domingo, 8 de janeiro de 2017

LÍDER DA UNITA OBRIGADO A ENGOLIR SAPOS BEM GORDOS


Raul Diniz, opinião

Foi arrepiante ouvir as palavras delirantes proferidas pelo presidente vitalício da UNITA, sobretudo aquelas em que afirma estar cansado engolidor de sapos. Mas porque só agora é que Isaías Samakuva se apercebeu que é um politico fraco especializado apenas em engolir sapos?

Afinal o que se pode esperar de um líder que no oculto é um fervoroso praticante do engole papismo? Nada né.

Acho que a militância da UNITA não merece um líder que se esconde frequentemente por detrás de uma cortina de fumo. Se o meu amigo Isaías Samakuva quisesse fazer um ato respeitável, seria de extrema elegância e de profunda grandeza altruística devolver a presidência da UNITA aos órgãos reitores do partido, pegar discretamente a sua trouxa e ir-se embora.  

De preferencia IS deveria ir para bem longe da UNITA, partido que ajudou de sobremaneira a enfraquecê-lo destrutivamente.

Apesar de ser vergonhoso, é bem verdade que ao afirmar estar farto de engolir sapos, Isaías Samakuva claramente não faltou com a verdade. Os angolanos sabem que o líder da UNITA não passa da conjugação do verbo encher.

Samakuva precisa ser realista e perceber de uma vez por todas, que ausência de tiros não significa existência de paz em Angola.

Não fica bem ao presidente sucessor da enorme figura que foi e vida Jonas Savimbi, vir a público vitimizar-se a troco de nada. Já chega o papelão de querer passar-se por líder de uma oposição forte, que na verdade nunca existiu com a sua liderança.

A UNITA é muito importante para a vida de muitos angolanos que nela se reveem, porém, é deplorável e até mesmo penoso o estado lastimável o estado em que o partido do galo negro atualmente se encontra.

De modo algum jamais trocaria o “M” onde milito a mais de 40 anos pela UNITA, não sou de todo aventureiro para sequer pensar em tamanha asneira. Porém já nutri grande estima e simpatia pelo grande líder da UNITA que foi o dr Jonas Malheiro Savimbi, que, diga-se de passagem, foi o homem mais corajoso, que Angola algum dia produziu nos dois últimos séculos.

Conheço o presidente da UNITA há mais de 25 anos, com quem, aliás, convive de perto com Isaías Samakuva, pois o respeito como pessoa honesta que é, e preso muito pela sua amizade.

Por outro lado, uma coisa são as relações cabíveis de amizade, outras são as relações entre nós dois na defesa do povo, que um dia jurei defender, e me levou a desertar do exercito português, e transitar para as FAPLA, exercito afeto a guerrilha do MPLA, partido a que estou vinculado militantemente a mais de 40 anos.

Tenho por isso autoridade moral para criticar os alarmantes desvios alarmantes da conduta politica do líder da UNITA.

De resto o presidente da UNTA assim como José Eduardo dos Santos dentre outros militantes do MPLA e afetos as Forças armadas sabem muito bem que sou avesso ao culto do engole sapismo. Ao contrario de IS, eu não engulo sapos de jeito nenhum, nem voluntariamente nem obrigado, ou seja, ainda que essa sapada surja com indumentária em ouro eu não os engulo.

Samakuva é mesmo engolidor de sapos? Desde quando? Onde e como aconteceu à primeira engolida de sapo?

E todos esses sapos foram pretensamente engolidos para manter soerguida a bandeira da paz em Angola? Sinceramente fica impossível compreender as qualificações politicas do líder imortal da UNITA, que acaba de firmar-se como vitima da sua própria armadilha.

Num momento que se requer dos partidos da oposição uma ação concertada para inviabilizar a heterodoxia politica fascizante da ditadura suportada pelo MPLA, numa altura em que são violados todos os direitos constitucionalmente observados, sobretudo pela chantagem politica incrementada contra a própria UNITA, o seu presidente demonstra o seu imprestável gosto de engolir sapos!

Hoje posso afirmar sem medo de errar, que o líder da UNITA Isaías Samakuva não é nem de facto nem de direito o maior patrimônio objetivo de paz para os angolanos.

Desde quando é que um sapo engole outros sapos? Sempre pensei que os inúmeros incomportáveis saltos de Samakuva faziam-no idêntico ou parecido aos seus pares anfíbios, os sapos! Percebe-se agora que o presidente da UNITA imita muito bem o chefe do regime que tudo tem feito para surgir aos olhos de cidadãos distraídos, como arquiteto da paz.

Isso é irreal, não pode ser verdade! Será possível que Samakuva está mesmo a ver o filme do lado de fora do cinema? Pior que tudo, estará a vê-lo de patas para o ar?

Samakuva tem de ser de uma vez por todas um politico responsável, se quiser ser respeitado como tal.  Como não entende que é o povo que tem sido obrigado a engolir sapos de todas as cores e tamanhos, por ter na liderança da UNITA um líder frouxo e totalmente incompetente. Dentro do xadrez politico nacional?

Porém, a pergunta que não quer calar é a seguinte, qual é a assinatura da UNITA face ao futuro de Angola?

Essa pergunta produz uma como resposta uma afirmação excêntrica e inegavelmente dolente para o cidadão que espera encontrar uma UNITA forte e bem temperada para o embate politico que se aproxima. A UNITA não pode continuar a debicar os grãos no aprisco de Isaías Samakuva, ela deve a meu ver procurar fortalecer-se longe do seu atual líder engolidor de sapos.

MOCO PELO POVO JES CONTRA O POVO


O Folha 8, assumindo – como sempre – de corpo e alma a sua função histórica (desde 1995 damos voz a quem a não tem – os Angolanos) e génese de jornal independente e livre, escolheu as duas figuras que, em Angola, se destacaram em 2016 pela positiva e pela negativa. Marcolino Moco é a figura do ano pela positiva e José Eduardo dos Santos pela negativa.

Neste balanço, ao contrário de outros que nunca erram, o Folha 8 sabe que ainda não conseguiu levar a Carta a Garcia. Mas, na certeza de que não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar, continuará a tentar. Custe o que custar, cá estamos na frente de combate.

Esta tese não se aplica, reconhecemos, ao regime de sua majestade o rei José Eduardo dos Santos que, como se sabe, não comete erros e não ajuda a cometer erros. Daí a justa designação de ele ser o “escolhido de Deus”.

Como nós somos apenas simples mortais, resta-nos a missão de lutar para que Angola seja um dias destes (quem sabe se não será já em 2017) uma democracia e um Estado de Direito. Não será fácil, mas é possível.

