quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

MAIS DEMOCRACIA!



Pedro Bacelar de Vasconcelos – Jornal de Notícias, opinião

1. É um facto bem conhecido que a globalização económica e as relações de interdependência crescente - aceleradas pelas novas tecnologias e por distintas experiências de integração regional - vieram, nas últimas décadas, impor múltiplos condicionamentos à autonomia real dos estados. Essa autonomia, originalmente construída por filósofos e juristas como um "poder soberano", é ainda o fundamento do direito internacional e das democracias modernas, onde a "soberania popular" se transformou em princípio constitucional e fundamento da legitimidade de todo o poder político.

2. Inversamente, os novos poderes emergentes nas áreas económicas e nos mercados financeiros ampliaram a sua influência à margem das fronteiras territoriais e ameaçam hoje as instituições, as garantias e os valores que arduamente tinham logrado proteção nas instituições públicas do Estado de Direito. Consequentemente, fica perturbado o próprio sentido da representação democrática perante a desresponsabilização objetiva dos eleitos. As escolhas políticas dos cidadãos tornam-se irrelevantes e destrói-se a legitimidade do poder político, abrindo as portas ao populismo e às tentações autoritárias.

3. Na União Europeia manifestam-se hoje perigosamente todos esses sintomas, em consequência da crise económica e financeira, que persiste, mas também como resultado das insuficiências do processo de integração política e da concepção defeituosa da arquitetura da União Monetária, numa Europa tão obcecada com o combate ao défice orçamental que se esqueceu de um outro problema muito mais grave e premente, de que verdadeiramente depende o seu futuro: o défice democrático!

4. As instituições atuais da União Europeia não dispõem de autoridade política suficiente para compensar os egoísmos nacionais, para contrapor às violações da liberdade de circulação promovidas por alguns estados-membros, ao preconceito e à agressividade contra os estrangeiros, cultivados por movimentos da extrema-direita e corroborados pelas políticas prosseguidas impunemente pelos governos da Hungria, da Polónia, da República Checa, da Eslováquia e até, recentemente, pelo parlamento da Dinamarca! Os elevados níveis de interdependência política que a União já atingiu, agravados pela excepcionalidade da situação crítica que atualmente enfrenta, reclamam uma legitimidade política que não está ao alcance da Chanceler alemã ou de outro chefe de governo de qualquer Estado-membro.

5. Nem o Conselho nem a Comissão Europeia gozam da legitimidade política indispensável para exigir aos povos da periferia meridional da União, flagelados pelos efeitos assimétricos do euro e pelas políticas de austeridade impostas pelos credores internacionais, os mais duros sacrifícios. A Alemanha não consegue, nem sequer pelo seu exemplo, impor aos vizinhos do Leste o respeito devido aos tratados que subscreveram. Os burocratas da Comissão não conseguem garantir os fundos requeridos pelo programa de estímulo ao emprego e ao crescimento económico prometido pelo seu Presidente. O Banco Central Europeu responde penosamente às súbitas emergências financeiras provocadas pela ganância especulativa dos mercados internacionais.

6. Perante a desesperada vaga de refugiados que bate à nossa porta, a Europa propõe-se discutir a criação de uma "guarda costeira" para combater os traficantes, pondera novas limitações à soberania territorial dos estados-membros, para castigar os gregos, e prepara-se para implorar a intervenção "redentora" da NATO como paliativo para a sua hipócrita demissão.

7. Não basta denunciar as faltas de solidariedade que quotidianamente testemunhamos. Para conseguir a autoridade que lhe falta, a Europa precisa de mais democracia!

Portugal. UTAO contraria "histeria mediática" sobre credibilidade das previsões



O PS considerou hoje que o relatório da UTAO contraria, "em grande medida, uma certa histeria mediática que se criou em torno da credibilidade" do cenário macroeconómico da proposta de orçamento, apresentada pelo Governo.

Em declarações à agência Lusa, o deputado do PS João Galamba elogiou o trabalho "muito competente" da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que apresentou na quarta-feira a versão final da sua análise à proposta do Orçamento do Estado para 2016 (OE2016) do Governo.

