Portugal.
PASSADO, PRESENTE E FUTURO DE UM PAÍS À BEIRA-MAR ESPOLIADO
A
terminar. Adeus 2015. Ano de excelência para políticos em conluio com a
ditadura dos Mercados, das Agências de Rating, da Banca. Enfim, ano de
excelência para os terroristas e ladrões que presidem, ministram, gerem,
manipulam a favor dos do grande capital global, do capital nacional (por
consequência). Ano excelso em Portugal para aqueles que espoliaram os portugueses
até à exaustão e que em conluio com a máfia financeira sepultaram Portugal e
portugueses no lodo da miséria roubando aos pobres para entregar aos ricos.
Sobressaem daqui Cavaco Silva, Passos Coelho e Paulo Portas como cabecilhas dos
roubos perpetrados a milhões de portugueses. Serão esses que veremos um dia
mais ou menos próximo serem condecorados por um qualquer dos seus cúmplices
partidários e ideológicos. Cerimónia à medida de Marcelo Rebelo de Sousa, a ser
eleito presidente da República em breve, como ditam as sondagens e,
principalmente, toda a máquina maquiavélica de propaganda e promoção
(comunicação social) que há anos transporta aquele sujeito saído das entranhas
do salazarismo. Cavaco vai embora de Belém mas fica. Sai um ex-PIDE fica um doutorado
em expedientes avançados e atualizados do salazarismo que lhe está nas tripas,
no coração e na mete. Esse é o odor que lhe trespassa a pele. Não existe
desodorizante que disfarce o pivete. É aos portugueses eleitores que compete
decidir se querem substituir Cavaco Silva por Cavaco Marcelo Silva Rebelo de
Sousa.
PAÍSES
LUSÓFONOS
Com
novo título nesta postagem Página Global optou por reeditar o constante em 2015,
O ANO DO GRANDE AFUNDANÇO DOS PORTUGUESES. 2016, MAIS DO MESMO?.
Parcialmente podem deparar com a reedição de alguns dos textos do referido
título mas se bem repararem há matéria novo. Matéria que corresponde a textos
de autores do nosso coletivo que tiveram a amabilidade de participar numa
postagem alargada que a seu modo cumpre a proposta de existência do Página:
primeiro a lusofonia ou destaque à lusofonia.
É
assim que agora neste novo título pode conferir a existência de Timor-Leste, de
Moçambique e de Angola em algumas notas sobre o passado (2015), presente e futuro
(2016) daqueles países, por enquanto. Contamos que outros autores do PG, noutros países da CPLP, se
juntem a este post coletivo.
Sejam
muito bem-vindos ao mundo em que se fala e escreve na língua portuguesa.
Redação PG
Portugal.
2015, SEQUÊNCIA DE QUATRO ANOS DE DEVASTAÇÃO DO PAÍS
Hélder Semedo, Coimbra
Não
trago aqui a retrospetiva dos acontecimentos mais marcantes em Portugal. O que
lá vai lá vai. Em 2015 fomos roubados com a pomposa classificação de
contribuintes. Os golpes de mão foram de autores já conhecidos, com destaque
para os mais ardilosos responsáveis pelos furtos que geraram desemprego, fome e
miséria: Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, com a cumplicidade de Cavaco Silva
no mais elevado grau de responsabilidades. Aqui também cabe referir outros
altos responsáveis pela miséria causada: os deputados da maioria PSD / CDS.
Os
roubos dos banqueiros, que levaram os bancos à falência foram cobertos pelo
roubo posterior aos contribuintes portugueses. Roubo com a chancela do então
governo. Vimos o festival de debulho durante os quatro anos de vigência desse
governo. Fomos roubados para salvar bancos e banqueiros, senhores da alta
finança, escumalha de colarinhos brancos que tem sido premiada com a impunidade
proporcionada pela justiça portuguesa, que é forte com os fracos e fraca com os
fortes. Fraca ou cúmplice, é igual.
