sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

INVERSÃO COMPLETA




NO FACEBOOK NÃO HÁ LIBERDADE DE EXPRESSÃO PARA O CONTRADITÓRIO AOS SEGUIDORES DE GENE SHARP!

 Martinho Júnior, Luanda

O que põem na boca do robot-mercenário, “activista” das “revoluções coloridas” para Angola, discípulo abnegado da plataforma de Gene Sharp que não passa duma pista de terra batida para a”rampa de lançamento” dos voos neoliberais do costume em direcção ao caos e ao terrorismo, comprova-se por via da minha própria experiência no Facebook, ser precisamente ao contrário de suas afirmações “independentes”, “democráticas” e “livres”, que vão ecoando agora Europa fora, numa campanha urdida oportunisticamente a propósito deste ano de 2017, o “inaugural” da administração republicana de Donald Trump e das eleições gerais em Angola.

O avolumar do “coro” radical-esquerdista-ciático em Portugal “obriga” a esta campanha e à propositada inversão de valores… silenciando eles mesmos qualquer veleidade de contraditório, conforme o que comigo aconteceu na página dele e na minha própria página, com a volatilização dos meus textos onde quer que eles se encontrassem no Facebook, inclusive o completo desaparecimento da página da ASPAR, Acção Social Para Apoio e Reinserção, cujos conteúdos nada tinham a ver com o imposto contencioso!...

É evidente que com esse comportamento no Facebook, não é de surpreender que o robot-mercenário tenha suas “caixas-de-ressonância” ampliadas, até por que dentro de Angola o “iceberg” dos seus vínculos indicia ter uma parte submergida maior que a parte que se apresenta visível… a seu tempo os próprios acontecimentos irão colocar à vista a parte submersa…

A Voice of America e a DW, vão continuar a ser abnegadas “caixas-de-ressonância”, até quando a administração republicana de Donald Trump tiver a oportunidade de as “rectificar”!

De certo modo, a ascensão deste modelo (?) republicano de poder com Donald Trump, começa ele próprio a pôr em causa as escolas de Milton Friedman, de Leo Strauss, de Francis Fukuyama, de George Soros e de Gene Sharp, ainda que um homem-de-mão como John McCain seja um republicano “residual” das administrações imediatamente anteriores.

Quer dizer: as corporações multinacionais, particularmente a Exxon, a Chevron e as similares europeias que lhe são mais vassalas (entre elas a SHELL, a BP, ou a Total), ao conformarem o“America first” de tendência neofascista, não vão deixar que sejam as empregadoras dos serviços, como a poderosa Halliburton, ou consórcios de exércitos securitários-mercenários, que sejam mais decisivos nos relacionamentos internacionais.

Essa deriva está já a colocar em cheque os expedientes neoliberais, com as várias correntes doutrinárias de recurso, em cheque por que agora o proteccionismo é o factor primeiro, directamente a favor das próprias corporações multinacionais e a prioridade para “arrumar a casa”, deixou de ser o global, para passar a ser o nacional… “America first”…

O “soft power” que se tem desenvolvido na “plataforma vassala” de Portugal contra Angola, uma jogada neoliberal “às três tabelas” no biljar da CIA e seus associados, com Donald Trump neofascista fica relativamente órfã… e a parte escondida do “iceberg” que se encontra em Angola, terá de inventariar outros recursos, por muito premiados que sejam Rafael Marques de Morais, ou Luaty Beirão… aliás, Donald Trump, entre os imensos cortes financeiros que irá fazer, influenciará na diminuição do poder financeiro de “empregadores” como a USAID, ou o National Endowment for Democracy… ainda que reforce o Pentágono e, por tabela, o USAFRICOM.

É claro que os últimos pronunciamentos dos robots-mercenários contra Angola, indiciam com toda a carga de hipocrisia, cinismo e ambiguidade que é seu preferido manancial, a previsão dessa proverbial insuficiência gradual de capital a seu favor!... 

Foto: Mark Zuckerberg, permissivo à censura de carácter neoliberal.

A consultar:
Luaty Beirão pede à União Europeia mais atenção no apoio a organizações angolanas –
Nos 12 anos do Facebook, Zuckerberg é o quarto mais rico do mundo – http://www.bitmag.com.br/2016/02/nos-12-anos-do-facebook-zuckerberg-e-o-quarto-mais-rico-do-mundo/

Angola. INFRAESTRUTURAS E EMPRESÁRIOS



É um facto inegável que o Executivo angolano está permanentemente apostado na melhoria das condições de vida das populações, materializando programas de grande impacto económico e social, para que todos os cidadãos do país vivam com dignidade.

Jornal de Angola, editorial

O Estado tem elevadas responsabilidades na procura dos mecanismos de promoção do bem-estar dos cidadãos. E é com satisfação que os angolanos vão acompanhando e sentindo o impacto das grandes obras que o Executivo vai fazendo, por exemplo, ao nível das infra-estruturas. 
As infra-estruturas são a base para o desenvolvimento do país. Os nossos governantes perceberam que é necessário que se construam muitas infra-estruturas de elevada qualidade, para que possamos ter uma base que proporcione o crescimento económico e o desenvolvimento. Mesmo países desenvolvidos continuam a prestar atenção às infra-estruturas, como vias rodoviárias e ferroviárias, que se encontram obsoletas. O esforço que se faz no nosso país para a edificação ou reabilitação de infra-estruturas vai seguramente produzir resultados positivos no futuro. 

O Executivo traçou metas, na perspectiva de ao longo de vários anos se edificarem bases seguras para um desenvolvimento sustentável de Angola. É motivo de satisfação para os angolanos o facto de terem entrado em funcionamento esta semana três novas subestações eléctricas, como resultado de um investimento de cerca de cem milhões de dólares, para ampliar a oferta de energia a algumas localidades da capital do país.