"O relatório da UTAO desmente, em grande medida, uma certa histeria mediática que se criou em torno do orçamento, embora a UTAO aponte riscos positivos e negativos, como fez em relação a todos os orçamentos", disse o deputado, referindo que a análise da UTAO "se pronuncia detalhadamente sobre os pressupostos" das previsões do Governo e também do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia.

Para o deputado socialista, a avaliação dos técnicos independentes que apoiam o parlamento indica que "a estimativa do Governo, não só é fundamentada, como é conservadora", e que, no caso do consumo, "o risco é ascendente, ou seja, pode crescer mais", admitindo que "os ganhos das medidas de apoio ao rendimento que estão no OE2016 devem ter um impacto no consumo privado que até deve ser maior do que o que está previsto".

Além disso, o deputado João Galamba disse que, "se se comparar o que a UTAO disse sobre o Programa de Estabilidade, do anterior governo, com o que diz agora, a conclusão é evidente e é que este quadro macroeconómico é significativamente mais credível do que o anterior".

No seu relatório final sobre a proposta orçamental, a UTAO recorda que o contributo do consumo privado passará de 1,7 pontos percentuais em 2015 para 1,6 pontos percentuais, o que está "em linha com o ligeiro abrandamento do crescimento", que será de 1,8% em 2016.

Os técnicos indicam ainda que "o cenário do OE2016 considera uma desaceleração do consumo privado, apesar do aumento previsto para as remunerações", o que se justifica com a previsão de "um ligeiro aumento na taxa de poupança".

Em relação à taxa de poupança, a proposta do OE2016 antecipa um ligeiro aumento, de 4,7% em 2015 para os 4,8% do rendimento bruto disponível em 2016, uma subida que a UTAO afirma ser "consistente com a projeção para a continuação do aumento do consumo privado".

Lusa, em Notícias ao Minuto

BANCO DE PORTUGAL/CARLOS COSTA. A LEPRA DO SISTEMA BANCÁRIO PORTUGUÊS




O Banco de Portugal é um dos principais temas de hoje na comunicação social. Aqui no PG também encontrará a seguir, mais em baixo, as considerações de Mário Motta sobre o tema, seguidas das referências de Martim Silva no Expresso Curto que alimenta as manhãs do PG. Do muito que se diz sobre o Banco de Portugal falta acrescentar que aquela instituição com Carlos Costa a governar se transformou na lepra do sistema bancário português. Alguma da responsabilidade já vem do anterior governador do BP, Vítor Constâncio, mas disso já ele lavou as mãos e recatou-se num tacho no Banco Central Europeu.

Constâncio já foi agraciado com várias e elevadas condecorações. Na Wikipédia consta dele a seguinte triste realidade do seu desempenho enquanto governador do BP - substituído posteriormente por Carlos Costa: “Em 2010, ano em que errou as previsões macroeconómicas e de falhas na supervisão bancária por não ter actuado ou o fazer tardiamente nos casos BPN, BCP e BPP, e que custaram aos contribuintes portugueses um montante superior a 9.500 milhões de euros,[4] [5] [6] [7] viu todavia reconhecidos os seus méritos na União Europeia, sendo nomeado em 2010 vice-presidente do Banco Central Europeu,[1] num mandato que durará oito anos e onde é responsável pela supervisão bancária.”

Os méritos reconhecidos, como consta, sobre Constâncio, também incluem a lepra que contaminou o Banco de Portugal. Carlos Costa, seu sucessor tem vindo a conseguir pior. Assim será e provavelmente constará no relatório que Costa não divulga por nada deste mundo. Relatório que já é requerido por várias entidades, incluindo no Parlamento. Costa não quer mostrar o que se suspeita ser a sua certidão de óbito enquanto governador do BP, o que dá origem a que se pense e afirma o pior dele. Ou afinal Carlos Costa ainda é mais incapaz, incompetente, trafulha, do que aquilo que é voz corrente entre os portugueses* A insegurança e a desconfiança imperam sopbre o sistema bancário em Portugal, Costa ajuda a que assim aconteça. Como se não bastasse sabermos que naquele antro têm predominado os desonestos, os incompetentes, os vigaristas intitulados donos disto tudo… Deste modo, Carlos Costa, assemelha-se a outro que tal.

