"É
sempre um problema quando um parceiro -- um parceiro dinâmico -- enfrenta este
tipo de problemas", destacou Mário Centeno, acrescentando que os
"problemas económicos de Angola são uma preocupação para Portugal não só
no setor bancário, mas para toda a atividade económica", face ao estreitar
de relações económicas entre os dois países na última década e apesar daquele
país representar, atualmente, menos de 3% das exportações.
A
atividade financeira constitui um problema ainda maior "face à
volatilidade típica deste setor", adiantou Mário Centeno, considerando, no
entanto, que o risco de Angola "tem sido gerido" nos últimos meses e
dando como exemplo o caso do BPI.
"Mesmo
assim é algo que precisamos de acompanhar, nesta dupla perspetiva: é um país
que tem uma importância crescente para nós, para a nossa economia, para as
nossas empresas e precisamos de conseguir de lidar com isso nesta
perspetiva", frisou.
Questionado
sobre a possível criação de um 'banco mau', já sugerida pelo primeiro-ministro
António Costa, o ministro das Finanças sublinhou que "é preciso fazer
alguma coisa para estabilizar o sistema bancário" e assumiu que o Governo
está "à procura de uma solução para reduzir o crédito malparado" na
banca, no atual contexto regulatório, descartando riscos para os contribuintes.
"Estamos
à procura de uma solução que não inclui recorrer ao dinheiro dos
contribuintes", garantiu Centeno, para quem o atual contexto regulatório
europeu impede que isso aconteça".
Sobre
eventuais preocupações dos investidores face ao que aconteceu com o BES e às
novas regras europeias de 'bail-in' (resgate interno) salientou que todos os
países se prepararam para o novo quadro regulatório - que vai ser implementado
ao abrigo da Diretiva de Recuperação e Resolução Bancária" (BRRD, na sigla
inglesa), a partir de 01 de janeiro de 2016 - e que é necessário
"evitá-lo" face à atual situação da banca.
Quanto
ao impacto das taxas de juro negativas sobre os bancos declarou que "é
preciso encontrar uma maneira de a banca voltar a ser rentável",
reconhecendo que os juros baixos são um problema a esse nível.
"As
baixas taxas de juro, algumas até negativas, têm um impacto sobre os bancos
portugueses e devem ser acompanhadas com cuidado", disse o ministro das
Finanças, frisando que "os riscos devem ser divididos entre todos os
participantes".
RCR
// MSF - Lusa
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