Ainda
sobre o OE2016 e o terrorismo financeiro exercido pelos representantes e
defensores da alta finança global que ocupam os gabinetes e o pôr e dispor na
Comissão Europeia, na UE. A prosa é de 1 de Fevereiro, portanto já ultrapassada
na data e nas ações de terrorismo dos da EU que se deslocaram a Portugal para
fazer as pressões que consideraram possíveis de atingir os seus objectivos:
acachapar o governo de Costa e a maioria parlamentar que o apoia.
Artigo
retirado de Praça do Bocage, autoria de Manuel Augusto Araújo. É bom que se
leia. Principalmente aqueles que ainda não perceberam a quem servem os dos
poderes da pseudo União. A ditadura financeira tem ao serviço os seus mainatos,
a maioria deles nem foram eleitos. Porque será que lá estão? Abram os olhinhos.
Vejam se percebem onde estamos metidos com esta coisa obtusa a a que chamam EU.
É tempo de preparar a saída do euro e da UE. Mais vale cedo que tarde.
Redação
PG / CT
TERRORISMO
FINANCEIRO
Manuel
Augusto Araújo*
O
Orçamento de Estado 2016 (OE2016) está debaixo do fogo cruzado dos partidos da
oposição, de uma série de entidades supostamente dotadas de clarividência
técnica e politicamente neutras, contam com o apoio activo de uma comunicação
social mercenária ao serviço do grande capital e das políticas económicas
neo-liberais.
Os
alertas dos tecno burocratas da União Europeia, das agências derating, da UTAO
e do Conselho de Finanças Públicas que colocam em causa as contas do OE2016 têm
a extrema curiosidade de nunca terem posto em causa as contas dos quatro
Orçamentos de Estado do governo PSD-CDS que estavam tão bem feitas que foram
objecto de oito (!), repita-se oito(!), orçamentos rectificativos!!! Não se
ouviu alarido algum! Que credibilidade tem essa gente?
O
que os alarma é que nos celebrados mercados, a geringonça da financeira
especulativa, os juros continuam a cair nos últimos dias. Confiam nas contas do
OE2016? Confiavam nas políticas de austeridade e nas contas dos OE’s dos
governos PSD-CDS e por isso os juros foram baixando paulatinamente? Nada
disso! Baixaram porque o BCE interviu, continua a intervir, anuncia que vai
continuar a intervir nos mercados financeiros para ajudar os países endividados
a financiarem-se. Será bom lembrar que mesmo o FMI, o BCE, mesmo alguns membros
das comissões e instituições europeias e governos europeus colocam em causa o
quadro de forte austeridade imposto à periferia, que o Governo PSD-CDS, por
convicção ideológica, abraçou ultrapassando mesmo exigências datroika que
já eram desproporcionadsa e despropositadas. Acabaram por conduzir Portugal ao
estado miserável actual sem resolver nenhum dos problemas ditos estruturais.
Aumentaram a dívida soberana em relação ao PIB, era 91% em 2010, hoje é 137%.
Encheram os cofres de dívidas e passivos,empurrando para os anos seguintes a
resolução de uma dívida cada vez mais impagável. Aumentaram o desemprego para
taxas obscenas mesmo disfarçadas com malabarismos estatísticos. Alargaram
drasticamente o fosso entre os mais ricos, cada vez menos e mais ricos, e os
pobres cada vez mais e mais pobres, até Portugal ser o país mais desigual da
UE. Empobreceram o país, revogaram direitos sociais, económicos e políticos,
venderam privatizando empresas ao desbarato, destruiram parte substancial do
tecido económico de Portugal maioritaramente composto por pequenas e médias
empresas, cortaram salários, pensões e reformas a esmo, asfixiaram a maioria
dos portuguese com uma carga fiscal brutal enquanto concediam benefícios
fiscais às grandes empresas e bancos, tudo para se vangloriarem de uma saída
limpa que é uma ficção feita com buracos financeiros que se vão descobrindo, a
procissão ainda está no adro. As malfeitorias são mais que muitas tudo em nome
dessa coisa viscosa e falacciosa que é o não haver alternativa.
Agora,
comunicação social e partidos da oposição ao XXI Governo Cosntucional andam em
grande grita por todos os cantos e recantos atirando achas para a fogueira dos
que cosem em lume vivo o OE2016, recorrendo ao argumentário das tecnicidades,
uma rede onde se colocam todas as dúvidas sobre a validade das variáveis em que
se fundamenta o OE2016. Um trabalho de que se encarregam quatro agências de rating,
comissões técnicas da Comissão Europeia,conselheiros do Conselho Económico e
Social, do organismo da Assembleia da República para analisar a construção do
orçamento, UTAO, Conselho de Finanças Públicas, o organismo cuja missão é
avaliar a consistência das políticas económicas e financeiras, como se esses
ilustres técnicos estivessem esterilizados por uma dedicação exclusiva à
ciência económica, como se a ciência económica fosse uma ciência exacta. Como
se não visassem objectivos políticos. Um farisaismo sem fronteiras nem limites.
O
que essa gente não diz e oculta é que as expectativas económicas em parte
alguma são credíveis As expectativas dos orçamentos de Estado, dos
mercados de matérias primas, das bolsas são o resultado, são criadas pelas
agências de notação financeira, pela comunidade de peritos técnicos e pela
comunicação social. Tudo isso está sob o controle dos grandes bancos e do
grande capital especulativo e financeiro. São os.grandes bancos e o grande
capital especulativo e financeiro que encomendam as expectativas
“necessárias”.para sacarem lucro. Desde a crise dos subprime à actual
crise do mercado petrolífero isso é uma evidência indesmentível. A
credibilidade técnica é nula. Trabalham para interesses financeiros específico
imediatos e políticos a médio e longo prazo.
