terça-feira, 10 de janeiro de 2017

PROGRAMA “SOFT POWER” DA CIA CONTRA ANGOLA PASSA POR PORTUGAL



Cada vez reúno mais indícios que está em curso um programa “soft power” da CIA contra Angola, que é suportado por um conjunto de “plataformas” em Angola e em alguns países que com Angola mais se relacionam, como Portugal e o Brasil, na sequência de programas anteriores à formação do USAFRICOM e, no caso português, dos “bons ofícios” sempre garantidos no âmbito dos sucessivos governos gerados com o 25 de Novembro até aos nossos dias!

Sob a capa das maiores inocências, ou da persuasão, escondem-se quantas e quantas vezes os piores interesses, desde a implosão sangrenta da Jugoslávia, até à Síria, passando pelo choque neoliberal sofrido por Angola entre 1992 e 2002!

Lembro que a assistente da Secretaria da Defesa Theresa Welan dos Estados Unidos, antes de 2007 e para estabelecer o sistema-modular para África do USAFRICOM, visitou por várias vezes Portugal, a fim de lançar não só os primeiros contactos, mas para começar a reunir os circuitos manipuláveis afins, pois os Estados Unidos sabiam historicamente de antemão (lembre-se a experiência comum entre Frank Charles Carlucci e Mário Soares), que Portugal tendia a ter relações privilegiadas para com Angola e por isso era “inteligente” utilizar o vassalo “soft power” da NATO a fim de estimular todas as vias utilizáveis nesse sentido, que vão desde os expedientes de inteligência económica dos serviços portugueses, às suas forças armadas, passando pelo Bloco de Esquerda, por franjas de influência em outros partidos portugueses como o PS, o PSD e o CDS, ou por organizações filiadas na pseudo “independência” de seus atributos, entre elas, a título de exemplo, a SIC, ou a Amnistia Internacional (delegação portuguesa), ou outra qualquer ONG de mão, servil aos interesses da aristocracia financeira mundial, ainda que se tornasse perceptível ser contra os interesses do povo português e do povo angolano…

Em nada me surpreendeu o facto de as minhas páginas terem sido banidas do Facebook, nem mesmo a página da ASPAR, Acção Social Para Apoio e Reinserção e por isso chamo a atenção que quem manipula o Facebook está entrosado com as iniciativas USAFRICOM, distribuídas pelas“plataformas” de vassalagem e por isso esperaram a altura ideal para as banir, logo que eu afrontasse um dos programas em curso que este ano, por causa das eleições em Angola, vão ser intensificados no superlativo.

Sempre me manifestei no sentido de colocar em alerta Angola para este tipo de coisas que afectam sobremodo os relacionamentos aparentemente bilaterais entre Portugal e Angola, por que é justo defender a independência, a soberania, a história, as instituições e a constituição angolana em vigor face ao caudal de subversão que se manifesta sempre por via de argumentos hipócritas, cínicos e ambíguos, que se inscrevem nas correntes de ingerência e manipulação dirigidos contra Angola, respondendo ao “patrão 1%” dominante nos processos e expedientes de hegemonia unipolar!

Tenho-o feito apesar de saber que a “economia de mercado” que se está a criar em Angola e os interesses dos “100 novos-ricos” que correm o risco de agenciamento a partir de parceiros no exterior, serem “naturalmente” avessos a esse tipo de iniciativas dum qualquer activista que o seja em nome do patriotismo e do respeito que a história da libertação de África deve…

No fundo os capitalistas tendem a encontrar suas próprias “plataformas” de entendimento, acima das relações entre estados, nações e povos, ainda que uns se tornem mais manipuláveis que outros face à pressão neoliberal e hegemónica que se intensificou com um conjunto enorme de reitores que modelam os interesses indexados ao domínio de 1% sobre os restantes.

É evidente que com as “plataformas” de ingerência, de manipulação, e de desestabilização, propícias ao caos e ao terrorismo, torna-se vantajoso desde logo para instrumentos dos 1% como George Soros, Gene Sharp, Leo Strauss ou Milton Friedman (e panóplia de outros instrumentos criados a partir deles e dos interesses onde se encontram inseridos), implicar esforços “soft power” que tiram proverbial proveio das frágeis “economias de mercado”, à mercê do capitalismo neoliberal tutelado pela hegemonia unipolar!

Tendo Portugal uma das mais fragilizadas economias na União Europeia e tendo Angola aceite transformações desde Bicesse que nada têm a ver com a sequência numa lógica com sentido de vida do movimento de libertação em África, o ambiente dos relacionamentos bilaterais torna-se um campo fértil para as filtragens dominantes!

Notícias enviadas hoje por um camarada nosso dos anos decisivos de Angola e residente em Portugal, dão-nos a conhecer o seguinte:

… “A Amnistia Internacional, de Portugal, vai fazer umas quantas sessões, por todo o Portugal, com o Luaty e outro que está cá.

Também visitarem a Ordem dos Advogados que prometeu apoio ao advogado de Cabinda que diz que está a ser perseguido.

A luta não pode parar.

Eu vi isto no telejornal e amanhã vou fazer um texto para tentar combater esta digressão de propaganda contra Angola”...

Essa notícia acabou por ser publicada também no Página Global Blogspot.