No site da TSF podemos ler o que seguidamente lhe apresentamos. Ali também tem à sua disposição os áudios. Que se saiba, por enquanto, nem o CDS, nem o PSD, formalizaram declarações sobre o assunto do dia: Banco de Portugal/Carlos Costa. Passos Coelho, em Bruxelas, declarou que existem factos de grande gravidade sobre o assunto mas que não fala disso em Bruxelas. Que o fará em Lisboa. Ficamos à espera. Desconfiados, como é sempre recomendável com a pessoa de Passos Coelho. Um pé atrás, porque não podem ser dois ou três.

Para além de recorrermos à TSF reservamos para si artigo do Dinheiro Vivo sobre em que “condições pode sair Carlos Costa” do cargo de Governador do Banco de Portugal. Já que não tem vergonha e não se demite, exonerem-no. Livrai-nos do mal.

Aqui tem, a seguir, o que sucintamente convém não perder sobre Carlos Costa e o Banco de Portugal - lepra do sistema bancário português.

Redação PG / CT
  
PS aponta "falta de confiança" no BdP e defende mudança de atitude

Carlos César considera que os depositantes e utilizadores do sistema financeiro têm de recuperar a confiança e que a imagem do regulador é de crescente fragilidade.

O líder parlamentar do PS, Carlos César, defendeu esta quinta-feira no parlamento mudanças no Banco de Portugal (BdP), considerando que os depositantes e utilizadores do sistema financeiro têm de recuperar a confiança e que a imagem do regulador é de crescente fragilidade.

Estas posições foram assumidas em declarações aos jornalistas por Carlos César, também presidente dos socialistas, depois de questionado se o PS entende que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, deve sair das suas funções.

"Há uma realidade que os portugueses vivem de alguma falta de confiança, ou pelo menos de uma avaliação frágil, quer dos depositantes, quer dos utilizadores do sistema bancário, em relação ao regulador, o Banco de Portugal", sustentou o presidente da bancada socialista.

De acordo com Carlos César, "a fragilidade detetada na atuação do Banco de Portugal não tem sido minorada, tendo pelo contrário sido agravada".

"Seguimos sempre com alguma preocupação a ação do Banco de Portugal e, em particular, o caso dos lesados do BES (Banco Espírito Santo), em relação ao qual há uma lentidão excessiva na tomada das decisões necessárias para que esse processo tenha o andamento adequado", referiu o presidente do PS, a título de exemplo.

Para o líder da bancada do PS, em termos mais imediatos, será importante que o Banco de Portugal "seja mais regenerado e que recupere os níveis de confiança que os depositantes e utilizadores do sistema bancário requerem".

"Estou convencido que alterações muito radicais no Banco de Portugal, numa fase em que existem fragilidades múltiplas nos planos interno e externo, não são prioridade. Mas é prioridade uma mudança de pró-atividade e um melhor desempenho ao nível da precaução por parte do Banco de Portugal, tendo em vista que o sistema financeiro português recupere a sua credibilidade e o equilíbrio que necessita", contrapôs o ex-presidente do Governo Regional dos Açores.

Interrogado se o PS defende claramente que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, deve abandonar as suas funções a curto prazo, Carlos César fez uma pausa por alguns segundos e respondeu: "Não devem existir perturbações excessivas no Banco de Portugal que agravem as fragilidades que hoje já conhecemos no sistema financeiro e na confiança interna e externa, quer no regulador, que nos bancos em geral".

Ou seja, segundo Carlos César, no plano imediato, "o melhor seria que o Banco de Portugal resolvesse os problemas que tem pendentes e que não está a resolver" e, por outro lado, "que recuperasse a confiança por parte dos depositantes e dos utilizadores do sistema bancário, de forma a que o país viva com maior tranquilidade".

O presidente do Grupo Parlamentar do PS defendeu mesmo que o setor financeiro está "a penalizar muito a imagem externa do país e está a comprometer muito a confiança dos cidadãos e das empresas".

Este setor, acrescentou Carlos César, "onera especialmente a execução orçamental para o próximo ano e neste ano corrente".