Até lá, porque a luta continua, não daremos tréguas aos que não conseguem esquecer o passado – mesmo que recente – e fazem dele um fardo tão pesado que muitas vezes os impede de caminhar para a frente, de forma erecta. Os angolanos (os únicos a quem devemos explicações) merecem o nosso esforço e dedicação. São um nobre Povo que, apesar de 20 milhões sobreviverem na miséria, continua erecto e disposto ir de derrota em derrota até à vitória final.

Para 2017, ano de grandes desafios que exigem de todos nós tudo o que de melhor possamos dar, os desejos são muitos e muitos deles, sabemos bem, não serão satisfeitos, por uma ou por outra razão. Ou seja, porque a razão da força do regime impede o triunfo da força da razão do Povo.

Um desses desejos, talvez o que mais impacto poderá ter no futuro imediato de Angola, é o de que o percurso que há 41 anos falta cumprir (Estado de Direito democrático) tenha este ano pelo menos os primeiros indícios.

Um outro desejo tem a ver com a necessidade das diferentes instituições agirem de acordo com a lei (algo que nunca aconteceu), respeitando-a plenamente para que a palavra “cidadania” tenha o devido valor civilizacional.

A justiça angolana ainda não deu (pelo contrário) suficientes provas de maturidade, de competência e de independência política, o que nos leva a acreditar, sem qualquer hesitação, de que continuará a desempenhar o seu papel de modo domesticado e canino, mesmo sabendo que isso contraria os princípios da verdade e da legalidade.

Também gostaríamos que, em 2017, o discurso político do regime/MPLA fosse mais inclusivo, sobretudo porque é uma organização (na prática é mais uma seita) que domina o país há 41 anos. Não vai acontecer, é certo. O seu principal argumentário baseia-se na imposição da única lei que conhecem: quero, posso e mando.

Gostaríamos, também, que o ano de 2017 desse frutos (mesmo que ainda embrionários) no sentido de se apostar na diversificação da economia nacional, uma vez que essa é uma condição incontornável para combater a crise que nos entrou pelo país dentro. É, aliás, uma estratégia defendida há décadas por quem usa a cabeça para… pensar.

É tempo daqueles que trabalham para sua majestade o rei José Eduardo dos Santos, e que são pagos com o dinheiro roubado aos angolanos, perceberem que, por muito que tentem e se esforcem, Angola deixará um dia de ser um reino esclavagista.

É evidente que o Povo angolano não têm nada a ver com aquilo que é o sonho, a vontade e a prática neocolonialista que o MPLA leva a cabo, há 41 anos, sobre Angola.

É neste contexto que Marcolino Moco sobressai pela positiva e José Eduardo dos Santos pela negativa. Vejamos, entretanto, o que pensam algumas personalidades sobre esta escolha do Folha 8.

Paulo de Morais (Professor Universitário e ex-candidato às eleições presidenciais em Portugal)

MARCOLINO MOCO NÃO PODE VIRAR AS COSTAS AO DESAFIO

“Eduardo dos Santos já entrou para a História: a História da tirania e da corrupção mundial.

Lidera, há quase quarenta anos, um dos países mais afortunados do mundo em matéria de riquezas naturais. Mas os angolanos continuam pobres, a mortalidade infantil é das maiores do mundo, a alfabetização não chega, o desenvolvimento é uma miragem. Enquanto isto, a família de Eduardo dos Santos é das mais ricas do mundo, a sua filha Isabel é a mulher mais rica de África, e todos os seus familiares beneficiam de privilégios ilimitados. A sua imunidade vai ao ponto de a sua irmã Marta ter obtido centenas de milhões de crédito junto do BES Angola, sem as correspondentes garantias.

À volta da família (imperial) de Dos Santos, alguns generais dispõem de um enorme poderio económico, financeiro e militar. O território foi retalhado e dividido pelos lacaios mais próximos de Eduardo dos Santos: terras imensas foram distribuídas numa lógica feudal, concessões petrolíferas e diamantíferas foram atribuídas aos mais próximos do presidente. Com as fortunas acumuladas, esta classe dirigente angolana adquiriu um património imenso no exterior, com especial incidência em Portugal, beneficiando da conivência de políticos portugueses cúmplices dos mais diversos partidos.

Adquiriram imobiliário de luxo, participações nas maiores empresas de construção, Bancos e até comunicação social. Alguns angolanos protegidos do regime de Eduardo dos Santos dispõem hoje de uma capitalização bolsista considerável em Portugal. E enquanto isso, o povo angolano sofre, as crianças morrem nas ruas dos subúrbios de Luanda.

Eduardo dos Santos deve ser destacado como um dos maiores tiranos de África. Quando tomou posse como presidente, Angola tinha um enorme potencial. Tivesse Eduardo dos Santos sabido aproveitar os apoios internacionais em prol do seu povo e os angolanos poderiam hoje dispor de um bom sistema de saúde, de escolas modernas, de universidades, de cidades bem geridas, de agricultura de ponta, turismo de qualidade, uma cultura distintiva e robusta… Mas, a contrariu, o único sector que verdadeiramente se desenvolveu foi o da corrupção de Estado ao serviço das famílias do regime.

A nível internacional, o presidente angolano encontrou os piores parceiros, associou-se aos maiores tiranos. Tentou transformar a Comunidade de Países de Língua Portuguesa numa organização de produtores de petróleo, encostando-se a Dilma Roussef e ao ditador Obiang da Guiné Equatorial, manipulando o timorense Xanana e subjugando são-tomenses e guineenses – tudo isto com o beneplácito dos seus cúmplices portugueses, do CDS de Paulo Portas, ao Partido Comunista de Jerónimo de Sousa. Associou-se aos chineses mais corruptos como Sam-Pa nos negócios do petróleo. Esteve na génese do maior escândalo financeiro português, o BES.

Os angolanos não devem perdoar ao seu presidente da República. Porque Eduardo dos Santos extorquiu-lhes todas as suas riquezas, mas sobretudo porque lhes roubou o seu futuro.

O destino de Angola é hoje, mais do que uma incógnita, uma certeza de fracasso e pobreza. Há pois que inverter este caminho que leva Angola para a pobreza irreversível. Urge que, dentro e fora do regime, surjam vozes que levem à descoberta de um novo caminho. Destas destacam-se, naturalmente, Rafael Marques, William Tonnet, Luaty Beirão, os oposicionistas do CASA; e, na esfera do MPLA, Lopo do Nascimento, que vem, de forma tíbia é certo, denunciando a corrupção e, com mais vigor, mais juventude e força, Marcolino Moco.