 Segundo o ministro de Energia e Águas, com estas estruturas, 145 mil famílias de Luanda passam a ter energia eléctrica 24 horas por dia, e espera que futuramente o número de beneficiários possa chegar aos 400 mil. 

O governador provincial de Luanda, Higino Carneiro, disse que a cidade capital teve um grande presente no 441º aniversário da sua fundação, porque as novas subestações vão estabilizar o nível de electricidade na cidade. A criação das novas subestações eléctricas em Luanda são uma prova de que os governantes estão atentos aos problemas das populações e tudo fazem para os resolver. O processo de criação de qualidade de vida para todos está em marcha. As autoridades pretendem cumprir o seu dever de promover o bem-estar para todos os cidadãos, sem excepção.

Os investimentos públicos que têm sido realizados no domínio das infra-estruturas, desde a conquista da paz em 2002 são significativos, e é inegável que a vida de milhares de angolanos mudou, para melhor, depois do fim do conflito armado. 

Angola tem muitos recursos naturais que devem ser potenciados, no sentido de poderem ser transformados em benefícios para as populações. Um dos nossos grandes recursos naturais é a água, para cuja gestão o Conselho de Ministros aprovou um plano destinado a aproveitar melhor os recursos hídricos do país.

Levar energia eléctrica a um número elevado de famílias e assegurar um melhor aproveitamento dos recursos hídricos constituem tarefas que contribuem para que sejam satisfeitas muitas necessidades colectivas. O Estado existe para promover o bem comum. Que os governantes continuem a trabalhar incansavelmente para que os cidadãos sintam os efeitos da sua actividade que deve estar constantemente dirigida à prossecução do interesse público. 

Ainda temos muitos problemas por resolver, mas o importante é que eles vão sendo solucionados, na medida das nossas capacidades financeiras. É sempre conveniente que, perante muitos problemas, se estabeleçam prioridades, a fim de que os problemas mais importantes sejam resolvidos em primeiro lugar. E, ao que tudo indica, as prioridades foram bem definidas. As infra-estruturas estão a ser construídas, para que, por exemplo a actividade empresarial dê um salto, que permita que o país possa diversificar a sua economia e tenha menos desemprego. Que as infra-estruturas sirvam para dar suporte à actividade dos agentes económicos privados que devem “aquecer” a nossa economia, no sentido de se diminuir gradualmente a nossa excessiva dependência da economia petrolífera.

 É tempo de os nossos empresários actuarem com agressividade com vista a terem uma actividade produtiva permanente e sem grandes sobressaltos. O que o país precisa é de empresários que queiram e saibam trabalhar em prol do crescimento económico do país. E temos no nosso país empresários que, com muito zelo e enfrentando dificuldades diversas, vão construindo unidades que estão a produzir bens e serviços. 

Que se comece a valorizar o trabalho dos empresários nacionais, dando-lhes o apoio que merecem e que precisam. Há no nosso país um segmento de empresários que tem conhecimento e larga experiência ao nível da actividade produtiva, os quais podem ajudar o país a crescer. Que se aposte neles. É o país que ficará a ganhar. Que os financiamentos que os bancos comerciais concedem a agentes económicos privados sejam direccionados para empresários que dão de facto garantias de que vão fazer bom uso do capital que recebem a título de empréstimo.

Angola/Eleições. Marcolino Moco diz que “não poderá haver alternância, mas sim sucessão” no país



Participando nas jornadas parlamentares da UNITA, antigo primeiro-ministro falou na necessidade de “instituirmos no país uma verdadeira democracia”.

O antigo primeiro-ministro Marcolino Moco considerou, em Luanda, que “não poderá haver alternância, mas sim sucessão” em Angola, por estar instalado “um regime monárquico” no país.

“A ilusão da sucessão em Angola não passa de uma mera ilusão. É preciso instituirmos no país uma verdadeira democracia e verdadeiros poderes democráticos”, afirmou o actual docente universitário ao abordar o tema “Angola: Sucessão ou Alternância” durante as VI jornadas parlamentares da UNITA, que terminaram ontem.

A posição de Marcolino Moco surge numa altura em que o MPLA indicou o vice-presidente do partido, João Lourenço, para encabeçar a lista às próximas eleições gerais, previstas para Agosto, mas sem que a saída da vida política de José Eduardo dos Santos, chefe de Estado desde 1979, tenha sido oficializada.

“O que temos em Angola é um regime monárquico, daí que não pode haver poder autárquico no país. Numa monarquia não pode haver alternância mas sim sucessão, aliás, o termo monarquia em Angola não foi inventado por mim, mas sim por um amigo meu que hoje é juiz no Tribunal Constitucional”, afirmou Marcolino Moco, que foi primeiro-ministro entre 1992 e 1996.

Para Marcolino Moco, antigo secretário-geral e membro do comité central do MPLA, foram dados “vários passos formais para a instauração do regime monárquico em Angola”, que segundo o político “começaram em 1998”.

“Quando o Presidente da República pediu ao Tribunal Supremo, nas vestes de Tribunal Constitucional, que dissesse quem era o chefe do governo. Na altura muitos juristas colocaram a questão da inutilidade deste questionamento, porque o chefe do governo real era mesmo o próprio chefe do governo”, recordou.

Por isso, enfatizou o advogado e primeiro secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre 1996 e 2000, o Tribunal Constitucional é hoje “um órgão de consolidação da própria monarquia”.

Marcolino Moco, que tem sido crítico nas suas intervenções e comentários sobre o actual governo, criticou igualmente na sua alocução a não-fiscalização dos actos do executivo por parte dos deputados, à luz de um acórdão também do Tribunal Constitucional.