TSF com Lusa

BE, PCP e PS exigem divulgação de relatório sobre atuação do BdP no BES

Mariana Mortágua reafirmou que, caso se confirmem as falhas, Carlos Costa deve ser afastado. João Galamba e Miguel Tiago dizem que a prioridade é conhecer o relatório.
O BE, PCP e PS exigem a divulgação do relatório sobre a atuação do Banco de Portugal (BdP) no caso BES.

Mariana Mortágua (BE), no Fórum da TSF, reafirmou que caso se confirmem as falhas, que suspeita que estejam apontadas no relatório, Carlos Costa deve ser afastado do BdP. João Galamba, pelo PS, diz que a prioridade é conhecer o relatório.

Miguel Tiago, deputado do PCP, também considera essencial que o relatório seja divulgado, anunciando que os comunistas, ainda esta quinta-feira, irão pedir o acesso ao documento.

O deputado do PCP acrescentou ainda que há muito que existem sinais de que houve falhas graves na ação do governador do BdP.

Jorge Garcia – TSF

Banco de Portugal. Em que condições pode sair Carlos Costa

Governador foi alvo dos ataques de António Costa por causa da questão dos lesados do BES

O Governador do Banco de Portugal está cada vez mais cercado. Carlos Costa foi alvo, na quarta-feira, de um ataque direto do primeiro-ministro. António Costa culpou o supervisor pela resolução da situação dos lesados do BES, que dão até ao início de março para o supervisor nomear um representante nas negociações. Um relatório secreto sobre o caso BES e que, alegadamente, fala em “falta grave” na supervisão dos problemas do BES, é outro elemento para a contestação de Carlos Costa. Mas em que condições é que é possível a saída do líder da supervisão bancária em Portugal?

Conforme o Dinheiro Vivo escreveu em dezembro de 2015, Carlos Costa é inamovível e só pode ser exonerado sob proposta do ministério das Finanças, aprovada por resolução em Conselho de Ministros. A Lei Orgânica do Banco de Portugal refere que os membros do conselho de administração “são escolhidos de entre pessoas com comprovada idoneidade, capacidade e experiência de gestão, bem como domínio de conhecimento nas áreas bancária e monetária”. E “são inamovíveis, só podendo ser exonerados dos seus cargos caso se verifique alguma das circunstâncias previstas no n.º2 do artigo 14.º dos Estatutos do SEBC/BCE. E que condições são essas? “Um governador só pode ser demitido das suas funções se deixar de preencher os requisitos necessários ao exercício das mesmas ou se tiver cometido falta grave“, de acordo com os estatutos. O documento permite que uma eventual decisão de exoneração possa ser contestada pelo governador em causa ou pelo Conselho do BCE, através de recurso da decisão de demissão para o Tribunal de Justiça com “fundamento em violação do presente Tratado [Estatutos] ou de qualquer norma jurídica relativa à sua aplicação”. Leia aqui. Miguel Beleza: Confronto entre Governo e Banco de Portugal deve ficar por aqui O prazo limite para a apresentação dos recursos é de dois meses, a contar da publicação da decisão ou da notificação ao governador exonerado. Depois de ter sido nomeado pela primeira vez no governo de Sócrates em 2010, Carlos Costa foi reconduzido em 2015 para um segundo mandato de cinco anos. Pela primeira vez, um governador foi ainda sujeito a uma audição no Parlamento, devido à entrada em vigor de novas regras, em resultado de uma proposta do Partido Socialista. A recondução do governador mereceu na altura duras críticas do líder do PS e agora primeiro-ministro. Na iniciativa Redação Aberta do Negócios, António Costa referiu que a “imagem do Banco de Portugal está degradada”. Mais recentemente, defendeu uma reflexão alargada para encontrar “um novo desenho institucional” para a supervisão.

Diogo Ferreira Nunes – Dinheiro Vivo

Banco de Portugal. OUTRO CARLOS COSTA COM ALGUMA VERGONHA JÁ SE TINHA DEMITIDO



A vida custa, Costa! Conhecemos a exclamação de uns quadros de programa da SIC. Também conhecemos porque na realidade a vida custa a ser vivida com alguma dignidade, para a maioria. Nestes últimos anos até essa alguma dignidade dos portugueses foi roubada. Desde que entrou em cena Cavaco Silva, Passos Coelho e Paulo Portas que tem sido uma lástima. O debulho até atingiu a dignidade das pessoas, a miséria tem sido o prato forte. Dignidade, falemos disso.