É com homens como Marcolino Moco que Angola tem de arrancar para um outro futuro. Só homens amantes mais do seu povo do que do poder ou dinheiro, poderão desviar Angola do percurso suicida em que se encontra esta comunidade colectiva. Angola necessita de uma Perestroika à africana, liderada por um novo Gorbatchov que mude o rumo político deste que é um dos mais belos e ricos países do mundo. Esta mudança de rumo tem de ter lugar sem violência ou guerra, sob a tutela de uma comissão internacional do tipo da “Verdade e Reconciliação “que Mandela instituiu na África do Sul.

Cabe a pessoas com vontade, vigor e perseverança e autoridade política encontrar os caminhos do futuro de Angola. Marcolino Moco, face às posições críticas que vem tomando face ao poder vigente, e a par dos mais desassossegados do MPLA, não pode virar as costas a este desafio.”

Emmanuel Nzita (Presidente da FLEC/FAC)

AO CONTRÁRIO DE DOS SANTOS, COM MARCOLINO MOCO O FUTURO É POSSÍVEL

“Anossa leitura à escolha do Jornal Folha 8 é também uma apreciação positiva sobre a escolha positiva de Marcolino Moco, não apenas como um ex-primeiro-ministro mas também sobre a sua carreira política e a sua postura de Estadista que, aliás, não é algo de novo.

As suas diversas intervenções nas redes sociais, em jornais independentes e na imprensa em geral mostram que é um político aberto à sociedade, atento às questões políticas e sociais do continente em geral e de Angola em particular.

Marcolino Moco é um homem do Povo e do público que domina perfeitamente as meandros da sociedade em que vive, e que conhece também o trajecto insensato que o seu partido escolheu para levar o país para um caos total.

O que é muito positivo em Marcolino Moco é o facto de ter compreendido a tempo com alguns camaradas do seu partido, as grandes mudanças geopolíticas que ocorreram no mundo após a queda do Muro de Berlim, e, especialmente, com a sua experiência vivida no seio da CPLP.

Marcolino Moco abraçou a cultura democrática como um modelo político que une as pessoas para o desenvolvimento, a emancipação, a paz, o progresso e a justiça social.

É um dos poucos políticos cuja visão da governança pode criar um consenso político real para a paz social em Angola, pelo seu carácter humanista e a aberta ao diálogo, essa é a análise que faço deste Homem.

Quando a José Eduardo dos Santos, sem ser desagradável e apesar do conflito Angola/Cabinda, certamente que os leitores do Folha 8 vão provavelmente concordar comigo que ele perdeu todas as oportunidades políticas que poderiam fazer dele um grande homem entre os grandes homens da África…

Ele perdeu a oportunidade de se tornar um grande exemplo de democracia na África do Sul, em Angola, na África e na região dos Grandes Lagos, especialmente após a morte de Mobutu, de Jonas Savimbi e de Nelson Mandela…

Perdeu a oportunidade de fazer de Angola um gigante democrático e económico em África, apesar do seu estatuto de segundo maior produtor Africano de petróleo, grande produtor de diamantes e madeira… mas brilhou como força de desestabilização de regimes democráticos, e tomou parte activa em todas as guerras na sub-região (nos Congos) e até na Costa do Marfim.

E hoje ninguém duvida sobre a natureza autoritária do seu poder, e do estado em que mergulhou a economia de Angola para não falar de Cabinda.

José Eduardo dos Santos que gosta de falar e incentivar a prática do diálogo em países onde ele próprio participa em semear a dúvida e caos, nunca tentou dialogar “com seu próprio povo nem com a sua própria oposição”.

José Eduardo dos Santos será certamente lembrado no mundo como um dos muitos ditadores que marcaram o final do século 20 século e início do século 21.”

Mário Mota  (Jornalista e Editor do Site Página Global, entre outros)

SEMPRE NA DEFESA DOS ANGOLANOS

“A escolha de personalidades que no ano de 2016 sobressaíram pela positiva ou pela negativa será sempre controversa, nunca terá a simplicidade que encontramos num cesto de fruta sã e fruta podre ou pelo menos tocada.

Imaginemos que escolheria duas personalidades com intervenções em Portugal: positivo seria António Costa por via da Geringonça (que até foi palavra do ano). Geringonça que está a fazer o possível por recuperar tanto que os portugueses perderam ao longo da (des)governação de Passos Coelho. O mais negativo seria Cavaco Silva por via de ainda ter ocupado a presidência da República por quase 3 meses em 2016 e tudo ter feito para tramar o país e a democracia. Mas não só por esses três meses de 2016. Também e principalmente por ter tramado Portugal e os portugueses ao longo de quase duas décadas. O melhor é não estender mais este lençol porque ainda dará texto para um livro.

A nível internacional imaginemos que escolheria personalidades angolanas (que tudo tem que ver com o F8, jornal que muito prezo). E aí escolheria por positivo um todo que é a personalidade de Angola: os angolanos.

Com a objectividade assente numa personalidade angolana o positivo cabe em quem por várias vezes já “roubei” textos que inseri nas minhas andanças na blogosfera: Marcolino Moco. Um político angolano que já foi primeiro-ministro, que creio ainda fazer parte do MPLA, mas que se opõe a algumas das políticas levadas a cabo pelo actual poder angolano no que se refere à falta de transparência do regime, à corrupção institucionalizada, à repressão de opositores e à liberdade contestatária.

Marcolino Moco tem dado a cara, abertamente, com a lealdade que tem por objectivo a democratização mais abrangente e efectiva do país. Tem sido uma voz activa que revela procurar obter para Angola e, consequentemente, para os angolanos, a via política em que tendências ditatoriais ou obscuras soçobrem e dêem lugar a debate, maior abertura, tolerância com o compromisso dessas características serem o pomo de concórdia e melhoria de condições de vida dos angolanos.

Afinal, algo que é característica da esquerda democrática, dos efectivamente democratas. Tal não implica por sistema que Angola se abra à devassa da selvajaria e ganância global, nem à selvajaria e ganâncias de alguns nacionais a nível interno.

Por negativo escolheria a personalidade que é o topo dos poderes em Angola – Eduardo dos Santos – e que já lá está a mais por via dos demasiados anos que detém esses poderes, parecendo até que tem por intenção bater o recorde do ditador português Oliveira Salazar, que deteve os poderes por mais de quatro décadas – 45 anos salvo erro.