“Mas então se os deputados eleitos pelo povo não podem fiscalizar os actos do Executivo, quem vai fiscalizar, são deputados para quê”, questionou, durante as jornadas da parlamentares da UNITA.

Afirmando-se “defensor da paz até as últimas consequências”, acrescentou que “há certos tipos de paz que não podemos tolerar”, criticando igualmente o sistema de Justiça do país.

“Aqui só há Justiça do Estado se você roubar uma galinha. De resto, a Justiça no país é presidencial”, apontou.

Lusa, em Rede Angola

Angola. JORNALISTAS QUEREM LEVAR NOVA LEGISLAÇÃO AO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL



O sindicato da categoria assume desta forma dúvidas sobre a constitucionalidade de algumas disposições constantes da nova legislação do sector.

O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) anunciou ontem a intenção de levar ao Tribunal Constitucional o pacote legislativo da comunicação social, promulgado esta semana pelo chefe de Estado, alegando que contém disposições que atentam contra a liberdade de imprensa.

A posição do órgão sindical da classe jornalística apresentada em conferência de imprensa, em Luanda, pelo seu secretário-geral, Teixeira Cândido, assumindo especial “preocupação” com a futura regulação do sector e a “usurpação de competências”.

“Ou seja, competências que são dos tribunais hoje foram atribuídas ao Ministério da Comunicação Social. Como é o caso dos estatutos editoriais dos órgãos de comunicação social, que agora serão supervisionados pelo Ministério da Comunicação e não pelos tribunais”, apontou o dirigente sindical.

O sindicato assume desta forma dúvidas sobre a constitucionalidade de algumas disposições constantes da nova legislação do sector, publicada em Diário da República a 23 de Janeiro.

“Entendemos que atentam contra a liberdade de imprensa e são essas questões que vão fazer com que o sindicato recorra junto do Tribunal Constitucional, para ver de facto corrigidas estas disposições, que na nossa opinião são disposições que atentam contra a liberdade de imprensa”, disse Teixeira Cândido.

O secretário-geral do SJA mostrou-se igualmente céptico sobre os incentivos do Estado aos órgãos de comunicação social previstos no novo pacote legislativo, que integra a Lei de Imprensa, Estatuto do Jornalista, leis sobre o Exercício da Actividade de Televisão e Radiodifusão.

“Apesar de serem acolhidas algumas propostas do sindicato [no parlamento], não estamos expectáveis de que este instrumento saía do papel. Como sabemos, há 25 anos que o Estado não implementa mecanismos de incentivos ao sector da comunicação”, assinalou, recordando as “graves dificuldades” financeiras que estas empresas atravessam.

“Não é novidade para os colegas que hoje quem sustenta as rádios são as igrejas, são os espaços que igrejas compram às rádios”, lamentou Teixeira Cândido.

Este pacote legislativo, aprovado pela Assembleia Nacional  em Novembro último, prevê ainda a criação legal da nova Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERCA) e foi promulgada esta semana pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

O secretário-geral do sindicato também valorizou as contribuições da classe que acabaram por ser levadas em considerações: “Em relação à entidade competente para emitir a carteira profissional, essas propostas que foram avançadas pelo sindicato foram acolhidas. Quer dizer que a entidade competente para emitir a carteira de ética profissional será a comissão de carteira e ética e não a entidade reguladora, como inicialmente era proposto”, concluiu.

Lusa, em Rede Angola

Moçambique. É TUDO FARINHA DO MESMO SACO



@Verdade, editorial

Já aqui dissemos, por várias vezes, que os roubos e as infracções financeiras deliberadas que são reportadas nesta e naquela empresa pública, como o caso recente da Rádio Moçambique (RM), são paradigmáticos do que, nos últimos tempo, tem estado a acontecer em todas as instituições públicas e/ou do Estado, sem excepção. Diga-se em abono da verdade que o caso da RM, uma estação que não tem prestado serviços públicos aos moçambicanos, limitando- se à caixa de ressonância do partido Frelimo, mostra que a corrupção organizada, aparentemente sem rosto, está enraizada na função pública.

A cada dia que passa, os moçambicanos vão sendo lesados de forma inescrupulosa por indivíduos que fingem dirigir o país rumo ao desenvolvimento. Por exemplo, a RM usou indevidamente dezenas de milhões de meticais do erário, sob olhar de quem devia pôr ordem nessa roubalheira.

Essa situação e outras não são apenas preocupantes e clamorosas. Também são bastante revoltantes. Aliás, qualquer cidadão consciente não ficaria indiferente perante a burla e o saque que descaradamente um grupo de indivíduos tem vindo a efectuar aos cofres públicos. É uma realidade obscena, ou seja, essa pouca vergonha é prova cabal da tamanha desonestidade e falta de respeito para com o povo moçambicano, que, com muito suor, cumpre com as suas obrigações fiscais.

Ontem foi na Linhas Aéreas de Moçambique, hoje na Rádio Moçambique, para além de outras instituições públicas e estatais onde o saque aos cofres do Estado já foi tornado público, amanhã, certamente, não nos vamos surpreender se for reportado roubos no erário, por intermédio da Presidência da República. Até porque a agenda é a mesma. Estão todos a levar habilmente água para os seus moínhos, enquanto o povo vai definhando. Não tem que rouba menos ou mais. É tudo farinha do mesmo saco.

Tomara que um dia o povo moçambicano possa despertar do coma e abandonar a domesticação e a menoridade a que tem sido submetido pela Frelimo, desde a Independência Nacional. Os moçambicanos, tomará, tenham consciência de que existe neles um poder revolucionário capaz do os tornar senhores dos seus próprios destinos. Tomará que o povo perceba que nunca precisou dessa corja no poder e de políticos mercenários para resolver os problemas que o apoquenta. Tomará que os moçambicanos percebam que a Frelimo só tem vindo a criar mais desgraça e tornar o povo mais pobre do que já é. Quando esse dia chegar, portanto, a mudança será profundamente revolucionária.