Pela
Europa e pelo resto do mundo também tudo isso aconteceu. Temos assistido a
roubos à escala global. É a globalização. Globalização engendrada com os
propósitos que estão à vista, numa versão de Robin dos Bosques inversa: roubar
aos pobres para dar aos ricos. Referem produtos tóxicos que deram cabo do
canastro à economia global. Referem bolhas imobiliárias. Referem todo o género
de justificações ardilosas, não referem a corrupção, as operações das lavagens
de capital criminosas, capital com origens em tráfico de estupefacientes, de tráfico
de seres humanos, de tráfico de armamento, de medicamentos falseados, de
tráfico de crianças e correlativa pedofilia, etc., etc. Nem falam dos paraísos
fiscais para onde canalizam o produto dos seus crimes económicos. E esses, os
criminosos, estão postados em grandes e globais empresas, em grandes e globais
bancos, em maiores ou menores governos, de maiores ou menores países. A todos
esses crimes a justiça dos países reage quase sempre com impunidade. Em
Portugal também. Aliás, é suposto por grande parte dos cidadãos do mundo que os
setores de justiça estão comprados e comprometidos. Não serão todos os
operadores de justiça, apenas alguns, mas os suficientes para permitirem
proporcionar a impunidades aos maiores criminosos do mundo, aos que atentam contra
a humanidade. Obviamente que Portugal não é exceção. O grande capital tem as
mãos sujas de fuligem dos roubos e de sangue. Em Portugal os políticos em
concluio com o grande capital também estão sujos. As políticas impostas e
seguidas por Passos e Portas são a prova mais que suficiente de que foram
causadores da fome, miséria, violação de direitos fundamentais dos portugueses.
Os
setores que asseguravam bens sociais justos, como a saúde, a habitação, os
transportes, a educação, o emprego, vieram sendo destruição por via de uma
alegada liberalização que roça o fascismo e não é mais nem menos que a ditadura
do grande capital imposta a milhões de seres humanos. A democracia já foi.
Extinguiu-se no ato da votação após campanhas manipulatórias pejadas de mentirosos,
de vigaristas, de ardis como aqueles que Passos e Portas aplicaram e, ainda
hoje aplicam com os maiores descaramentos. A tudo isso, a esse quadro de
tenebrosos seres humanos e políticos soma-se Cavaco Silva e os ministros de um
governo de quatro anos que cometeu crimes nas urgências dos hospitais matando
velhos e novos, numa estatística que está por fazer e que deverá chegar a
centenas de vítimas desses crimes por via dos cortes financeiros e de recursos
que devem ser garante do Serviço Nacional de Saúde. Nesse capítulo um ministro
sobresaiu, o da Saúde. Paulo Macedo, também conhecido pelo Doutor Morte, teve
vários troféus pela mortandade conseguida devido ao setor da saúde quase
destruído. Ainda agora, que já não é ministro, que o governo de Passos já se
foi, a saúde continua a matar nas urgências pelas causas conhecidas: os cortes
deliberados a qualquer preço. Preço que tem custado muitas vidas. Quantas? A
estimativa é de algumas centenas. Talvez se venha a saber com maior exatidão.
Este
foi o 2015, sequência de quatro anos da fase de completa devastação do
país por uma seita que sempre encontrou apoio num pseudo presidente da
República e num grupo maioritário de deputados que defenderam interesses de
cores e razões traidoras e devastadoras do país e dos portugueses. Este ano que
agora finda foi o culminar dessas políticas de devassa de direitos
constitucionais, até algumas vezes desrespeitados por Cavaco Silva, presidente
do descalabro e do descrédito da instituição que devia honrar, a República.
