A
Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido da oposição em
Moçambique, tentou, na manhã de segunda-feira, ocupar o posto administrativo de
Chemba, na província Sofala (centro), informou hoje o porta-voz da Polícia
moçambicana.
"Homens
armados da Renamo tentaram ocupar o posto administrativo de Chemba, mas foram
imediatamente rechaçados pela polícia e decorrem ações para neutralizar estes
indivíduos", disse o porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de
Moçambique (PRM), Inácio Dina, falando durante a conferência de imprensa de
balanço semanal das atividades policiais.
De
acordo com moradores locais ouvidos pela Lusa, cinco homens armados assaltaram,
na manhã de segunda-feira, a sede de Chiramba, posto administrativo de Chemba,
tendo mantido refém o chefe da área.
"Eram
7:45 horas [6:45 de Lisboa] quando fortes disparos começaram em frente ao posto
administrativo, onde o chefe acabava de entrar uns 15 minutos antes",
disse à Lusa um morador que presenciou o incidente, acrescentando que
posteriormente o grupo "capturou professores, enfermeiros e a população
para avisar que tomou o controlo da zona".
Além
de invadir a sede da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no
poder em Moçambique há 40 anos, e retirar a bandeira do partido, segundo o
morador, o grupo tomou o controlo do posto policial local, depois de expulsar o
único agente que estava de serviço.
O
porta-voz da PRM disse hoje que a situação está controlada pelas autoridades,
referindo que "a vida do distrito continua" e a polícia está no
terreno para garantir a segurança das comunidades.
"A
situação está controlada", reiterou Inácio Dina, acrescentando que, apesar
da troca de tiros entre a polícia e os homens armados da Renamo, não houve
registo de vítimas mortais nem de feridos.
Moçambique
vive uma crise política e militar caracterizada por confrontos entre as forças
de defesa e segurança e o braço armado da Renamo e ataques em vários troços das
principais estradas do país na região centro atribuídos pelas autoridades ao
partido de oposição.
A
crise foi desencadeada pela recusa da Renamo em reconhecer a derrota nas
eleições gerais de 2014 e pela sua exigência de governar nas seis províncias
onde reivindica vitória nas urnas.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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