Perda de dignidade também tem sido o prato forte de Carlos Costa, o intocável governador do Banco de Portugal. Os portugueses que acompanham o mais possível a par e passo os “fretes” desse sujeito no mau desempenho das suas funções consideram que o homem perdeu a dignidade há tempos largos, perdeu a palavra por incumprimento, perdeu a oportunidade de zelar pelos interesses dos portugueses em vez de zelar pelos interesses dos Salgados, dos Insonsos e dos Meiosal que enxameiam as tangas nacionais da bancaria. E é desse mesmo que falamos. O Costa de cabelos brancos que nem por isso se respeita. Que nem por isso tem uma réstia de honestidade e reconhecimento do seu mau desempenho no cargo de governador do BP e não se demite. Ali está, de pedra e cal. Sem vergonha. Que não se espante com os tratos de polé dos plebeus. Dos Lesados do BES e dos outros Lesados. O Expresso Curto vem aí e aborda mansamente o assunto.

Com muitos sem meiguice mas com sentimentos e repugnância por Carlos Costa à flor-da-pele ouviram-se esta manhã no Fórum da TSF. Que “não cumpriu a sua palavra”, “o que é que ele está lá a fazer”, no BP. “Até parece que está a proteger os banqueiros e seus bancos em detrimento dos portugueses e de Portugal”. Enfim, um ror de desabafos que só alguém sem vergonha aceita ser assim arrastado na praça pública. É Carlos Costa. Está tudo dito.

Confiar nele? Nem por sombras. Isso mesmo foi assinalado pelo primeiro-ministro, António Costa. Mas Carlos Costa nem assim se demite. Lá está o que disseram: “É um sem-vergonha.” Que coisa. Pois é. Pois.

E a ASAE e seus números de infrações declarados manipulados? Que não é nada disso, diz o manda-chuva lá do burgo.  Os números de infrações caíram por os portugueses estarem mais asseados, mais cumpridores da legislação em causa. Pois.

E você acredita? Grande tanso.

Quem não acredita é a associação sindical de inspetores do ramo. Que os números estão manipulados. Basta. Concluímos há muito que estamos a suportar um país de vigaristas, de imundos doutores que andaram nas universidades para enganar o país… E o país somos todos nós. Sem exceções. O que quer dizer que os doutores vigaristas também se enganam a eles próprios e ás suas famílias. O que é que vulgarmente se chama a isso? Sacanas. Pois claro. Andamos a pagar impostos para suportar universidades que estão a formar alguns futuros sacanas? Admitir isso é horrível. Esperemos que tais jagunços sebentosos não sejam tantos como os mais pessimistas admitem. Devem ser só alguns. A ocasião faz o ladrão, ou o sacana. Não é?

Siga devagarinho para o Expresso Curto, hoje com Martim Silva. E diga baixinho: brexit. É essa coisa sobre a saída ou não saída do Reino Unido, da Inglaterra, da Grã-Bretanha (três em um) da União Europeia. Não vai sair. Vai é reclamar para si melhores condições. Benesses e etc. Grande União! Que nunca foi nem nunca será!

Good afternoon. Care of the bastards in Portugal, the European Union and the rest of the world. (Boa tarde. Cuidado com os sacanas em Portugal, na União Europeia e no resto do mundo.)

Redação PG / MM

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

Martim Silva - Expresso

Costa vs Costa

Bom dia,

Hoje e amanhã Reino Unido e parceiros da União Europeia medem forças no Conselho Europeu. Hoje também, Porto, Sporting e Braga têm confrontos europeus com Dortmund, Leverkusen e Sion.

Mas o grande duelo a seguir é mesmo... Costa vs Costa.

O primeiro-ministro lançou ontem um ataque frontal, e muito pouco habitual para quem ocupa as suas funções, ao Banco de Portugal e em particular ao seu líder.

O uppercut de Costa a Costa foi duro e forte. Será que deixa marcas?
“Tenho de lamentar a forma como a administração do Banco de Portugal tem vindo a arrastar esta matéria”, disse Costa (o PM),acusando Costa (o Governador) de com a sua atuação estar a impedir clientes do antigo BES de reaverem as suas poupanças.