Temos
novo governo, dito das esquerdas. Duvido. O Bloco Central está vivo, somente
hibernado. O Arco da Governação continua a existir, está somente envolvido numa
grande e ardilosa trapaça. A tal iremos assistir com Costa em PM e o PS no
governo. A austeridade continua. Os roubos aos portugueses também, com o aval
de Costa e do PS. Vide caso do Banif, mais do mesmo. (HS / PG)
Portugal. ASSIS
ASCO E COMPANHIA, PENDURAS QUE ADERIRAM AO PS POR TACHO
Mário Motta, Lisboa
Para
terminar o ano em beleza e perceber um pouco da chafarica que vai no Partido
Socialista temos a oportunidade, mais uma, de analisar um pendura que nada tem
de comum com o referido partido mas ali se alapou e ascendeu a deputado do
parlamento em Portugal e em seguida no parlamento europeu. Assis mostra que não
é socialista, diz-se democrático mas sem convicção, nas práticas e declarações
é um natural sujeito de direita sem vergonha, continuando a ser um mistério as
razões porque aderiu ao Partido Socialista e não ao CDS ou ao PSD. Tal mistério
só se desvanece quando lembramos que o sujeito se filiou no PS à procura de
tacho, sendo ali, no PS, que a existia melhor oportunidade de saltar lá para
dentro (do tacho).
O
fim do ano 2015 em beleza tem que ver com a entrevista de Assis ao Público e
referida no semanário Sol. Sol que destaca: “Em tempo de balanços, Francisco
Assis arrisca uma previsão sobre a queda do Governo de Costa e não poupa nos
elogios a Passos Coelho e à bancada parlamentar do CDS.”
E
mais: “António Costa, para ter sucesso, terá de ter condições para escolher o
tema e o momento da crise política anunciadora do seu fim. É aí que tudo se vai
jogar e tal poderá suceder muito mais cedo do que antevê a maioria dos
especialistas”, escreve Assis no Público”
É
legitimo que Assis faça as declarações que muito bem entender. Cabe-nos aceitar
democraticamente que o faça, assim como também é legítimo que o critiquemos. O
quie não se compreende é que um deputado socialista elogie carrascos dos
direitos, liberdades e garantias constitucionais que esbulharam os portugueses
e os votaram à fome, ao desemprego, à miséria e até à morte. Ao admirar Passos
e Portas, o PSD e o CDS, Assis assume-se um dos deles e não um socialista, e
não um militante PS de facto. Porque aderiu ao PS em vez de ter aderir enquanto
militante ao CDS ou ao PSD? Só pode ter sido por uma questão de oportunidade na
obtenção de um tacho, de uma forma de vida fácil e nababa à custa dos contribuintes.
Pelos vistos no PS a ascenção foi mais rápida que se aderisse ao CDS ou ao PSD.
Outros há no PS que usaram os mesmos expedientes que Assis.
Os
Assis, os Sousa Pinto e mais do bando - Sousa Pinto que já tem a sua dose
opinativa aqui no PG (SOUSA
PINTO, DEPUTADO E SOCIALISTAZINHO PORTUGUÊS EM PROL DA DEMOCRACIAZINHA)
compõe a facção dos socialistazinhos em prol da democraciazinha. E está tudo
dito. Por eles o PS jamais vingará naquilo que declara ser e fazer. Mal alguém
no PS dá um passo para a esquerda a alcateia socialistazinha faz o trabalho do
CDS e do PSD, da direita ressabiada. Tão ressabiada como os Assis e os Sérgios.
Que
não hajam ilusões. O PS é um partido de pleno direito mas possui por definição
um esse enganador, é socialista só por esse esse (S), por essa letra, e não na
realidade. O PS é um partido a ver se se safa num eterno arco da governação,
num eterno arco da corrupção, numa eterna política de ilusão para os
portugueses. Afinal pouca diferença existe entre o PS e o PSD ou o CDS. O PS
não é um partido político de esquerda.
Desiludam-se.
O arco da governação está em funções. Temos mais do mesmo, independentemente de
muitos no Partido Socialista querem e tudo fazerem para que as políticas tenham
a componente possível de esquerda e que dignifiquem o PS.
