O
Bloco de Esquerda pode avançar com uma proposta de referendo se houver sanções
de Bruxelas a Portugal.
A
coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, disse, este domingo, que
se a Comissão Europeia avançar com sanções contra Portugal por défice excessivo
o partido colocará na agenda um referendo em Portugal sobre a Europa.
"Portugal
só pode responder recusando as sanções e anunciando que haverá um referendo
nacional"
"Se tomar uma iniciativa gravíssima de provocar Portugal, a Comissão declara guerra a Portugal. Pior ainda, se aplicar sanção e usar para pressionar o Orçamento [do Estado] para 2017 com mais impostos, declara guerra a Portugal. E Portugal só pode responder recusando as sanções e anunciando que haverá um referendo nacional", advertiu a bloquista, que falava em Lisboa na sessão de encerramento da X Convenção do partido.
No próximo Conselho Europeu, reunião dos chefes de Estado e de Governo a decorrer esta semana em Bruxelas, o Governo português deve recusar as sanções "inéditas, inaceitáveis e provocatórias" com que a Comissão Europeia "ameaça Portugal", prosseguiu a coordenadora do bloco.
Presente
na Convenção e depois de ter ouvido Catarina Martins a defender um referendo, o
secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, disse que
este não é "o tempo para referendos". "Não nos parece que seja
tempo para referendos, é tempo para nós defendermos uma Europa capaz de
responder aos problemas sentidos pelos povos europeus e esse é um objetivo
também nosso", respondeu o governante. Segundo Pedro Nuno Santos, "as
inquietações que o BE revela sobre a União Europeia" são partilhadas pelo
Governo.
BE
proporá ao Governo um aumento real das pensões
A
coordenadora do Bloco de Esquerda anunciou ainda, no quadro das negociações do
Orçamento do Estado para 2017, proporá ao Governo um aumento real das pensões e
o descongelamento do indexante de apoios sociais.
Em
relação ao Orçamento do Estado para 2017, Catarina Martins disse que já se
encontram no acordo de viabilização do Governo socialista medidas como o
aumento do salário mínimo nacional para 557 euros em janeiro próximo e a
introdução de uma maior progressividade nos escalões do IRS.
A
lista da moção A para a Mesa Nacional, encabeçada por Catarina Martins, teve
470 votos, conseguindo 64 dos 80 mandatos, enquanto a moção R elegeu nove
membros e a lista B sete.
Em
causa está a próxima liderança do partido, já que a coordenação da Comissão
Política cabe normalmente à lista mais votada para a Mesa Nacional, órgão
máximo entre convenções.
Jornal de Notícias – Na foto:
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins - Tiago Petinga / Lusa
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