Corrupção lesou a economia moçambicana em cerca de cinco biliões de dólares entre 2002 e 2014



A corrupção lesa, em média, o Estado em 500 milhões de dólares por ano. Num estudo sobre os custos da corrupção para a economia de moçambique, o Centro de Integridade Pública concluiu que o valor agregado dos custos da corrupção, entre 2002 e 2014, situou-se entre 4.8 e 4.9 biliões de dólares americanos, o equivalente a cerca de 30 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014.

No mesmo documento, a que “O País” teve acesso, a instituição concluiu que a corrupção pode ser maior e com valores consideravelmente nos casos, por si escolhidos como amostra, a exemplo das Alfândegas de Moçambique, Ematum, preços exagerados de importação de combustíveis líquidos, contratações nos sectores de telecomunicações e de construção/obras públicas.

Também na senda dos custos da corrupção para o Estado, o Gabinete de Combate à Corrupção denunciou, no relatório do primeiro semestre, o desvio de cerca de 80 milhões de dólares, dos quais apenas 14 milhões foram recuperados.

O CIP refere que esta realidade acabou pesando para consequências como perda de projectos de investimento avaliados em cerca de 90 milhões de dólares, em 2014, aumento dos custos de produção e prejuízos à actividade do sector privado, retracção do sector privado e das Pequenas e Médias Empresas a favor de empresas públicas e parcerias público-privadas, assim como para que o nome de Moçambique ficasse manchado enquanto destino de Investimento Directo Estrangeiro.

As saídas para Moçambique, segundo a instituição, passam por dinamizar o combate à corrupção, visando a mobilização de recursos fiscais domésticos adicionais, honrar os compromissos de melhorar os serviços sociais para todo o cidadão, dinamizar o sector privado doméstico, designadamente as Pequenas e Médias Empresas e, por fim, atrair mais investimento e de melhor qualidade. “Tudo isso passa, entre outros aspectos, por criar mecanismos para punir severamente e exemplarmente a grande corrupção”, conclui o Centro de Integridade Pública.


Pandas gémeos de Macau dão boas vindas ao Ano Novo em primeiro encontro com o público



Macau, China, 27 jan (Lusa) -- Os dois pandas gémeos bebés de Macau estão desde hoje expostos ao público e crescem a olhos vistos: pesam 12 e 13 quilos, correm e trepam por todo o lado e já vão comendo algum bambu.

Com sete meses, Jian Jian e Kang Kang, que estiveram até agora resguardados numa 'creche' no Pavilhão do Panda Gigante, passam a estar expostos ao público, juntamente com os pais, ainda que apenas durante duas horas por dia e até ao dia 12 de fevereiro -- depois disso, devem passar a estar na zona pública do pavilhão apenas aos domingos.

A presença dos gémeos surge assim como uma prenda de Ano Novo chinês para residentes e turistas, que podem assistir às tropelias de crias de um dos animais mais adorados da China.

Durante as duas horas diárias em que vão estar no recinto, os bebés vão estar sempre acompanhadas de tratadores, que garantem que não se magoam. De facto, Jian Jian e Kang Kang tentam trepar os adereços do recinto -- repleto de troncos e vegetação --, e rebolam e tropeçam com frequência. Especialmente para eles foi colocado um cavalinho de madeira e um barco, que oscilam e onde se podem sentar.

"Trato deles todos os dias, cada momento é muito especial", contou a tratadora Sok I Chao, explicando que é possível distinguir os dois irmãos porque as orelhas de Jian Jian, o irmão maior, "ficam para cima" e as de Kang Kang "ficam mais para baixo".

Jian Jian "tem um caráter mais animado e tem mais curiosidade", Kang Kang "é mais tímido e mais mimoso". Quando nasceram, Jian Jian pesava 135 gramas (peso normal, já que o médio é 100 gramas), mas Kang Kang tinha apenas 53,8 gramas, sendo considerado "ultraleve" e o segundo mais pequeno do mundo.

Apesar da diferença à nascença, hoje apenas os separa um quilo: o maior pesa 13 quilos e o mais pequeno 12. Os dois são ainda alimentados com leite em pó, "mas os criadores também já lhes dão algum bambu" apesar de ser uma "quantidade muito pequena", contou o veterinário Huang Wenjun, que faz parte da equipa de três especialistas que vieram da Base de Pesquisa de Reprodução do Panda Gigante de Chengdu da província chinesa de Sichuan.

Além destes três profissionais, oito do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais de Macau cuidam dos gémeos e dos pais 24 horas por dia.

"Sinto como se fosse mãe deles porque trato deles todos os dias. É um sentimento do fundo do coração, quero proteger esta espécie, que é muito especial", disse Sok I Chao.

O sentimento é partilhado pelo veterinário da China: "Sinto como se fosse pai. Quando volto ao serviço (depois das folgas) vejo os bebés e quero logo abraçá-los e beijá-los".

No primeiro dia de exposição ao público, véspera de Ano Novo chinês, não foram muitas as pessoas que acorreram para ver as crias, e parte dos que ali estavam não sabiam da presença dos mais pequenos.

Noel e Emily vieram de Hong Kong passear com as filhas, duas meninas de sete e cinco anos, e foi com surpresa que viram Jian Jian e Kang Kang. "Da última vez que viemos só vimos os pais", explicou Noel, enquanto as crianças saltitavam de entusiasmo e diziam que gostavam muito de animais.

Também turista, Ivana, da Sérvia, tinha chegado na véspera a Macau e veio ao Pavilhão do Panda Gigante por curiosidade, mas não sabia que havia crias. "São tão queridos, parecem felizes. Já os adultos parecem aborrecidos", comentou.