A
perspetiva é quase uma certeza: 2016 vai ser um ano de tormentos para os
portugueses. Também vai ser um ano de tormentos para António Costa, ao querer
convencer os portugueses que está a governar à esquerda quando na realidade
governa à direita, tal qual os cânones do arco da governação. Temos a
evidência do caso Banif, do apoio do PSD ao PS no parlamento, temos os
aumentos de preços de bens essenciais, temos cortes a manterem-se no pessoal da
administração (por exemplo) temos aumentos irrisórios aos pensionistas, de pura
desconsideração à dignidade de quem tudo deu a este país durante a vida,
etc.
Grande parte dos atuais políticos são de uma geração pendura, parasitária, que se revê em ascos como Assis, por isso os promove… e os profissionais da comunicação social também têm as suas responsabilidades nisso. A geração do 25 de Abril é para abater. Essa é a imagem que passa. Abater os velhos que deram seguimento à luta dos seus antecessores pela democracia e pela liberdade. Que suportaram durante 13 anos uma guerra colonial injusta e se rebelaram. Que numa manhã de Abril conquistaram os direitos de cidadania republicana numa sociedade livre que se pretendia justa, com o usufruto natural dos direitos humanos reconhecidos a toda a humanidade na carta das Nações Unidas - de que Portugal é signatário.
Grande parte dos atuais políticos são de uma geração pendura, parasitária, que se revê em ascos como Assis, por isso os promove… e os profissionais da comunicação social também têm as suas responsabilidades nisso. A geração do 25 de Abril é para abater. Essa é a imagem que passa. Abater os velhos que deram seguimento à luta dos seus antecessores pela democracia e pela liberdade. Que suportaram durante 13 anos uma guerra colonial injusta e se rebelaram. Que numa manhã de Abril conquistaram os direitos de cidadania republicana numa sociedade livre que se pretendia justa, com o usufruto natural dos direitos humanos reconhecidos a toda a humanidade na carta das Nações Unidas - de que Portugal é signatário.
Atente,
2016 não vai ser ano pêra doce. Vai haver muito atropelo aos direitos,
liberdades e garantias dos cidadãos e, consequentemente, muita luta pela
frente. Como é costume dizer-se: mais do mesmo.
Timor-Leste. 2016 JÁ CHEGOU ÀS TERRAS DO SOL NASCENTE, SOMOS SEMPRE OS
PRIMEIROS A DAR AS BOAS-VINDAS AO NOVO ANO
Beatriz Gambôa, Díli
Pouco falta em Portugal e por todo o ocidente para darem as boas-vindas ao novo ano, por aqui, em Timor-Leste, já o fizemos há cerca de 9 horas. Houve muita folia, dormir pouco e ver que nos esperava uma manhã radiosa. Feliz ano novo!
Não me alongarei como o fizeram os meus companheiros anteriores desta postagem coletiva. Chega um novo ano e o optimismo paira nos ares. Timor-Leste está em paz, socialmente verificam-se melhorias, porém, ainda são poucos os que delas beneficiam. Cabe ao novo governo ampliá-las e acreditamos que o novo governo terá a necessária sensibilidade para o fazer.
Em 2017 é ano de eleições. O resultado é uma incógnita mas a perspetiva reside num partido político que, segundo apontam os rumores, está a ser construído à medida do atual Presidente da República, Taur Matan Ruak. Confiamos nele, oxalá isso aconteça e ele venha a ser chefe do futuro governo a partir do ano que vem.
Como vêem deixo aqui plasmado o meu optimismo. A vida deve ser condimentada com muita esperança e fé. É o que aqui fazemos em Timor-Leste. É o que desejo para os meus irmãos portugueses, para quem a vida não tem sido nada fácil durante estes últimos anos. Melhores dias virão.