A Amnistia Internacional Portugal está a ser instrumentalizada sistematicamente enquanto mais um recurso útil: é hoje mais que nunca um factor de intervenção em socorro de “activistas” ao serviço das "plataformas soft power” de ingerência e manipulação, quando nunca o foi perante outras transformações internas em Angola, até mesmo quando, por exemplo, houve prisões maiores decididas sobre inocentes, em meados da década de 80 do século passado…

A “defesa de activistas” está a ser assumida fundamentalmente no estrito âmbito dos interesses dominantes, de forma a alargar o padrão de ingerências e manipulações em Angola, procurando desse modo inibir qualquer hipótese de consciência crítica dentro das fileiras do próprio MPLA, conforme se tem vindo a constatar, particularmente quando há algum membro do MPLA com carácter suficiente esclarecido para lembrar os compromissos socialistas dum passado anterior a Bicesse!

… É evidente que a intervenção contra Angola da deputada portuguesa Isabel Moreira, afecta à franja do PS saudosista de Frank Charles Carlucci e de Mário Soares, foi um dos pontos de partida e não um ponto de chegada do programa “soft power” da CIA contra Angola, que passa por Portugal com um caudal de agentes disponíveis, cada vez mais identificados… vão nus nos desfiles pelas avenidas!

É de supor que William Tonet que se encontra, de acordo com as notícias, em Portugal, se venha a desligar do CASA CE, para integrar os dispositivos correntes que além do mais possuem uma caixa-de-ressonância à altura e à dimensão da Voice of America, ou da DW e o suporte público do National Endowment for Democracy e do George Soros, que pagam bem este tipo de iniciativas, hajam quantos candidatos houverem a robots-mercenários, ainda que possam vir a ser “descartáveis de ocasião”!

Esta é mais uma lição para as elites angolanas assimiladas por via do capitalismo português e comprometidas pelos enlaces económicos e financeiros que estiveram em curso sobretudo de 2002 a esta parte no âmbito da terapia neoliberal, a grande armadilha gerada na sequência do choque protagonizado por Savimbi entre 1992 e 2002.

Não me parece nada estranho o silêncio dos organismos do estado angolano em relação a esse situação corrente… para as “elites forjadas na economia do mercado”, tal como “o segredo é a alma do negócio”, também é fácil digerir o “quem cala consente”…

Em nome da paz, da harmonia, do respeito para com a história, as instituições e a Constituição angolana em vigor, essas elites devem dar sinais de arrepiar imediatamente caminho, pondo fim ao seu perverso “cabritismo”, à sua oportunista e insensata manipulação do estado angolano (em alguns casos) e ao seu próprio mercenarismo agenciado a partir de fora, em alguns casos também ao sabor da inteligência económica portuguesa, das correntes “soft power” estabelecidas pela CIA em Portugal, inclusive por sensibilidades que ocupam por inteiro o Bloco de Esquerda, ou franjas do PS, do PSD, ou do CDS!


Os patriotas angolanos, qualquer que seja o seu partido concorrente às eleições de 2017 em Angola, devem repudiar aqueles que assumirem dispositivos anti Constitucionais, ainda que possam não estar de acordo com a Constituição em vigor, lembrando eu ainda que, em termos de conquistas de direitos humanos em benefício do povo angolano e dos povos africanos, o movimento de libertação em África tem sido o grande artífice e o grande obreiro: para trás, de há mais de 40 anos a esta parte, ficam os “indígenas” das colónias portuguesas (a última cadeia dos escravos e dos contratados de então) e os marginalizados da constelação de “bantustões” que o “apartheid” criou, ou tinha em projecto recorrendo aos traidores dos mais diversos etno-nacionalismos que em tempo foram agenciados em Angola, contra Angola!...

… Ficam para trás, se os assimilados do momento deixarem de o objectar por interesses capitalistas próprios e em nome de parceiros de duvidosa inserção, a reboque da “economia de mercado” que estamos com ela, o apagador que atirou para as calendas gregas qualquer veleidade de socialismo, por muito pálido que ele seja!

Os patriotas angolanos devem saber não se deixar enredar por armadilhas como a de Jaime Nogueira Pinto (recordo o seu livro “Jogos Africanos”), ou ligações a falcões ao nível dos falcões de Israel, ou a ligações que, por causa de interesses económicos de grupo, visem implantar “cavalos de tróia” de curta duração, “cavalos de tróia” esses que vão sendo “despoletados” ao longo das sucessivas campanhas contra Angola, pois as vassalagens oportunistas têm sempre esse tipo de riscos!

Junto o link da petição para que o Martinho Júnior volte ao Facebook em anos de eleições em Angola, com a convicção de que quem assinar a petição dentro e fora do território nacional angolano, está contra todo o novo programa “soft power” da CIA contra Angola que aqui denuncio, algo que está em curso, como em 1975 esteve a “Operação Iafeature” (o programa da CIA contra Angola, cujo chefe no terreno e autor do livro de denúncia foi John Stockwell)!


Fotos: 
O Presidente Cavaco Silva iça a bandeira portuguesa ao contrário; 
Um livro desaparecido completamente da circulação;
Uma foto memorável de Frank Charles Carlucci e Mário Soares; 

A condecoração do antigo adido militar em Lisboa do regime do “apartheid”, Jacobus Everhardus Luouw, atribuída pelo Presidente Cavaco Silva.

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