Já Averil (Irlanda) e Peter (Inglaterra) deslocaram-se ao parque de propósito para conhecer os seus inquilinos mais novos. O casal trabalhou durante três anos e meio na Universidade de Macau mas regressa à Europa na segunda-feira.

"Sabíamos [que iam cá estar] porque viemos há uns dias para ver os grandes, perguntámos pelos bebés e disseram-nos que iam cá estar hoje. São lindos, muito energéticos", disse Averil.

ISG // VM

Ministro da Educação timorense apresenta-se como candidato às eleições presidenciais



Díli, 27 jan (Lusa) - O ministro da Educação timorense e dirigente do Partido Democrático (PD), António da Conceição, disse hoje à Lusa que aceitou a nomeação do seu partido para se apresentar como candidato às eleições presidenciais de 20 de março próximo.

"Tivemos um encontro alargado do partido na quinta-feira com a presença das representações municipais, fizemos várias análises e consideramos que é importante o Partido Democrático propor um candidato às eleições presidenciais", disse à Lusa António da Conceição.

"Todos eles nomearam-me e deliberaram que eu seria o candidato e por isso decidi aceitar e vou-me candidatar", afirmou.

A candidatura de António da Conceição às eleições presidenciais é a quarta, somando-se às do atual presidente da Fretilin, Francisco Guterres (Lu-Olo), de António Maher Lopes (Fatuk Mutin), apoiado pelo Partido Socialista de Timor (PST), e à de José Neves, ex-vice-comissário da Comissão Anticorrupção (CAC), que se apresenta como independente.

Esta semana o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense e atual deputado da Frente Mudança (FM), José Luis Guterres, também disse à Lusa que se vai apresentar como candidato independente às eleições presidenciais de 20 de março em Timor-Leste.

José Ramos-Horta, ex-Presidente da República, confirmou à Lusa esta semana que não é candidato às eleições deste ano apesar de apelos de vários quadrantes nesse sentido.

O único partido com representação parlamentar que não terá um candidato próprio ou um que apoie oficialmente é o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), com o presidente do partido, Xanana Gusmão, a dever apoiar a candidatura de Lu-Olo.

António da Conceição explicou à Lusa que a sua plataforma de campanha assenta, a nível interno, no esforço de "unificação e consolidação das instituições do Estado", analisando formas da Presidência "colaborar com o Governo para continuar o processo de desenvolvimento do país".

"Tendo em conta a situação atual de Timor-Leste, que ainda está na fase de desenvolvimento, vamos querer continuar a reforçar as instituições, especialmente as forças armadas para que possam exercer as suas funções institucionais, no âmbito da manutenção da estabilidade nacional", disse ainda.

Em termos internacionais o ministro timorense quer continuar a trabalhar "para vincar a marca de Timor-Leste no mundo", focando-se em aspetos como a adesão de Timor-Leste à ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), o "reforço dos laços históricos com a CPLP" (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e a "manter os laços com outros países" vizinhos e com quem Timor-Leste tem já relações fortes.

António da Conceição relembra ainda que o país está a viver o processo de transição dos "fundadores da nação" para uma nova geração de líderes, algo que diz já ter começado ao nível do Governo e noutras instituições.

Ministro do Comércio, Indústria e Ambiente desde 2012, assumiu em agosto de 2015, depois da morte do seu antecessor no partido e no Governo, Fernando La Sama de Araújo, o cargo de ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos Sociais e ministro da Educação.

ASP // DM


XANANA GUSMÃO DEFENDE EX-MINISTRA TIMORENSE CONDENADA E CRITICA JUSTIÇA



Díli, 26 jan (Lusa) - O líder timorense Xanana Gusmão teceu hoje duras críticas ao sistema judicial do país, numa carta aberta a uma ex-ministra condenada em Díli, em que defende a sua inocência e acusa alguns agentes judiciais de corrupção.

"Não aceito, do fundo da minha alma pecadora, que hoje sejas incriminada de algo que não faz sentido, com relação à tua pessoa, com relação às tuas atividades, com relação à tua participação para a melhoria da vida das pessoas, para além do horizonte físico do nosso país", escreve o ex-primeiro ministro na carta endereçada à ex-titular das Finanças, Emília Pires, condenada a sete anos de prisão por participação económica em negócio.

"E, contigo, o meu pensamento vai também abraçar a outra vítima da injustiça da Justiça do nosso País, a Madalena Hanjam", escreve, numa referência à ex-vice-ministra da Saúde condenada no mesmo processo a quatro anos de prisão.

Na carta aberta de nove páginas, entregue pelo próprio à Lusa, Xanana Gusmão deixa críticas ao sistema judicial timorense, e faz acusações sobre vários alegados casos de abuso de fundos públicos, sem apresentar informação concreta que os comprove.

Em particular acusa de irregularidades financeiras quer o Presidente do Tribunal de Recurso - num projeto do tribunal - quer o Procurador-Geral da República, por causa de faturas de uma viagem em representação do Estado ao Brasil.

"Eu sei que estás a passar os momentos mais difíceis da tua vida! Sabes bem que eu não percebo nada de leis, porque enquanto estava nas montanhas não me foi permitido, como aconteceu a outros respeitados timorenses, tirar cursos de direito no estrangeiro e, sobretudo, na Indonésia", escreve numa carta marcada pela ironia e sarcasmo, acrescentando que "estes últimos são os que hoje preenchem a maioria do poderoso sistema judiciário".

"Sabes, Emília, eu admiro esta gente! Não percebem o português e julgam sob as leis escritas em português e assinam acórdãos que eles próprios não entendem", escreve.