Mas não vou por aí. O mundo é o que nos interessa nestas andanças de positivo e negativo. Principalmente agora com esta globalização desenfreada e selvagem que é fruto do capitalismo parido por gentes de excessiva ganância que há em todos os países mas sobremaneira nos Estados Unidos da América e na União Europeia – perfilando-se a China para aquele pódio.

Personalidade positiva: Papa Francisco, pelo que diz, pelo que influencia, pelo que denuncia (até dentro da própria igreja), pelo destemor, pela humildade e simplicidade, etc. Dos bons, dos positivos há sempre pouco a dizer.

Personalidade negativa: Obama. O presidente dos EUA exerceu o cargo tal qual um charlatão a exibir o Nobel da Paz. As guerras proliferaram nos seus mandatos. As guerras e os fornecimentos de armamento a terroristas, como é o caso do ISIS ou Estado Islâmico. É evidente que não foi Obama em pessoa que assumiu a tarefa de tais fornecimentos e milhões de dólares de oferendas mas sim a sua ex-secretária de estado Hillary Clinton e outros.

Foi ainda nos “ateliers” de Obama que a CIA e uma barda de agências similares, associados aos senhores da guerra, criaram uma Primavera Árabe que posicionou de pantanas o norte de África, a África sub-saariana e a Síria (para não nomear mais). Vai daí atacou com uma “bomba inteligente” a Europa por via das moles imensas de refugiados. Europa que já estava (e ainda está) enfraquecida com uma crise económico-financeira despoletada igualmente nos EUA. Até parece que foi tudo orquestrado, não parece? Pois foi. A Europa estava a ter créditos diplomáticos e outros pelo mundo inteiro. Os EUA estavam a caminho de se apagarem. Urgia “apagar” o adversário europeu e, consequentemente outros mais a leste. Dividir para reinar.

Para de algum modo completar o ramalhete daquele Obama o campo de terror de Guantánamo não encerrou, ao contrário do prometido e assumido por Obama. Nem foram apuradas responsabilidades nos raptos que as secretas e as forças armadas norte-americanas cometeram pelo mundo fora, transportando-as via aérea para Guantánamo (escalas também em Portugal), onde detiveram e ainda detêm imensos cidadãos de várias nacionalidades sem culpa formada, ao abrigo de procedimentos em que Obama acaba por ser cúmplice, visto que não repôs a legalidade que se impunha e impõe, de acordo com as leis internacionais. Nobel da Paz? Só se for de pechisbeque.

Guardemos uma consolação acerca do positivo e do negativo. Se não existissem não teríamos electricidade, andaríamos no lusco-fusco e às escuras, daríamos imensas cabeçadas uns nos outros. Pois.”

Eugénio Costa Almeida (Investigador e especialista em Assuntos Africanos)

EDUARDO DOS SANTOS AINDA MANDA?

“A equipa redactorial do Folha 8 elegeu como as duas figuras do ano de 2016. Marcolino Moco pela positiva; e o presidente José Eduardo dos Santos, pela negativa, e sobre isso solicitaram, enquanto angolano e investigador, a minha opinião.

E é nesta condição, e unicamente nesta condição, que tentarei transmitir a minha opinião a estas duas importantes figuras do panorama político nacional.

Deixem-me que diga que haveria outras personalidades – individuais e, ou, colectivas – que poderia ter encimado a lista da redacção do jornal Folha 8. Não sei quais foram os critérios que a equipa levou a escolher estes – por certo que o arquivo permite-lhes melhor que a mim definir os escolhidos – e é sobre estes que opinarei, ainda que possa não deixar de dar algumas sugestões que, segundo a minha convicção poderiam ser, também elas, os números “um”.

Não foi só este ano que Marcolino Moco tem emergido como uma das nossas figuras políticas e académicas nacionais mais importantes. É certo que, indiscutivelmente, a sua tomada de posição face a certos e pouco atraentes desequilíbrios sociais e políticos ocorridos no ano que findou terá levado que emergisse como a figura número um.

Destaca(ra)m-se as críticas e sugestões que tem feito no seu portal para uma clara melhoria na vida política nacional, mas, parece-me que foi a sua frontal tomada de posição face a uma manifestação – mais uma que ocorreu durante o ano no país – de contestação à nomeação da engenheira Isabel dos Santos para dirigir a maior empresa produtora e exportadora nacional, a Sonangol, que o fez suplantar personalidades como o “caso 15+2” ou a ONG, OMUNGA (na área colectiva), ou o advogado e jornalista Willian Tonet (santos em casa também podem e devem fazer milagres), o jornalista, escritor e professor universitário Ismael Mateus, ou Luisete Macedo Araújo que frontalmente critica a forma de eleição presidencial e já se disponibilizou, para, uma vez mais se candidatar por uma organização política onde ela possa transmitir as suas ideias política para o País.

Se pela positiva poderia haver mais candidatos a liderarem a lista, também pela negativa essa posição poderia ter, e talvez até com mais consistência, outras personalidades.

O Presidente José Eduardo dos Santos foi o escolhido. Pessoalmente não sei se foi a escolha mais acertada – repito, estamos a abordar o ano 2016 – dada a sua tomada de posição em termos de futuro, como foi o caso de sair da vida activa política em 2018 e já não se candidatar às eleições deste ano; é certo que, como São Tomé, estaremos cá para verificar se a sua vontade imperou. Foi a escolha do Folha 8 e respeito-a.

Creio que a escolha deveu-se á forma como o País tem sido gerido em termos políticos e sociais – será que ainda é o engenheiro José Eduardo dos Santos, eleito, constitucionalmente e por via indirecta, Presidente da República, face às constantes idas ao estrangeiro por razões de saúde (ainda que oficialmente, digam que é de descanso, mas que são as próprias autoridades locais onde o Presidente vai “descansar” que dizem ser “saúde”) que gere o País, ou os que o ladeiam como estriges? – ou a nomeação, independentemente das suas reconhecidas qualidades, enquanto gestora, da engenheira Isabel dos Santos, sua filha?

Ora, tal como para liderar a lista das figuras mais positivas poderiam sugerir outras personalidades, nesta lista da personalidade mais negativa, há uma que para mim, pelos impactos económicos, sociais e políticos que acarretou encimaria, indiscutivelmente, a lista da personalidade mais negativa de 2016: a Sonangol.

E porque não, também, a figura colectiva que mais tem vindo a crescer – e exponencialmente quando em véspera de eleições – negativamente para o desenvolvimento económico, social e político do País, e que são reconhecidos como “Bajús” e que o cartunista Sérgio Piçarra tão bem denuncia nas suas pranchas?