Feliz ano novo, meus irmãos dos países da lusofonia! (BG / PG)
EM
2016 A LUTA VAI CONTINUAR EM MOÇAMBIQUE
Leandro Vasconcelos, Maputo
Moçambique
em 2015 reviveu a insurgência armada da Renamo. No centro do país foram mortos
e feridos vários moçambicanos civis que nada tinham que ver com a contenda
contra o Estado de Direito moçambicano movida pelos marginais chefiados por
Afonso Dhlakama, também chefe da Renamo.
Quando
se aproximaram as eleições e consequente possibilidade de mudança de Presidente
da República, Dhlakama suspendeu as hostilidades. Foi a votos e foi preterido
novamente pelos moçambicanos, assim como o seu partido, a Renamo.
De
peripécia em peripécia Dhalakama delineou regressar progressivamente às
hostilidades. A Renamo, na pessoa de Dhlakama, é um entrave à paz, à
democratização e desenvolvimento do país. No final de 2015 a realidade
demonstrou que o centro de Moçambique tem intermitentemente o quotidiano dos
seus habitantes entre a paz e a guerra, entre o estar vivo e morto, conforme a
vontade de Afonso Dhlakama.
Neste
cenário Moçambique não pode ter esperança de poder enfrentar a crise
económico-financeira que perturba todo o mundo com as forças com que
enfrentaria normalmente se houvesse paz. A preocupação dos moçambicanos é
evidente e absolutamente justificada. O centro de Moçambique está novamente a
viver um cenário de ferro e fogo, as Forças Armadas de Moçambique, o governo, o
Presidente da República, envidam todos os esforços para que a vida dos cidadãos
no centro do país seja normalizada e a viver em paz. Não são esforços gorados
mas sim muito difíceis, devido a ataques surpresa dos bandos armados que dão
corpo às vontades destruidoras e sanguinárias de Afonso Dhlakama.
2015
reserva para os moçambicanos tempos difíceis (como em todo o mundo). Tempos
difíceis que Afonso Dhlakama agrava ainda mais com as suas ações terrorista.
Em
muitos de nós, moçambicanos, reina o pessimismo. Antevê-se um ano 2016
complicado. Uma coisa é certa: é no combate ao despotismo que se reforça a
democracia, maior justiça na distribuição da riqueza, melhores condições
sociais, etc. Portanto, a luta, em Moçambique, continua. (LV / PG)
Angola. SEM ESQUECER O PASSADO, VENCER OS DESAFIOS DO PRESENTE E EDIFICAR O FUTURO
Rui Peralta, Luanda
Angola atravessou um ano difícil. 2015 foi, sem dúvida, um ano difícil para
Angola. Pela conjuntura internacional, que mostrou-se adversa e por erros
internos, que são agora lidos, analisados e corrigidos. A actual situação
angolana representa um desafio para a criatividade nacional, que deverá
encontrar soluções alternativas e medidas eficazes que conduzam Angola a um
futuro promissor e supere as actuais dificuldades. Para que isso aconteça é
necessário consolidar e aprofundar a democracia, a participação, efectivar os
direitos, liberdades e garantias, construir o bem-estar social e incentivar a
cultura da Paz.
Desenvolvimento humano, conhecimento e criatividade são os factores-chave
para o progresso, o desenvolvimento integrado e sustentável e a consequente
transformação social. E aqui assume particular importância a cultura. É nesta,
e mediante a sua acção, que a cidadania se realiza. A cultura surge da evolução
e opera alterações na evolução. Torna-se evolutiva através da inovação, da
organização, da técnica e das múltiplas e livres expressões individuais e
sociais. O individuo evolui mentalmente, psicologicamente e afectivamente no
seio da cultura. As sociedades evoluem, progridem, atingem metas e cumprem
objectivos mediante a cultura.
Hábitos, costumes, práticas, saber-fazer, linguagem, relações, regras, valores,
normas, ideias, mitos, rupturas, são elementos da cultura, que se perpetuam em
constante reprodução e que geram a complexidade social, a pluridimensionalidade
do Homem e a construção da cidadania. Sem cultura, recurso primordial, o Ser
Humano é apenas “homo-sapiens”, um primata. Alimentada, protegida,
assegurada, a cultura encontra na sociedade o veiculo que permite e gera as
dinâmicas de progresso, instaurando e/ou regenerando normas, princípios, regras
e valores.