Xanana Gusmão assina a carta e acrescenta o epíteto "O Soeharto de Timor", numa referência ao ex-ditador indonésio com quem foi comparado pelo atual chefe de Estado, Taur Matan Ruak, num polémico discurso que este proferiu no Parlamento Nacional timorense.

"Uma das tuas acusadoras parece que foi designada para reunir dados sobre mim. E essa enjeitada até se vangloria do seu papel de feiticeira da justiça. Hoje em dia, todos eles se sentem assim: poderosos, exemplarmente sóbrios e retos, numa perceção fantasmagórica de que têm o Estado nos seus punhos! E nem se apercebem de que não percebem o que é um Estado", afirma.

Considerando que Emília Pires teve um "papel primordial no processo de construção do Estado", Xanana Gusmão diz que entre as pessoas que agora a acusaram no tribunal estavam "algumas que não defendiam a independência do país".

Na carta, Xanana Gusmão recorda alguns dos momentos da relação profissional entre ambos que começa em 1999 quando o líder timorense ainda estava detido na casa-prisão de Salemba em Jacarta e convidou Emília Pires para começar a preparar o futuro do país.

Recorda as "lastimáveis condições em que o Ministério do Plano e das Finanças se encontrava" quando Emília Pires assumiu a responsabilidade de o liderar, das dificuldades que enfrentou e dos "obstáculos encontrados por afiliações partidárias que, ao tempo, dominavam a administração pública".

Saúda-a por ter introduzido "um sistema financeiro moderno" e ter transformado "uma instituição, fraca e desorganizada na altura" numa estrutura "de uma produtividade inegável, (...) eficiência comprovada dos seus agentes" e que merece confiança da comunidade internacional.

Relembra "peripécias" de governação, dentro e fora de Timor-Leste e congratula-a pela diversificação do investimento do Fundo Petrolífero que deu ao país "um lucro de mais de dois mil milhões de dólares" e pela criação do Portal da Transparência, entre outras.

"Revelaste, ao longo do tempo em que serviste o nosso Estado, como ministra, uma vontade inexcedível de melhoria constante", escreve.

"O Estado da República Democrática de Timor-Leste (RDTL) deve muito a ti, mulher fisicamente fraca mas com uma honestidade fora de vulgar. Presto-te esta homenagem, com humildade e admiração. Foste excessivamente escrupulosa, em muitas matérias que diziam respeito a possíveis atos que lesassem o Estado. Foste também marcantemente preocupada com a falta de medidas de correção, junto de instituições que careciam ou revelavam falta de vontade de adotar as normas estabelecidas de gestão financeira dos dinheiros públicos", considera.

No caso concreto pelo qual foi condenada, Xanana Gusmão rejeita que Emília Pires tenha sacado benefício económico do negócio da compra de camas hospitalares, afirmando que não houve qualquer comissão e que o negócio com a empresa do marido da ex-ministra foi de compra e venda, sem intermediários como é "costume" em Timor-Leste.

"É por isso que eu não consigo aceitar que tenhas cometido um crime de participação económica em negócios que tivessem lesado o Estado. As camas estão a ser utilizadas e o próprio Presidente do Tribunal do Recurso foi beneficiado no uso desse tipo de camas ortopédicas, quando apanhou o 'stroke' (enfarte) e foi internado", escreve Xanana Gusmão.


ASP//ISG

Portugal. FARSA PÚBLICA: GOVERNO AUTORIZA FURO DE PETRÓLEO NO MAR DE ALJEZUR



O governo português não só autorizou o furo como deixa aparentemente sem quaisquer condições que esse furo seja feito na altura do ano que mais convier às petrolíferas.

João Camargo*, opinião

Em agosto do ano passado, 42.295 pessoas opuseram-se à autorização de perfuração a mais de 1.000 metros de profundidade de um furo de prospeção de petróleo e gás ao largo do mar frente a Aljezur, numa consulta pública que ficou também marcada por 4 pessoas que se manifestaram a favor. O governo tinha 30 dias para emitir um parecer. Ontem, cerca de 150 dias depois, descobriu-se num site que não é aquele em que as pessoas participaram, que o Governo decidiu autorizar as concessionárias GALP e ENI a realizar 60 dias de operações, nas datas que lhes apetecer (com apenas um aviso com 10 dias de antecedência) até 2019, e fazer um furo entre os 2.500 e os 3.000m de profundidade, isentando aparentemente as empresas de pagar cauções e de ter seguro de responsabilidade civil.

A isto chama-se "panelinha". Os atores são os governos e as petrolíferas. Em maio de 2016 a concessionária GALP/ENI, antes sequer da abertura da consulta pública para a autorização da realização do furo, contratou uma empresa chamada MedServ e instalou-a no Porto de Sines para dar apoio no processo de prospeção offshore. A mesma empresa viria a anunciar publicamente(link is external) que havia ganho um concurso da ENI para fazer o apoio logístico à prospeção. Claro que estranhamente isto ocorreu a 26 de maio, quando a consulta pública apenas abriu 4 dias depois, a 30. Como ocorre frequentemente, a democracia é visto como um artifício, quando se coloca à frente de negócios e negociatas. As consultas públicas em Portugal são um pró-forma quase tão pouco relevante como as avaliações de impacto ambiental, porque no fim o negócio tem é de acontecer, mesmo que seja catastrófico para o Estado, para as populações, para a economia, e sobre o ambiente nem vale a pena falar.

