Polícia
volta a impedir manifestação na Guiné-Bissau
A
polícia da Guiné-Bissau voltou a impedir a manifestação dos Inconformados com a
crise política, este sábado (15.07), dispersando à força os jovens, em Bissau.
Movimento manteve protesto simbólico em prédio de ONG.
A
informação foi divulgada pela agência Lusa, citando Sumaila Djalo, porta-voz do
grupo. Segundo a Lusa, Djalo indicou que a polícia mandou dispersar o grupo de
jovens que se preparavam para iniciar uma manifestação pacífica em Bissau,
alegando que o protesto não tinha sido autorizado pelo Ministério do
Interior.
Tal
como aconteceu no dia 08 de julho, a polícia voltou a impedir hoje (15.07)
a manifestação e a proibir qualquer iniciativa dos inconformados, precisou
Sumaila Djalo.
Ato
simbólico
Transportados
em carrinhas, os jovens saíram do local da concentração - largo da rotunda do
aeroporto - para a sede da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), onde
realizaram, simbolicamente, a manifestação.
Alinhados
na varanda da sede da Liga, cerca de duas dezenas de jovens permaneceram
durante algum tempo com a boca tapada com fitas e as mãos atadas.
O
presidente da Liga juntou-se ao protesto.
Sumaila
Djalo disse que o gesto simboliza "a mordaça e o terror que o atual regime
pretende impor" na Guiné-Bissau.
Um
cordão policial cercou a sede da Liga Guineense dos Direitos Humanos durante
todo tempo que os jovens ficaram alinhados na varanda do edifício, conhecido
como Casa dos Direitos.
Liga
repudia ação das forças de segurança
O
presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto da Silva, advogado,
disse à Lusa, que telefonou ao secretário de Estado da Ordem Pública, Francisco
Djata, a quem apresentou o "protesto e repúdio" pela situação
"inédita de cercar a sede de uma organização dos direitos humanos,"
com forças de segurança.
"Nem
durante o período de transição, a seguir ao golpe militar de 2012, isso
aconteceu", frisou Augusto da Silva.
O
presidente da Liga notou que a sede da sua organização se situa "atrás do
Quartel-General" das Forças Armadas, "mas nunca" os soldados
estiveram no local, disse.
Augusto
da Silva afirmou, também, que a Liga "não pode deixar de denunciar" o
que considera ser a "instauração da tirania e ditadura" na
Guiné-Bissau.
Ficar
calado significa "aceitar que se ponha em causa" as conquistas
democráticas do povo guineense, referiu Augusto da Silva.
Agência
Lusa, cvt | em Deutsche Welle | Título PG
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