À noite, na SIC Notícias, Bagão Félix, no seu habitual espaço de comentário, já veio considerar as afirmações do primeiro-ministroinfelizes.

Sobre este tema, o jornal que hoje mais o destaca é o Negócios, que faz manchete. “António Costa aperta cerco a Carlos Costa”. Lá dentro, o jornal lembra que esta é a terceira vez em três meses que o Executivo socialista ataca o Banco de Portugal, mas a primeira em que Costa aponta diretamente o dedo à administração liderada por Carlos Costa (as críticas anteriores referiram-se à falta de capacidade do BdP para gerir processos de resolução e bancos e, depois, o desacordo quanto à decisão de reenviar para o BES dívida sénior que estava no Novo Banco).

Refira-se que o Governador do Banco de Portugal não pode legalmente ser demitido pelo Governo.

As palavras de Costa sobre Costa não são o único ponto de ataque dos socialistas ao supervisor bancário.

Se pela frente o primeiro-ministro dá um golpe no Governador, pelo flanco os socialistas preparam outra jogada: como refere hoje o Diário Económico, PS e Bloco de Esquerda querem usar na Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso Banif o relatório da consultora Boston Consulting Group (BCG) que avaliou a atuação do supervisor no caso BES. Em causa, adianta o jornal, está uma eventual referência no documento à existência de uma “falta grave” de Carlos Costa na abordagem aos problemas do Banco Espírito Santo.

O inquérito parlamento ao caso Banif está a arrancar, mas pelos vistos está a começar mal e cheio de quezílias partidárias. Como refere e bem o Filipe Santos Costa, um começo com o pé esquerdo que nos faz duvidar da capacidade deste inquérito ser tão eficaz como foram outros que o Parlamento fez nos últimos anos, como nos casos do BES e BPN.

Ainda à volta de Costa (o PM), há mais notícias hoje que merecem destaque. O Público faz manchete à volta das negociações dos partidos à esquerda em torno de afinações no Orçamento do Estado:“Governo aceita novas medidas sociais para agradar ao BE e PCP”. Entre elas, afirma o jornal, está o alargamento da tarifa social de energia, a redução da taxa máxima do IMI ou ainda o congelamento das propinas no ensino superior este ano. As medidas, garante o Governo, não terão impacto orçamental. Ainda a propósito do Orçamento do Estado, neste 2.59 do Pedro Santos Guerreiro, pode perceber qual é o presente envenenado que o documento esconde.

Há outra notícia interessante sobre Costa (novamente no Público).“Cavaco no Conselho de Ministros a convite de Costa”. Esta possibilidade, prevista na Constituição, é muito pouco usada. Mas Costa deverá convidar o presidente da República a presidir ao último Conselho de Ministros que se realiza antes de Cavaco Silva deixar o Palácio de Belém. O encontro deverá ficar agendado para 3 de março e até já tem lugar marcado: o Forte de São Julião da Barra, em Oeiras. Tema? O mar... (how poetic).

OUTRAS NOTÍCIAS

Cá dentro,

Na tragédia de Caxias, a mãe das duas crianças atiradas ao rio Tejo junto a Caxias na segunda-feira à noite já foi interrogada pela Polícia Judiciária e ficou detida em prisão preventiva, por suspeitas dehomicídio qualificado.

O pai das duas crianças (o corpo de uma já foi encontrado mas a outra continua desaparecida) também já falou e através de um comunicado negou as “barbaridades” de que tem sido acusado - a ex-companheira acusou-o de violência doméstica e abuso sexual das crianças.

No julgamento do caso de violência doméstica que opõe Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho, a defesa da apresentadora já apresentou um pedido para que a juíza do processo seja afastada do caso, depois das polémicas declarações da magistrada na primeira sessão do julgamento, segunda-feira, em que se mostrou particularmente critica com Bárbara. Também o Ministério Público fez já saber que vai pedir o afastamento da juíza. O caso tem a segunda sessão de julgamento marcada para amanhã.

“Pilotos recebem instrução em aviões da Guerra Colonial”, titula o Diário de Notícias.

“Rede recruta noivas no Porto e em Braga para casar na Turquia”, é a manchete do Jornal de Notícias

A despesa do estado com prestações de desemprego está no valor mais baixo desde 2008.