O que foi inesperado na consulta pública de julho/agosto de 2016 é que a oposição social era tão avassaladora (bem expresso nos 42.295 contra os 4 a favor) que houve a necessidade de criar pelo menos uma aparência de respeito pelo processo formal. Assim foi. Sabe-se, desde a altura, que houve uma oposição popular de mais de 10 mil para 1. Sabe-se também que todos os municípios do Algarve se opuseram ao furo e que inclusivamente interpuseram uma providência cautelar para travar esse furo. Ficou-se a saber mais tarde que todas as juntas de freguesia pertencentes ao Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina se opuseram ao furo. E sabe-se pouco mais. A Direção-Geral nunca mais falou sobre o assunto. As pessoas que participaram na consulta pública não foram informadas acerca de nada. Sobre o que disseram as entidades de consulta obrigatória, nada. Uma resposta aos vários e múltiplos argumentos invocados, nada. Um relatório sobre uma consulta pública com mais de 40 mil participações? Não existe. Até hoje no site da Direção-Geral não há nada.

Outra questão relevante era a caducidade do contrato de concessão da ENI/GALP. No ano passado, 2016, nono ano desde a assinatura do contrato em 2007 pelo então ministro Manuel Pinho, a concessionária tinha de realizar uma sondagem de pesquisa. Não realizou. Mais um incumprimento contratual que permitiria cancelar um contrato. A ENI e a GALP terão recebido mais uma borla do governo. Não é a primeira(link is external).

Foi preciso vasculhar o site do Plano de Situação do Ordenamento do Espaço Marítimo Nacional para encontrar uma autorização(link is external), assinada a 11 de janeiro de 2017 pelo Diretor-Geral Miguel Sequeira (que entretanto abandonou a Direção-Geral), que permite à ENI e à GALP realizar furos no fundo do mar entre o Algarve e o Alentejo, até 3 mil metros de profundidade. A ENI e a GALP podem, durante 60 dias, fazer o furo Santola1X, bastando para tal avisar o governo com 10 dias de antecedência. Além disso, o governo aparentemente isentou as petrolíferas de ter sequer de apresentar caução e de ter seguro de responsabilidade civil, o que é tão escandaloso que só pode ser um erro.

Tudo isto significa que mesmo o pequeno espetáculo montado para criar a ideia de que uma consulta pública servia para alguma coisa não passou de um fogacho. A posição de dezenas de milhares de pessoas, organizações, municípios e instituições públicas, foi olimpicamente ignorada sem ter havido sequer uma resposta, aprovando-se pela porta do cavalo uma licença que é no mínimo dúbia, mas que pode inclinar-se para o criminosa. E as concessionárias sabiam disso, já que a MedServ, empresa contratada antes mesmo de ter sido aberta a consulta pública, manteve-se o resto do ano todo no Porto de Sines. O porto alentejano teve até direito à expansão do seu heliporto para as operações de logística e à instalação de de contentores onde há mais de um mês já está todo o material para o furo de prospeção.

Os riscos de um furo a 3.000m de profundidade são elevadíssimos. Tal pode ser atestado pelo auto-explicativo acidente do Deepwater Horizon em 2010, que ao realizar um furo exploratório no Golfo do México a 1.500m de profundidade teve um acidente fatal para 11 trabalhadores e que se manteve a perder petróleo de forma violenta durante os 88 dias seguintes, inviabilizando em grande escala a vida no litoral ligado ao mar de toda a parte norte do golfo. O governo português não só autorizou o furo como deixa aparentemente sem quaisquer condições que esse furo seja feito na altura do ano que mais convier às petrolíferas, sem restrições de segurança para épocas de baixa agitação marítima. A licença é válida até janeiro de 2019. A isto chama-se irresponsabilidade organizada. E se o primeiro nome nessa organização é o que está no papel – Miguel Sequeira – a seguir não podem deixar de lá estar os nomes de Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, José Matos Fernandes, ministro do Ambiente, Jorge Seguro Sanches, secretário de Estado da Energia, e António Costa, primeiro-ministro.

As centenas de pessoas envolvidas nesta luta há já algum tempo e as centenas mais que se vêm juntando nos últimos meses sabem que as espera um combate desigual, do qual fazem parte todos estes jogos de bastidores e simulações de boas vontades. Sabem também que este furo será para combater por todos os meios.

Artigo publicado em sabado.pt (link is external)

*Esquerda.net - João Camargo - Investigador em Alterações Climáticas. Dirigente do Bloco de Esquerda e deputado municipal na Amadora

DÉFICE E "O DIABO" NO DEBATE QUINZENAL ACESO NO PARLAMENTO




O défice e "o diabo" regressaram hoje ao debate quinzenal, o líder do PSD avançou que seria de 3,4% em 2016 sem as medidas extraordinárias, mas o primeiro-ministro contrapôs que é o mais baixo desde 1974.

A polémica da baixa da Taxa Social Única (TSU), travada pelos parceiros do Governo PS com a ajuda do PSD, e a sua substituição pela descida do Pagamento Especial por Conta (PEC) ainda serviu para o primeiro-ministro, António Costa, acusar o PSD de ser irrelevante e não valer para nada.

"Não será graças ao PSD que os trabalhadores verão aumentado o salário mínimo nacional, nem será graças ao PSD que as empresas verão diminuídos os seus custos fiscais", afirmou Costa a Passos Coelho, com quem travou um debate aceso.

O presidente do PSD quase ignorou a polémica da TSU e do PEC, preferindo atacar a política de "fantasia" e de "faz-de-conta" do Governo quanto ao défice.

Passos Coelho perguntou, por três vezes, qual era o valor do défice sem as medidas extraordinárias e ele próprio somou as parcelas -- corte de 956 milhões de euros ao investimento, 500 milhões de euros de "encaixe extraordinário" do Peres [programa extraordinário de regularização de dívidas], reavaliação de ativos extraordinária de 125 milhões de euros e cativações definitivas de 445 milhões.

Passos perguntou e insistiu, mas Costa não respondeu diretamente, preferindo insistir que o saldo primário melhorou 747 milhões de euros em 2016 relativamente à execução orçamental de 2015.