E houve outras personalidades individuais que pautaram por atitudes negativas na gestão da coisa pública ou pela imagem muitas vezes negativas que fizeram transmitir através da desculpa – que já começa a ser esfarrapada, por, na realidade, ser um sacudir de águas e responsabilidades – de que tudo o que não é bom se deve a “ordens superiores”. E estas têm sempre um visado…”

Luís Faúlho Rasoilo (Funcionário Público – Portugal)

A VOZ DOS 20 MILHÕES

“Entendeu o Folha 8, e muito bem, eleger, pela primeira vez, as Figuras Nacionais do ano que passou – uma pela positiva, outra pela negativa. É uma iniciativa com carácter meramente simbólico, digo eu, mas é também de simbolismos, por muito irrelevantes que pareçam, que se leva uma sociedade civil a olhar para dentro de si mesma e a procurar nela quem foram os seus melhores e os seus piores no ano que passa e, a manter-se esta iniciativa, nos anos que se seguirão – uma democracia plena também se constrói assim.

E como Angola – e a sua sociedade civil adormecida, creio, porque amordaçada – precisa de actos e gestos – mesmo simbólicos ajudam – que a levem a libertar-se do nepotismo há muito reinante – e o que é de mais é moléstia!

É muito difícil a um português de Angola (não, não é ressabiamento! Não, não é neocolonialismo) falar de Angola, dessa terra maravilhosa, dessa terra apaixonante, dessa terra de afectos quentes e boas gentes, porque um português de Angola sofre e revolta-se com o abandono a que é votado aquele Povo, que vê os seus imensos recursos irem para os bolsos de gente sem escrúpulos, que recebeu de mão beijada os destinos dessa terra – e que terrível destino lhe estava reservada. Até quando?

A Redacção do Folha 8 escolheu, pelo lado positivo, como Figura do Ano 2016 Marcolino Moco, e, pelo lado negativo (como não podia deixar de ser!), José Eduardo dos Santos. Escolhas acertadas e, pelo lado negativo, acertadíssima! Faço votos de que, no final deste ano, não estejamos novamente aqui a elegê-lo (e à sua família e ao seu séquito bajulador-interesseiro) como a figura mais negativa do ano!

Quanto a Marcolino Moco, que a sua escolha para Figura Nacional do Ano 2016 seja um contributo, um incentivo, para que continue, mais forte, a desmascarar, com todas as letras e todos os piores adjectivos, os podres de um regime corrupto e cleptocrata.

Que Marcolino Moco seja a voz dos vinte milhões de pobres angolanos. Que Marcolino Moco seja um dos ‘porta-estandartes’ daqueles 20 milhões que, no dia-a-dia, não vivem sobrevivem – há, pelo menos, 37 anos! Que Marcolino Moco continue a lutar por um melhor País, mais digno, mais igual, logo, mais justo. Como dizia Ortega y Gasset: “Eu sou eu e a minha circunstância e se não a salvo a ela, não me salvo eu.”

Angola, de Portugal espera tudo de bom, dos políticos portugueses não!

Que este seja o Ano da esperança.”

José Filipe Rodrigues (Engenheiro, Poeta e Contista. Natural do Huambo reside nos EUA)

DO POVO, COM O POVO, PARA O POVO

“A Direcção do Folha 8 pediu-nos um comentário acerca da escolha de Marcolino Moco como a personalidade do ano e a selecção de José Eduardo dos Santos como a pior figura política de 2016, em Angola.

Há uma grande diferença entre um doutorado pela Faculdade de Direito de Lisboa e alguém que escolhe para seu sucessor um mestre em Ciências Históricas pelo Instituto Superior Lenine. Essa grande diferença reside na abertura de espírito para a ciência como catalisador de melhoria, o que é o caso do Doutor Marcolino Moco, e uma predisposição para a subserviência e manipulação dos factos, objectivando a domesticação das Ciências Sociais, usando sofismas, demasiado primários, para benefício pessoal e dos seus.

Há uma grande diferença entre alguém que tenta promover a abrangência nas sinergias de planeamento social, com o incentivo para o desenvolvimento de uma cultura de líderes e um outro que faz o culto da personalidade, com atitudes e comportamentos promotores do medo, em vez do respeito, para a construção de uma hierarquia de muito chefes déspotas, fieis e obedientes seguidores de um poder absoluto concentrado numa só pessoa, com uma personalidade insegura e, muitas vezes, cobarde, ao exercer o poder pela força em vez de optar pela lógica e pela razão.

Há uma grande diferença entre alguém que defende para Angola uma cultura democrática, de paz e justiça social, de acordo com os padrões dos países mais desenvolvidos e alguém que continua a defender a concentração do poder numa oligarquia retrógrada, promotora de grandes amplitudes nas assimetrias sociais, obediente a um modelo de insucesso, como demonstrou a falência da visão imperial da União Soviética e da Angola das últimas quarto décadas.

Há uma diferença entre um promotor da cooperação para a melhoria das mentalidades e alguém que continua a defender um paternalismo feudal, inibidor do desenvolvimento de mentalidades adultas, altruístas e holísticas.

A maior de todas as diferenças entre Marcolino Moco e José Eduardo dos Santos reside no facto de Marcolino Moco pretender uma Angola para os angolanos enquanto José Eduardo dos Santos pretende uma Angola só para si e para os seus familiares e amigos.

Marcolino Moco tenta promover e construir a esperança. José Eduardo dos Santos tem uma visão paternalista de Angola e, como é do conhecimento geral, o paternalismo torna as pessoas dependentes, incapazes de desenvolverem um pensamento crítico para a criação de novos paradigmas, visando a melhoria das culturas e da civilização. José Eduardo dos Santos e o MPLA insistem teimosamente nos paradigmas muito velhos, característicos dos sistemas políticos muito anquilosados, servindo-se da mentira, dos sofismas e ambiguidades para se manter no poder.

Os angolanos já nada esperam de José Eduardo dos Santos, nem um pedido de desculpa por ter ocupado o poder por tanto tempo.

Marcolino Moco apresenta-se como alguém que pretende representar o povo, alguém que o povo deve respeitar e nunca temer, as características necessárias para uma boa liderança.

Marcolino Moco desafia o uso da inteligência. José Eduardo dos Santos está a conduzir Angola para a insolvência.”


Angola. CASO DE ADOLESCENTE ASSASSINADO AINDA POR ESCLARCER


Quase meio ano depois da morte do adolescente Rufino António, abatido a tiro por um militar em Luanda, o processo não avança. Pelo contrário, diz o advogado da família: “O processo judicial caminha para trás”.

