segunda-feira, 13 de junho de 2016

O ASSALTO AO CÉU 145 ANOS DEPOIS



Rui Peralta, Luanda 

Em 1871, entre 18 de Março e 28 de Maio, ocorreu a Comuna de Paris, uma obra inédita dos trabalhadores na luta pelos seus interesses e aspirações. Pela primeira vez as massas proletárias lançaram-se á conquista do Poder, exercendo-o por um curto espaço de tempo.

A comuna de Paris insere-se numa fase de crescimento e de amadurecimento do movimento operário francês, em particular, e europeu, em geral. Surge no contexto da guerra franco-prussiana desencadeada por Napoleão III. Após derrotas sucessivas do exército francês, as forças militares de Bismarck cercam Paris. Indignadas com a completa incompetência dos seus generais o proletariado parisiense assume os destinos da cidade enquanto o governo, liderado por Thiers, refugia-se em Versalhes.

Cercadas pelas forças de Thiers e de Bismarck a Comuna defendeu Paris e organizou a vida na cidade. Foram tomadas medidas de grande alcance como a separação da Igreja do Estado, ensino publico, direitos das mulheres, direitos dos trabalhadores, direitos de saúde, etc., mas a sua duração foi de apenas 72 dias, terminando numa carnificina, que encheu os cemitérios parisienses. Mas a Comuna deixou na história do movimento operário internacional profundas experiências e lições.

Uma dessas lições é a de que a luta pela transformação da sociedade é feita de avanços e recuos, não é linear. É um caminho longo e, muitas vezes tortuoso, mas sempre possível de ser trilhado.

Cento e quarenta e cinco anos depois os trabalhadores franceses lutam contra uma reforma laboral que pretende atirá-los para uma situação retrógrada e precária. Por toda a Europa os trabalhadores são arrastados para situações de destruturação e de destruição das conquistas sociais efectuadas através das lutas históricas. Nos USA, Japão, Austrália, por todas as economias capitalistas avançadas, os trabalhadores deparam-se com a precariedade, o desemprego e a perda de direitos. Na América Latina, África, Médio-Oriente, Ásia, o panorama é agravado pela situação periférica das respectivas economias. Por todo o mundo, os direitos dos trabalhadores estão em causa, as conquistas históricas estão ameaçadas de morte.

Por tudo isso, por estarmos num momento de luta e de resistência, recordar a Comuna de Paris é recordarmo-nos de que, afinal, o “assalto ao céu” é possível. De novo e de forma definitiva…

ALFAMA VENCE MARCHAS POPULARES DE LISBOA



Penha de França foi segunda e Alto do Pina terceiro

O bairro de Alfama foi o vencedor da edição deste ano das Marchas Populares de Lisboa, anunciou nesta segunda-feira a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC).

O segundo lugar foi atribuído à marcha da Penha de França, com menos dez pontos do que Alfama, e o terceiro à marcha de Alto do Pina, a 13 pontos do vencedor.

Este ano, as Marchas Populares fizeram uma alusão ao 170.º aniversário do nascimento de Rafael Bordalo Pinheiro e ao 50.º aniversário da construção da Ponte Sobre o Tejo (Ponte 25 de Abril).

Segundo a EGEAC, as marchas são avaliadas com uma pontuação de 0 a 20 e em dois momentos, no pavilhão Meo Arena e na Avenida da Liberdade, nas categorias de coreografia, cenografia, figurino, melhor letra, musicalidade, melhor composição original e desfile da avenida.

Por categorias, Alfama, Alto do Pina e Penha de França foram os bairros mais bem classificados na coreografia, Alcântara na cenografia e Alcântara, Alto do Pina e Bairro Alto no figurino.

O título de melhor letra foi arrecadado pela marcha da Madragoa, já na categoria de musicalidade destacaram-se os bairros de Alfama, Alto do Pina e Penha de França e a melhor composição original foi "Manjerico", de Alfama.

A marcha de Alfama foi a vencedora na categoria de desfile da avenida, informou ainda a EGEAC.

À semelhança de anos anteriores, a 84.ª edição das Marchas Populares de Lisboa contou com a participação 20 marchas em competição: Alto do Pina - vencedora do ano passado -, Alfama, Alcântara, Bela Flor – Campolide, Campo de Ourique, Carnide, Penha de França, Bairro da Boavista, Bairro Alto, Benfica, Ajuda, Madragoa, São Vicente, Bica, Mouraria, Santa Engrácia, Marvila, Graça, Olivais e Lumiar.

As marchas que entraram este ano a concurso foram Campo de Ourique, Penha de França e Bairro da Boavista - esta última participa nas Marchas Populares pela primeira vez -, ocupando o lugar das marchas de São Domingos de Benfica, Beato e Baixa, que participaram no ano passado.

Na Avenida da Liberdade desfilaram também os 32 noivos de Santo António, a marcha infantil “A Voz do Operário” e a marcha dos Mercados, ambas extracompetição, e, como convidados, a marcha popular de Portimão e a dança do dragão da Lo Leong Sport General Association de Macau.

Classificação final das Marchas Populares de Lisboa

1.º Marcha de Alfama - 238 pontos
2.º Marcha da Penha de França - 228 pontos
3.º Marcha do Alto do Pina - 225 pontos
4.º Marcha de Alcântara - 214 pontos
5.º Marcha da Madragoa - 212 pontos
6.º Marcha do Bairro Alto - 211 pontos
7.º Marcha de S. Vicente - 206 pontos
8.º Marcha da Bela Flor-Campolide - 192 pontos
9.º Marcha de Marvila - 191 pontos
10.º Marcha da Mouraria - 190 pontos (ex-aequo)
10.º Marcha dos Olivais - 190 pontos (ex-aequo)
12.º Marcha da Ajuda - 184 pontos
13.º Marcha de Carnide - 182 pontos
14.º Marcha da Bica - 179 pontos
15.º Marcha da Graça - 172 pontos
16.º Marcha Sta. Engrácia - 171 pontos (ex-aequo)
16.º Marcha de Campo de Ourique - 171 pontos (ex-aequo)
18.º Marcha de Benfica - 168 pontos
19.º Marcha do Bairro da Boavista - 164 pontos
20.º Marcha do Lumiar - 152 pontos

Classificação por categorias

Melhor Coreografia - Alfama, Alto Pina, Penha de França
Melhor Cenografia - Alcântara
Melhor Figurino Alcântara, Alto do Pina, Bairro Alto
Melhor Letra - Madragoa
Melhor Musicalidade - Alfama, Alto do Pina, Penha de França
Melhor Composição Original - “Manjerico”, de Alfama
Melhor Desfile da Avenida - Alfama

Lusa, em Público

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