O
presidente norte-americano Donald Trump considerou o eventual ataque químico na
Síria como a “linha vermelha” para “acolher”, sem possíveis e imediatas
retaliações, o que se pass(ava)ou no país deBashar al-Assad.
Recorde-se
que há cerca de 4 dias ocorreu um eventual
ataque aéreo, à localidade síria de Khan Sheikhoun (Idlib), controlada pelos
rebeldes sírios, com produtos químicos (especulou-se, eventualmente, gás sarin???!!!), tendo provocado várias largas dezenas de
vítimas, entre feridas e mortas, entre elas, crianças.
Como
se sabe, Trump terá dado ordens à marinha norte-americana para atacar, ontem, uma base aérea de Al-Shaayrate, (em Homs, norte da
Síria)de onde, supostamente, teriam partido os ataques com armas químicas,
bombardeando-a com misseis, de médio-longo alcance e grande precisão, Tomahawk.
Pelas
imagens logo se verificou que se a ideia era torná-la inoperacional, saltavam à
vista a presença de 3 ou 4 aviões de caças Sukhoi (pelo menos pareciam)
intactos. O comunicado russo, lido por um porta-vos oficial, disso deu
logo a entender, ainda que admita terem sido destruídos alguns aparelhos, além de
contestar o ataque como sendo perigoso, como apresença de um navio russo nos limites dos barcos
norte-americano o comprovam, o governo russo acrescentou que o ataque. além de
um"pretexto" para "agredir" a
Síria, foi, também ele, uma violação do Direito Internacional (recorde-se
que o ataque norte-americano ocorreu sem a chancela da ONU, dado que o Conselho de Segurança da ONU ainda está a negociar os termos da
condenação do ataque químico).
Por
isso não surpreende esta notícia, de hoje, que «Dois aviões militares descolaram da base aérea síria atacada
pelos Estados Unidos esta manhã e realizaram bombardeamentos nas proximidades»
em ataques a zonas controladas pelo Estado Islâmico/DAESH, conforme terá
confirmado o director do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami
Abdel Rahmane, que terá sabido precisar se os aviões seriam sírios ou russos.
Acresce
que o ataque foi precedido de um aviso prévio norte-americano aos russos. Se a base
atacada fosse importante, por certo que estes teriam impedido o ataque, ou
mandado retirar todo o material importante. E não o fizeram. Daí que...
Daí
creio se poder inferir duas coisas:
1.
Trump aproveitou esta oportunidade para dar recados internamente, do tipo, se
necessário tomo iniciativas que vos faça ponderar as vossas atitudes
anti-administração, bem como um sério aviso, das suas ideias belígeras, ao
Irão e à Coreia do Norte!
2.
A outra, e esta é meramente conspirativa, a partir de alguns comentários que se
vai v(l)endo nas páginas sociais, e que não deixam de ter o seu quê de eventual
razão, prende-se com a necessidade dos “aliados” dos rebeldes sírios afastar
possíveis interpretações que teriam sido aqueles a dar material químico aos
rebeldes (agora falta saber quais os aliados, sendo que um deles foi muito
pronto, ainda antes de haver qualquer notícia comprovativa do possível ataque,
a denunciar este, a Turquia; e colocando a Rússia no papel de apoiante; bem
como sendo a única que foi pronta a identificar o já citado possível agente
químico utilizado...).
Nota
complementar: Digo eventual ataque aéreo químico, porque há duas versões: uma,
inicialmente, dita por pessoas não afectas às partes que o produto químico não
teria sido devido a um ataque aéreo, mas devido à explosão de um armazém, facto
posteriormente confirmado, posteriormente, pelos russos ao reconhecerem que
teriam atacado um armazém rebelde não sabendo que estes tinham produtos químicos
armazenados; e outra, a versão dos rebeldes e bem aceite pelos que o apoiam,
que teria sido um ataque aéreo da força aérea de al-Assad; ainda que análises independentes questionem a oportunidade desta versão.
Até
agora, nenhuma fonte independente atestou qual das duas versões é a mais
correcta.
Conhecendo
as ideias e atitudes de ambos os lados, em actividades bélicas anteriores, não
me admiraria que ambas as probabilidades pudessem ter alguma base de razão…
A
aumentar as dúvidas, o recente artigo do portal russo Sputnik que recorda um antigo
artigo do jornal britânico Daily Mail, datado de 29 de janeiro de 2013, e que
entretanto já o removeu do seu portal, intitulado de “EUA apoiam plano para
realizar ataque químico na Síria e culpar o regime de [Bashar] Assad”. Russos,
mesmo que “apoiantes ou simpatizantes” de Trump, não perdoam uma oportunidade
de afrontar políticas norte-americanas. É o actual e arriscado populismo versuspopulismo
que se não for travado pode colocar a população mundial numa perigosa espiral
bélica…
(imagem
de © UOL Notícias)
ELCAlmeida , Ph.D (DSSc - Investigador/Researcher/Pós-Doutorando
**Eugénio
Costa Almeida – Pululu -
Página de um lusofónico angolano-português, licenciado e mestre em
Relações Internacionais e Doutorado em Ciências Sociais - ramo
Relações Internacionais - nele poderão aceder a ensaios académicos e artigos de
opinião, relacionados com a actividade académica, social e associativa.
1 comentário:
https://artedeomissao.wordpress.com/2017/04/07/donald-trump-afirma-a-sua-autoridade-sobre-seus-aliados/
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