Continua por se esclarecer a morte de Rufino António, de 14 anos, assassinado na capital angolana por um militar no dia 5 de agosto de 2015. Rufino António interveio para tentar impedir que a casa dos seus pais fosse demolida no bairro de Walale, em Viana, nos arredores de Luanda. A demolição deixou dezenas de famílias ao relento, incluindo os seus pais. 

O processo judicial para responsabilização criminal do autor do disparo foi instaurado pela Procuradoria-geral da República e está em fase de instrução preparatória. Mas quase meio ano mais tarde, o caso está parado, lamenta o advogado de defesa, Luís do Nascimento: "O processo está a caminhar para trás. Há um certo retrocesso ao invés de avanço”.

Morosidade do processo sem explicação

O Serviço de Investigação Criminal (SIC) continua a investigar o caso que chocou a sociedade e levantou uma onda de críticas contra o Governo angolano. Pessoas de todos os quadrantes da sociedade condenaram o ato nas redes sociais.

Luís do Nascimento diz que não entende a morosidade do processo, porque todos os elementos do crime estão reunidos e são visíveis: "Há pouca coisa por descobrir. Inclusive há balas. Quer a procuradoria militar, quer a judiciária militar, pelas informações que temos, sabem de quem se trata. Há o falecido, que já foi enterrado, e o boletim médico, que diz que a morte foi provocada pelo próprio disparo”.

"Só falta quem disparou”

O SIC também já identificou as pessoas que poderão prestar declarações como testemunhas, acrescenta o causídico: "Há dois meses fomos informados de que estava a ser preparada uma acariação entre as quatro testemunhas, designadamente o proprietário da casa onde os tropas encontraram uma das balas, Serafim Monteiro, um catequista, o senhor Luís Pascola Ndala, que também é testemunha, e o senhor Alberto Miranda”.

Apesar de todos os indícios e a existência de provas, o assassino do jovem Rufino António ainda não foi identificado. O advogado dos familiares da vítima pensa que há falta de interesse por parte dos investigadores do caso: "Só falta quem disparou. De um leque reduzido de militares, descobrir quem foi o autor, isso far-se-ia, caso se tivesse muito interesse, em menos de uma semana”.

Deutsche Welle

ANGOLA EM FOCO. TEMA EM SEIS PENADAS – Fernando Vumby


Fernando Vumby, opinião

1 - HÁ UM EXCESSO DE OPTIMISMO POR PARTE DA OPOSIÇÃO EM RELAÇÃO ÁS PRÓXIMAS ELEIÇÕES!

Precisamos ter muito cuidado, pois este excesso de optimismo pode levar-nos a ignorar as potencialidades criminosas dos que estão a fazer o registo eleitoral, vão organizar e controlar todo o processo, e já partem com a certeza absoluta em ganhar porque têm todos os trunfos em suas mãos para não perder.

Enquanto a UNITA & CASA-CE vão apenas admitindo a possibilidade de ganharem as próximas eleições, olha que o MPLA já parte com a certeza absoluta em não perdê-la.

E vendo bem as coisas está ate em melhores condições para ganha-las, porque tem consciência e está convicto de que tem mesmo que defraudar se quiser continuar no poder, e não acredito que vão desperdiçar essa grande oportunidade que têm para manobrar tudo a seu favor.

Eu acho que este excesso de optimismo poderá mesmo se constituir num tiro no próprio pé da oposição, pois pela forma como este sentimento já se desenvolveu em crença de positivismo e esperança de que desta vez tudo vai ser diferente, muita gente até já nem está á levar á sério o plano claro e mais do que evidente que o regime tem para mais uma vez humilhar toda oposição junta de uma só vez.

O regime vai batotar, essa é uma certeza que tenho, e a outra é que a oposição no fim vai acabar por aceitar impotente, parva e estupidamente por se achar não ter uma alternativa mais forte do que, os cães policias, os cavalos e as balas...

2 - MAIS UM SHOW TEATRAL DE MAU HUMOR QUE MOSTRA O QUANTO É INÚTIL JES/MPLA PARA ANGOLA!

Isto é palhaçada num show teatral mal montado para desacreditar a UNITA e simular que Angola tem um serviço secreto eficaz, mesmo quando a sua maioria desgraçadamente sobrevive de venda de informações nem por isso, sempre úteis do ponto de vista político.

Que eles têm equipamento que lhes permitiria fazer um trabalha de espionagem eficaz no bom sentido, não tenho duvidas mas dado aquilo que é hoje Angola um país gerido por uma rede de traficantes de quase tudo interligados entre eles, para que serve todo este equipamento e investimento desnecessário em tecnologia sem utilidade?

Todo este orçamento para os serviços de segurança num país onde não existe segurança e ninguém vive seguro, não passa de demonstração de forças dentro da estratégia intimidatória elaborada para manter os angolanos amedrontados.

Que eles hoje são capazes de rastrear algumas chamadas telefónicas e controlar algumas pessoas que usam a Internet sem experiências em como se esquivarem ou inverter as situações onde em vez serem controlados, eles é que passam á controlar os supostos operativos e suas tecnologias inúteis e mal usadas é um facto.

A questão é saber se essa possibilidade tecnológica que eles têm é determinante e predominante diante daquilo que hoje já se consegue fazer para transformar os nossos pobres obedientes de ordens superiores em verdadeiros agentes secretos ao serviço do país, dos angolanos e não de umas poucas dezenas de governantes transformados em comerciantes.

Mas tal preocupação do regime criminoso sob gestão de JES/MPLA em de mês, em mês ir juntando umas tantas pessoas numa sala para dar o show se mostrando que é o verdadeiro artista/palhaço, e transforma-los em acusados de querem dar golpe de estado já não tira o sono á ninguém porque são truques que desde á muito deixaram de dar graça e perdeu piada.

Quem é que pode acreditar nesta historia 37 pessoas, ainda que tenham sido ex-militares que se arrisquem á atacar um palácio daqueles protegido de tal maneira e quem sabe ate com armas químicas proibidas ainda estamos para saber da forma como nos querem fazer crer?

Eu não acredito, nunca vou acreditar nesta palhaçada toda montada do jeito como tem sido, tal qual não acreditei quando foi do julgamento dos 15+2, dossier Fernando Miala e outras tantas montagens á moda da selva onde o leão quando aparece quem não foge raramente não morre.

Mesmo com toda essa força musculada mostrada pelas novas tecnologias de espionagem que eles compram mesmo só porque dá lucro a quem se envolve nas compras, eles não controlam o que deveriam como as vezes se faz crer, hoje se entra facilmente para os sistemas da DEFA / MIREX e ate se espiona o dia á dia de JES e sua família sem gastos financeiros pela forma como está tudo em saldo e de borla em alguns casos para os (amigos do peito).