A formação profissional, a formação intelectual e a educação cívica são,
também, factores fundamentais para a construção da cidadania. A relação entre o
sistema escolar e o sistema ocupacional é uma das “interfaces” estratégicas
decisivas para o desenvolvimento socioeconómico. A educação – recebida pelo
individuo no meio familiar e social, na instituição escolar, etc. – é um factor
de produção essencial mas é, também, um passo vital para a construção da
cidadania, da consciência cívica e patriótica e da convivência democrática. Por
outro lado as novas dinâmicas económicas e sociais exigem um alargamento da
formação profissional, seja em sistema pós-escolar seja em sistema escolar
integrado, alicerçada em elevados critérios de qualificação (o saber, a
qualificação académica) e de competência (o saber-fazer, a aptidão para
trabalhar em grupo, a capacidade de ajuizar e de decidir, etc.).
Acelerar
a diversificação económica, incrementar as exportações e reconstruir o mercado
interno são prioridades que implicam maior investimento na educação e na formação
técnico-profissional. Mas para que este processo possa ocorrer é necessário
rigor nas finanças públicas e na gestão do erário público. Este é um processo
que implica uma consistente reforma administrativa e uma profunda transformação
nas políticas fiscais e nos mecanismos tributários e de arrecadação de
receitas.
Esta
nova dinâmica nacional implica, ainda, uma optimização da política social, que
deverá ser alicerçada no reforço e implementação da segurança social, do
sistema nacional de saúde pública e na revisão das políticas de emprego. O
desemprego é uma realidade que não pode ser escamoteada e para a qual deverão
ser criados mecanismos que permitam a subsistência dos cidadãos que caírem
temporariamente nesta situação. É certo que as políticas de diversificação
económica irão criar emprego, mas se não for efectuada uma correcta análise do
contexto do processo de diversificação e se este for baseado na premissa
exclusiva de combate ao desemprego, o risco de se gerar uma falsa descolagem da
economia é elevado. A diversificação para resultar (e principalmente nos
sectores da exportação) implica índices elevados de produtividade que apenas
poderão ser atingidos através da introdução das novas tecnologias nos processos
de produção, o que implica uma redução considerável da mão-de-obra.
As
actividades relacionadas com a produção, distribuição, comercialização e
serviços para o mercado interno poderão não absorver a mão-de-obra excedente o
que originará bolsas de desemprego de longo-prazo. Este é um factor de
desestabilização social pelo que torna-se prudente a criação de mecanismos
financeiros que permitam a criação de um fundo de desemprego, medida que deverá
ser integrada nas políticas de formação profissional e de reciclagem
profissional, baseadas em processos de flexibilização das actividades
profissionais.
Por
fim, esta batalha necessita de racionalizar as políticas de segurança e de
defesa. Esta racionalização deve ser não só inserida nas medidas de rigor da
gestão pública, como também no reforço dos princípios e valores do Estado
Democrático de Direito, consagrados na Constituição.
Angola
vencerá, sem qualquer dúvida, esta batalha pelo desenvolvimento. A
diversificação económica será cumprida e este momento difícil será superado
pelo povo angolano, tal como foram superados todos os obstáculos que se
atravessaram no caminho da nação. O Executivo angolano, sob a direcção do
Presidente José Eduardo dos Santos, é a tradução visível deste esforço
conjunto.
Em
Paz, Liberdade e nos valores do Trabalho, princípios Históricos intrínsecos á
luta do Povo Angolano serão vencidos os desafios do Presente e edificado o
Futuro. E este é o contributo da Nação Angolana para um mundo melhor. (RP / PG)
- Texto
em edição e atualização progressiva, trabalhado por alguns autores do coletivo
PG
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