Fazer
depender um OE das notações das agências de rating, das avaliações
dos tecno-burocratas de Bruxelas, politicamente em linha com as políticas
conservadoras e neo-liberais, sem qualquer legitimidade e escrutínio
democrático, é querer impor uma diatadura a Portugal. É alinhar com o
terrorismo financeiro vigente! É travestir a realidade de o debate sobre o
OE2016 ser um debate político, que é o que o governo trava com Bruxelas. É
fingir que as análises das agências de rating e as outras comissões
técnicas são meramente técnicas e não são também políticas! Um gato que se anda
a vender com pertinácia por lebre na comunicação social.
Os
partidos da oposição e os media andam deliberadamente a procurar espalhar o
pânico. Procuram com afinco provocar efeitos externos pressionando fortemente
tanto a margem negocial do governo com Bruxelas como a enviar sinais alarmistas
para as famigeradas agências de notação. Há um medo generalizado que explode no
meio dessa gente como uma bomba atómica. Receiam que haja por parte da UE
alguma flexibilidade que prove ser possível fazer melhor do que eles fizeram, e
fizeram sempre mal, e que os sacrifícios exigidos durante quatro anos aos
portugueses foram excessivos e desnecessários. Foram uma fraude
política-económica sem resultados palpáveis, além dos já referidos.
Essa
a verdadeira razão que aduba a algazarra dos partidos na oposição e os seus
sustentáculos nos media. Gritaria que aumenta o volume quando assistem ao
marimbanço de França, Espanha e Itália aos avisos de Bruxelas. Quando os
tecno-burocratas de Bruxelas se inquietam com o que possa suceder nos tempos
mais próximos em Espanha onde o PP submeteu o país a um resgate, que
pudicamente não foi classificado como tal, e eventualmente poderá vir a ter um
governo que se oponha, como o nosso, às mais brutais medidas austeritárias. A
grande questão é a dimensão da economia espanhola que fará subir e trazer para
outro patamar a discusão sobre um atabalhoado Tratado Orçamental, onde se impôs
o conceito de défice estrutural, um conceito abstracto e artificial, que
se adicionou ao Pacto de Estabilidade e Crescimento em tempo e favorecendo a
desrelugação dos mercados, em benefício da especulação financeira, submetendo
as políticas públicas aos interesses privados, esmagando as políticas
económicas do sul com a ortodoxia económica do norte.
Portugal
é uma economia fraca e com menos peso político. Mas tem os mesmos direitos de
qualquer outro país da UE. É um país soberano e a sua dignidade não pode ser
enxovalhada. Foi isso que os governos do PSD-CDS nunca fizeram no debate político
com as instituições europeias em todos os níveis. Ir e vir com a bandeira na
lapela não tem significado algum quando não se defende o país e se passa a vida
de cerviz pelo chão, garantindo lá fora o que negavam cá dentro, caso das
medidas económicas que eram temporárias ou definitivas conforme os cenários e
os interlocutores, gabarolando-se de fazer mais do que lhe exigiam, quando o
que lhe exigiam já era bárbaro
O
terrorismo verbal em curso arranca de uma vigarice intelectual. Nada que os
constranga. O país tem que pagar o que deve arengam, como se as dívidas dos
países não fossem renogociáveis e resstruturáveis. Basta olhar para os EUA, a
sua gigantesca dívida, o modo, até muito pouco ortodoxo, como a negoceiam e
financiam desde que, em 1971, Nixon rompeu o acordo de Bretton Woods, recusando
resgatar dólares por ouro, porque não tinha ouro suficiente para entregar e num
golpe contabilistico reduziu em 35% a dívida pública dos EUA. Claro que os EUA,
são um gigante económico-financeiro, mas abriram um precedente seguido por
muitos outros países. As nossas cassandras querem nos fazer acreditar que as
dívidas dos países são equivalentes às dívidas domésticas, não distinguindo
também entre credores. Pouco lhes importa se esses credores são usurários e especuladores
navegando nas ondas dos mercados. É a jacobinice em estado quase puro.
O
terrorismo verbal em curso, do não estraguem o que fizemos às tiradas
telenoveiras da Cristas, do que se lê, ouve e vê na comunicação social tem que
ser activamente combatido. Portugal não pode estar à mercê desses
doutores fonsecas &burnay jihadistas de fato às riscas que fazem
atentados com bombas virtuais que tiveram e podem vir a ter consequências
devastadoras. Tentam dinamitar o diálogo do governo de centro-esquerda, que
procura melhorar razoavelmente a vida dos portugueses no quadro dos tratados
europeus, com uma Comissão Europeia, dominada por uma ortodoxia de
centro-direita, num momento em que está em curso na Europa, ainda que de forma
não muito assertiva, a discussão sobre essa ortodoxia e os efeitos
nefastos da estrita aplicação do Tratado Orçamental.
Não
se pode ceder a essa chantagem! É Portugal, são os portugueses que estão em
causa. É o nosso futuro colectivo que não pode ser uma miragem.
*Praça do Bocage – gravura de Bartolomeu Cid dos Santos
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