E se houvesse mesmo a intenção de se avançar para o palácio acredito que se teria obedecido a uma outra estratégia e se calhar até com menos homens e como disse nunca de fora para dentro.

O regime quer com esta ultima simulação á todo custo tentar desacreditar a UNITA, diabolizá-la e transformá-la no terror o que já não pega, até porque hoje os tempos são outros, os angolanos conhecem melhor o carácter maldoso de JES e seus homens!!

Agora mesmo já começaram á vender a ilusão de que JL (João Lourenço) vai atuar, é a pessoa certa, vai combater a corrupção entre outras histórias quando todo cidadão angolano com o mínimo de racionalidade sabe que ele não passa de figura decorativa.

E curiosamente algumas bocas inflamadas bem informadas ou não, justa ou injustamente pouco importa neste momento, já dão sinais de que ao mesmo só foi dado o cargo sob o juramento em não fazer revelações de supostos casos de intimidade sexual do pilantra JES de quem se diz no passado ter comido quase todas que lhe mostravam os dentes?....

3 - JES UM (MALANDRO) SEM MEDO QUE AINDA VAI DAR MUITAS DORES DE CABEÇA AOS QUE JA CONSIDERAM MEIO MORTO!

Este dossier sobre a sucessão de JES, cheira-me á presente envenenado não só para os que querem ver JES longe do poder, assim como para o povo angolano no geral.

Pois para além dele nunca ter dado provas de honestidade precisamos não ignorar em momento nenhum o seu impressionante poder de manipulação.

Enquanto nos divertimos com a maka da sucessão os planos para a fraude se consolida de forma galopante e assustadora e outros sapos vivos já estão preparados para serem servidos aos líderes da oposição politica em pratos de ouro.

4 - A GRANDE FORTUNA DE JES NÃO É O QUE SE ACREDITA SER!

São poucos os que já deram conta que finalmente a maior fortuna de JES, não é o que ja roubou em Angola, e escondeu em bancos estrangeiros como uma vez David Mendes provou publicamente convidando inclusive a imprensa local, nem tão pouco o que manda roubar, deixa seus filhos e amigos roubarem mais sim , é o facto dele ser o maior malandro que o país tem neste momento e seu poder excecional e impressionante de manipular.

Mesmo quando comparado com os grandes fenómenos das gerações de manipuladores que a historia da humanidade nos apresenta como Hitler por exemplo, JES está muito acima pois é tão especial pela forma como vende a sua desonestidade e mentiras e ainda assim a grande massa que o segue se livremente ou não, é maior do que a de seus opositores e isto faz dele numa espécie de mágico afortunado.

JES de tanto manipular hoje é uma pessoa que se pode concluir, como já sem possibilidades de convivência normais com as outras pessoas mesmo ate do seu circulo de camaradas que raramente também não são manipulados, usados, humilhados, xingados e atirados para um cantinho quando considerados inúteis para a sua estratégia perversa de (des)governação de Angola.

Hoje chegou-se ao ponto de que tudo do mais ruins de forma exagerada ate ja é de se esperar de um JES que se tornou num faz de contas para os opositores dentro e fora do seu Partido e ate para si mesmo.

Convido-vos á darem um olhar comigo para dentro do MPLA e constatarem o ambiente de convivência criado pelo JES dentro do seu próprio Partido possuído pelo seu poder manipulador, cada vez mais teatrais e dramáticas com ciúmes, inveja, mágoas, desconfiança entre eles isto sem somar ainda quantos desaparecidos deste planeta de forma muito duvidosa.

Mas nisto tudo o que mais me impressiona é a forma como JES vende o seu pensamento e seu sentimento nos seus discurso com muita demagogia e ainda assim acaba por se tornar no centro das atenções, como um grande craque de futebol que aplica uma finta rara, daquelas que fazem três defesas se chocarem entre eles por exemplo.

Este é sim uma espécie de grande fortuna que nem toda gente sabe e consegue acumular, manter o controle dos seus opositores, dos seus seguidores e de quase uma nação inteira através da manipulação emocional, sedução e algum medo é arte que exige uma habilidade fora de série.

5 - OS INTERESSES NOBRES DEFENDIDOS POR RAFAEL MARQUES & A FARSA QUE É O SISTEMA JUDICIÁRIO ANGOLANO!

Causa sim constrangimento e indignação a todo angolano de bem que conhece o verdadeiro rosto do regime corrupto angolano, e seu sistema judiciário como a maior farsa nacional, ver um defensor honesto de causas nobres como Rafael Marques ser vitima de chantagens e perseguição, por parte de um (PGR) que nunca mereceu credibilidade nacional nem internacional mesmo apesar de ainda não se ter escrito tudo que se conhece do mesmo.

Este tal de (PGR) patenteado de general que ainda estou para saber com critério muito embora seja o normal num Estado autoritário mascarado de democrático, corrupto e assassino, se não fizesse nada de errado, se cumprisse aquilo que é a obrigação de um PGR no verdadeiro sentido da palavra num Estado De Direito Democrático.

E se tivesse a convicção da ética e do acerto nos seus atos mesmo apesar como disse de ainda não se ter publicado tudo sobre o mesmo que se conhece, se preocuparia mais com a sua consciência e reputação.

E não gastaria tanto tempo pensando na maldade contra Rafael Marques e todos tantos quanto justamente criticam o sistema brutal, manipulador, corrupto, apodrecido, nojento e agoniante que a justiça instrumentalizada ajudou a se consolidar em Angola ao longo dos 41 anos.

O seu querer proibir através de atos intimidatórios encomendados e por iniciativa própria que jornalistas honestos, investigadores, analistas e povo no geral denuncie atos criminosos flagrantemente condenados pela constituição vigente, é a prova evidente e mais clara de que a justiça sob sua gestão é uma grande merda e farsa da pior que pode existir mesmo num regime tão mal visto como o angolano constituído por famílias, amigos e uns tantos grupinhos de lambedores e gatunos.

Defender ladrões, nunca vamos fazer esta é uma certeza!

E quanto mais este homem se lançar com todo o trungungo que se lhe conhece desde os tempos de infância, contra jornalista, investigadores, analistas e povo no geral que com provas evidentes dos factos os denuncia publicamente.

Ele funcionará como a mola aceleradora e dará mais coragem ás vitimas selecionadas por ele para intimidar que abram os arquivos mal fechados e se denuncie o muito que ainda não foi dito, quem sabe puder ajudar a queda voluntaria de um aventureiro que raramente não se julga como o verdadeiro artista, que sabe tudo e os outros não sabem nada dele?

