O
chefe do Estado-Maior cabo-verdiano, Anildo Morais, apelou hoje para o
"arregaçar de mangas" nas Forças Armadas para um "efetivo
regresso à normalidade", após a morte de 11 pessoas num posto militar na
ilha de Santiago.
"É
o momento de começarmos a trabalhar para um efetivo regresso à normalidade,
depois da situação com o caso de Monte Txota. É o momento de arregaçarmos as
mangas", disse Anildo Morais.
O
Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA) falava hoje na tomada de posse
do novo comandante da terceira região militar de Cabo Verde, de que depende o
destacamento militar de Monte Txota, no concelho de São Domingos, onde, em
abril, foram encontrados mortos oito militares e três civis.
O
suspeito da autoria das mortes, um militar do mesmo destacamento, está detido
no Estabelecimento Prisional Militar, devendo começar a ser julgado após as
férias judiciais, em outubro.
A
substituição do comandante da terceira região militar e dos diretores da Escola
Militar e do serviço de informações militares encerra o ciclo de substituição
das chefias das Forças Armadas que se seguiu ao crime, na sequência do qual o
anterior CEMFA colocou o lugar à disposição.
Em
declarações à agência Lusa, Anildo Morais adiantou que, quase cinco meses
depois do acontecido, nas Forças Armadas não se sente "nenhuma
anormalidade", e que esta é sobretudo uma mensagem para fora da
instituição.
"Esta
é uma mensagem para fora da instituição porque fomos, de certa forma, muito mal
julgados durante este processo e queremos passar uma mensagem de que, como
instituição militar lamentamos claramente o sucedido, mas estamos a funcionar
normalmente e o moral e o bem-estar dos nossos militares é normal", disse.
O
caso Monte Txota gerou um amplo debate sobre o funcionamento e as fragilidades
das Forças Armadas cabo-verdianas, tendo sido questionados os critérios de
seleção dos militares e surgido denúncias de alegados maus tratos no interior da
instituição.
Durante
a sua intervenção, Anildo Morais sublinhou ainda a intenção de rever o sistema
de avaliação individual dos militares, de melhorar a operacionalidade das FA e
de simplificar os procedimentos administrativos e de gestão, nomeadamente com
recurso à utilização das novas tecnologias de informação.
O
novo comandante da 3.ª Região Militar, o tenente-coronel Mário Vaz de Almeida
Furtado, sublinhou a necessidade de alocar recursos humanos e materiais à
Escola Militar, bem como ao serviço de informações militares.
Mário
Vaz de Almeida Furtado substitui no cargo o tenente-coronel Carlos Mendes Lopes
Sousa Monteiro, que transita para a Escola Militar como diretor.
O
serviço de Informações Militares passará a ser dirigido pelo major José António
Soares Vieira.
CFF
// VM - Lusa
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