissional, seja em sistema pós-escolar seja em sistema escolar integrado, alicerçada em elevados critérios de qualificação (o saber, a qualificação académica) e de competência (o saber-fazer, a aptidão para trabalhar em grupo, a capacidade de ajuizar e de decidir, etc.).

Acelerar a diversificação económica, incrementar as exportações e reconstruir o mercado interno são prioridades que implicam maior investimento na educação e na formação técnico-profissional. Mas para que este processo possa ocorrer é necessário rigor nas finanças públicas e na gestão do erário público. Este é um processo que implica uma consistente reforma administrativa e uma profunda transformação nas políticas fiscais e nos mecanismos tributários e de arrecadação de receitas.

Esta nova dinâmica nacional implica, ainda, uma optimização da política social, que deverá ser alicerçada no reforço e implementação da segurança social, do sistema nacional de saúde pública e na revisão das políticas de emprego. O desemprego é uma realidade que não pode ser escamoteada e para a qual deverão ser criados mecanismos que permitam a subsistência dos cidadãos que caírem temporariamente nesta situação. É certo que as políticas de diversificação económica irão criar emprego, mas se não for efectuada uma correcta análise do contexto do processo de diversificação e se este for baseado na premissa exclusiva de combate ao desemprego, o risco de se gerar uma falsa descolagem da economia é elevado. A diversificação para resultar (e principalmente nos sectores da exportação) implica índices elevados de produtividade que apenas poderão ser atingidos através da introdução das novas tecnologias nos processos de produção, o que implica uma redução considerável da mão-de-obra.

As actividades relacionadas com a produção, distribuição, comercialização e serviços para o mercado interno poderão não absorver a mão-de-obra excedente o que originará bolsas de desemprego de longo-prazo. Este é um factor de desestabilização social pelo que torna-se prudente a criação de mecanismos financeiros que permitam a criação de um fundo de desemprego, medida que deverá ser integrada nas políticas de formação profissional e de reciclagem profissional, baseadas em processos de flexibilização das actividades profissionais.

Por fim, esta batalha necessita de racionalizar as políticas de segurança e de defesa. Esta racionalização deve ser não só inserida nas medidas de rigor da gestão pública, como também no reforço dos princípios e valores do Estado Democrático de Direito, consagrados na Constituição.

Angola vencerá, sem qualquer dúvida, esta batalha pelo desenvolvimento. A diversificação económica será cumprida e este momento difícil será superado pelo povo angolano, tal como foram superados todos os obstáculos que se atravessaram no caminho da nação. O Executivo angolano, sob a direcção do Presidente José Eduardo dos Santos, é a tradução visível deste esforço conjunto.

Em Paz, Liberdade e nos valores do Trabalho, princípios Históricos intrínsecos á luta do Povo Angolano serão vencidos os desafios do Presente e edificado o Futuro. E este é o contributo da Nação Angolana para um mundo melhor. (RP / PG)

Texto em edição e atualização progressiva, trabalhado por alguns autores do coletivo PG

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