Que fique o aviso, nenhum dos poderes desta republica corrupta e assassina é soberano, no sentido de ostentar imunidade e proteção contra a transmissão de notícias e denuncias desagradáveis que, eventualmente possam atingir sua imagem e reputação perante a sociedade, especialmente se refletem os factos como se passaram, sem julgamentos precipitados.

Ainda são muitos e ainda bem, os jornalistas, investigadores, analistas e ativistas com montões de provas sob ocorrências e factos criminosos envolvendo gente ligada á este sistema judiciário de fachada, farsa e palhaçada selvagem que qualquer dia quando o momento aconselhar poderão torna-los publico para que os angolanos conheçam o tanto lixo que se pretende esconder com este comportamento intimidatório que já nem á loucos amedronta.

Estou certo de que apesar do cerco montando contra ele pelo sistema judiciário prostituído, Rafael Marques e outros honestos investigadores, jornalistas e analistas comprometidos com causas nobres não se vão deixar intimidar nem muito menos abrandar as suas investigações e denuncias publicas, pois, informar os angolanos com verdade, transparência e imparcialidade é o que de mais salutar que se harmoniza com a democracia que se pretende para Angola.

6 - “QUE ESTUPIDEZ (PGR)” - QUERER FAZER DE ANGOLA UMA REPÚBLICA DE IDIOTAS ONDE ELE É O ÚNICO INTELIGENTE!

Este (PGR) se fosse inteligente o melhor que faria seria aproveitar da melhor maneira a boleia que lhe deram para um cargo que para o qual não tem competência, qualificação, moral e nem muito menos consciência limpa para o exercer, com um comportamento exemplar que fosse digno de ser apreciado e respeitado ate mesmo por tanta gente que conhece muito dos seus podres que ate hoje ainda não se pronunciaram.

Como é que este homem não percebe que está a queimar-se cada vez mais, essa é a pergunta que me tenho feito insistentemente ante a perceção de que ele hoje está entre os mais odiados, cruéis e brutais que o país tem, ao contrário dos truques todos que tem feito em vão para se vender como o mais vivido entre os vivaços e vivos num grupo de corruptos, manipuladores e assassinos que governa o país?

Não tenho problemas em dizer aqui, que cresci e vivenciei com muitos dos seus familiares mais próximos e quando o comparo com os demais, este tipo se constitui sem duvidas numa autentica cobra venenosa e quem sabe, grande perigo ate mesmo para muitos dos seus familiares gente humilde que conheço desde dezenas de anos.

DESIGUALDADES E GLOBALIZAÇÃO


Manuel Carvalho da Silva* - Jornal de Notícias, opinião

O aumento das desigualdades é, sem dúvida, um dos grandes temas de debate atual. A sua dimensão chocante é de uma violência irracional face aos avanços civilizacionais a que as sociedades se alcandoraram, aos meios materiais, técnicos, científicos e comunicacionais hoje disponíveis. Nas últimas décadas, a "desigualdade", sobretudo nos países mais desenvolvidos, atinge níveis idênticos aos verificados antes da Grande Depressão de 1929. Os seus efeitos negativos são profundos e vão desde a amputação do crescimento económico potencial, aos impactos negativos na saúde e no bem-estar. Em Portugal, há excessiva condescendência e permissividade perante a pobreza e as desigualdades. Isso é um entrave ao nosso desenvolvimento.

A nível internacional, argumenta-se que o aumento das desigualdades nos países mais desenvolvidos, onde o rendimento das classes trabalhadoras estagnou ou caiu durante os últimos 20 anos, se deve ao inexorável processo de globalização da economia. Dizem-nos que as perdas salariais dos trabalhadores dos países ricos são o contraponto do crescimento salarial dos trabalhadores dos países pobres. Esta seria a nova divisão internacional do trabalho resultante da liberalização comercial. Ao aumento da desigualdade dentro de cada país, corresponderia assim uma diminuição da "desigualdade" entre países.

Esta linha argumentativa é promotora da inação política, e esquece três dados essenciais. Primeiro, tem havido aumentos salariais nos países mais pobres, mas muito concentrado em países como a China, onde a luta laboral por melhores condições se tem revelado intensa e com bons resultados para os trabalhadores, embora silenciada no espaço público, por interesse do poder político chinês e porque, no Ocidente, dá jeito esconder a expressão e os impactos dessas lutas.

Também no contexto chinês encontramos o segundo dado propositadamente esquecido nos debates sobre globalização. A China não é uma economia liberalizada e aberta aos fluxos financeiros e comerciais como muitas vezes se argumenta, mas sim uma economia em que o Estado, através do controlo de importantes partes da economia, nomeadamente do sistema financeiro, tem a capacidade de dirigir a economia como um todo.

Terceiro, a suposta convergência de rendimentos verificada à escala internacional esquece sempre a formidável concentração de rendimentos que se observa no topo da escala. Entre 1988 e 2008, por cada dólar acrescido ao rendimento mundial, 44 cêntimos foram apropriados pelos 5% mais ricos. Se alargarmos a observação até aos 10% da população do topo da escala, vemos que eles ficam com 60% de cada dólar. O aumento das desigualdades não é, no fundamental, o resultado da competição entre trabalhadores de diferentes nacionalidades, mas sim uma disputa entre o comum dos trabalhadores e uma elite com expressões específicas em cada país e com dimensão absolutamente internacionalizada.

Em Portugal, as desigualdades não são uma inevitabilidade, ou mera decorrência da integração na economia europeia e global e das mudanças tecnológicas. A alteração da estrutura e do domínio da nossa economia, a ausência de uma estratégia de desenvolvimento que aproveite capacidades e formações, as fraturas geracionais no trabalho, a persistência em políticas de baixos salários são causas concretas da alteração da estrutura e condições do emprego e podem agravar ainda mais as desigualdades.

É preciso colocar o trabalho, a sua organização e remuneração, no centro das preocupações e do debate político. Temos um elevado nível de pobreza nas crianças e nos adolescentes, em primeiro lugar, porque os seus pais (adultos ainda jovens) são pobres. A sua pobreza resulta de auferirem baixos salários, serem trabalhadores precários ou estarem no desemprego.

No imediato, a luta pelo salário mínimo articulada com a redinamização da contratação coletiva - não chega aumentar o SMN, pois se não houver contratação coletiva o SMN torna-se salário nacional - constituem-se como os dois instrumentos mais eficazes de combate às desigualdades e à pobreza. A distribuição primária do rendimento deve estar no centro da luta social e política.

*Investigador e professor universitário

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