A UTAO prevê para este ano um forte crescimento do investimento privado em Portugal.

Se eles são notícia quando sobem, também o são quando descem. Falo dos juros da dívida portuguesa.

O que acontece ao seu salário se mudar o estado civil ou se tiver mais dependentes a cargo? Nesta iniciativa do Expresso pode calcular valores e saber o que o espera.

Ontem à noite realizou-se o primeiro de 17 concertos de Miguel Araújo e António Zambujo nos coliseus de Lisboa e Porto. A Blitz esteve lá e conta tudo.

Diz uma velha máxima do jornalismo que jornalista não é notícia. Pois, mas neste caso é mesmo. E ainda por cima aqui da casa. ORicardo Costa tem novas funções.

Lá fora,

Hoje e amanhã os líderes dos 28 juntam-se para discutir o Brexit, a possibilidade de saída do Reino Unido do clube europeu. Sobre este tema, que vai seguramente marcar a atualidade, vale a pena ler os artigos da Luísa Meireles e da Susana Frexes no Expresso Diário: “Portugal quer Reino Unido na UE, mas com limites” e“Brexit, Cimeira decisiva”.

Há uma verdadeira batalha em curso entre a Apple e o FBI. E tem que ver com o acesso a dados nos telemóveis. Este tema é aqueles que merece mesmo ser seguido com muita atenção.

Na Turquia, em Ancara, a explosão de um carro armadilhado à passagem de veículos que transportavam militares fez pelo menos 28 mortos e mais de 60 feridos. As autoridades prometem vingança.

ÚLTIMA HORA: esta manhã já foi registada nova explosão violenta na Turquia. Ao longo do dia vamos desenvolver o tema no site do Expresso.

Barack Obama, em final de mandato, pode fazer a primeira viagem a Cuba de um presidente dos EUA em oito décadas. A viagem, curta mas cheia de significado, está prevista para final de fevereiro.

Crise dos Refugiados. Na Áustria (e o exemplo está a ser seguido pela Eslovénia) impõe-se um limite de entradas por dia no país. 3200.

NÚMEROS 

88%
Jovens norte-americanos que utilizam dispositivos móveis enquanto vêem televisão

€40.000.000
Valor das contas bancárias na Suíça não reclamadas por herdeiros

100 Anos
Tempo que demorou a comprovar a Teoria da Relatividade de Einstein.
(números fornecidos pela Netsonda)

FRASES

“Qualquer oscilação pode fazer esboroar o Orçamento como um castelo de cartas”, Cecília Meireles, vice-presidente da bancada do CDS, em entrevista ao Público.

"Mais grave, muito mais grave, do que a negligência parental é esta negligência governamental, que não consegue pôr de pé uma política de protecção das crianças que seja célere e minimamente eficaz",João Miguel Tavares, Público

O QUE ANDO A LER 

Terminada a tetralogia “A Amiga Genial”, de Elena Ferrante (de que já aqui tinha falado quando ainda ia a meio do segundo volume), nota apenas para o quanto vale a pena ler os quatro livros. Literatura envolvente até ao fim na narração da história de vida de duas amigas nascidas nos subúrbios de Nápoles. Elena e Lina. Lina e Elena.

Outra sugestão de leitura é “Cultura – tudo o que é preciso fazer”, de Dietrich Schwanitz. Livro que o Expresso anda a distribuir gratuitamente em seis volumes. O livro é um enorme banho de cultura e erudição polvilhada de comentários divertidos e irónicos. Sobre esta obra, o Expresso entrevistou Eduardo Lourenço.

Finalmente uma sugestão, não de coisas que ando a ler mas que ando a ver. E que ando a ver sempre com um largo sorriso no rosto. Desde o início desta semana que a RTP Memória está a repor, pelas 21.30, a magnifíca, brilhante e irrepetível série Sim Sr. Ministro. Todos nos lembramos de uma forma ou de outra dessa caricatura da política britânica dos anos 80 (mas que, obviamente, tem tanto mas tanto de actualidade). Não custa nada, pegue no comando da box, ande para trás e reveja os episódios.

Por hoje é tudo, tenha um grande dia.

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