"Terá a resposta quando o diabo cá chegar", respondeu, por fim, o que causou sonoros protestos na bancada do PSD, lembrando "o diabo" que Passos usou, em julho de 2016, antevendo problemas económicos para o país no regresso de férias, em setembro: "Gozem bem as férias que em setembro vem aí o diabo."

Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, ainda tentou acalmar os ânimos, dizendo que os deputados são livres de perguntar e quem responde tem o direito de responder ou não.

Para o futuro, Passos Coelho afirmou que, para ter o apoio do PSD, o Governo tem de conversar primeiro para não suceder o mesmo que aconteceu com a TSU -- "Quando precisar do PSD primeiro peça, se faz favor."

António Costa deixou a ironia de dizer que tanto o PSD como o CDS ficam zangados quando "o país tem sucessos", argumento que também usou na resposta a Assunção Cristas, deputada e líder do CDS.

Se Passos perguntou pelo défice, Cristas perguntou pelo valor da dívida pública -- 122%? 133%? - e "colou" o primeiro-ministro à governação de José Sócrates, que "levou à bancarrota" o país, dado que não fez uma "revisão", uma crítica ao que aconteceu em 2011.

O chefe do Governo respondeu que os números são conhecidos e que o seu Governo reduziu um ponto percentual a dívida líquida, daí considerar injusta a acusação do CDS de que não dá importância ao tema de dívida pública.

Os partidos que apoiam o Governo, BE, PCP e BE, gastaram poucos minutos na questão da TSU.

"Deixemos a direita presa no seu labirinto e vamos ao que importa", afirmou a deputada e líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.

E "o que importa" são outros temas como os riscos com um eventual primeiro furo em Portugal em mar de alta profundidade para prospeção de petróleo, em Aljezur, levantado pelo BE, ou a polémica em torno da central nuclear de Almaraz, em Espanha.

O chefe do Governo afirmou que, quanto a Almaraz, existe boa vontade da parte do Governo de Espanha para a resolução da situação e que, relativamente ao furo em Aljezur, não houve alteração à concessão, apenas cumprimento contratual.

E foi depois de falar o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, que fez uma intervenção preocupada com a precariedade, que António Costa anunciou que será apresentado na próxima semana o relatório sobre a precariedade no Estado, ao mesmo tempo que serão anunciadas algumas medidas.

NS (ACL/SMA/PMF/HPG/JF/SF) // JPS - Lusa

TRUMP E OS DA MÉDIA GLOBAL QUE SÃO MÚSICOS E TOCAM NA MESMA ORQUESTRA DOS DO 1%



Bom dia, apesar de em Portugal já passar pouco mais de uma hora do meio-dia. Hoje há Expresso Curto. Quem não curte o Curto? É mesmo curtido, não é? Antes líamos a revista Gaiola Aberta do Vilhena – que graça que tinha – mas agora temos o Expresso que, pessoalmente curto. É risada até mais não. Bom dia e boa disposição adendada ao que vem aí. Uma pinguinha do Expresso do tio Balsemão da Quinta da Marinha e do Bilderberg que se não tem por lá um diretório de governo mundial a torcer para os do 1% que “comem tudo e não deixam nada”. Vampiros. E assim cantava o Zeca Afonso que vive em nós mas que nas rádios se ouve tão pouco… Bem, talvez nos aniversários do 25 de Abril, mesmo assim cada vez menos o transmitem.

Que coisa. Já há por aqui enleio no primeiro parágrafo. Irra. Urge ir ao que vim… Sobre o que Pedro Santos Guerreiro aborda à cabeça. Sem ser novidade tem graça. Imaginem que ele abre e vai direitinho ao "monstro" que atualmente é presidente dos EUA, em substituição de outro monstro, o Obama. Claro que agora o monstro acabado de ocupar a Casa Branca é o Donald, não o pato da Disney (isso era BD até fartar) mas sim o Trampa, perdão, o Trump. Deixem lá o Trump e pandilha fazerem toda a trampa de que fôr capaz. Quanto pior, melhor. Alguma vez os norte-americanos hão-de abrir a pestana e dar um murro na mesa. Ou nos imensos Trump's que por lá abundam.

Tiro e queda e lá vai o Pedro Santos Guerreiro, do Expresso Curto e também do comprido abrir com o tal Trump. Que ele é mau e kisto e kakilo… mas que é uma “fofura”… É um fartote de rir. Evidentemente que o Pedro, talvez mais um senhor doutor (esperemos que não como o Relvas porque não tem nada ar disso), aborda (como colegas seus) o que por todo o mundo da media tapa-olhos e faz cabeças é sacramental a cumprir o ordenado pelo Diretório dos do 1% & Associados. O Obama era bom, o Trump é mau (apesar de ser uma “fofura”). Que a Hillary é que era boa… Agora por isso acerca dessa: vimos que bué de vezes há os que lhe dão o epíteto de Killary. É de deduzir que se encontra a razão no facto de a tipa ter sido uma criminosa que abasteceu e oleou a máquina do terrorismo global, alimentando o ISIS com caviares armamentistas e potes enormes a abarrotar de dólares. Ai era tão boazinha! Era, talvez antes de nascer. E o Obama, que em oito anos manteve e criou as guerras por onde dava jeito aos tais do 1% que detêm a indústria armamentista, os mercenários e etc… Enfim, a bandidagem toda e mais a que lhes babuja nas ilhargas.

E dirão, vós, que conseguem ter a pachorra de ler isto (deviam ser premiados): mas qual é a graça? Qual é o toque de humor do tipo da Gaiola Aberta? É, pronto. É, porque sobre o Trump até parece que os que aprontam a media, os jornalistas e afins até parecem uma orquestra… ou marionetas. Assim a modos que os robertos da minha infância, que andavam pelas ruas de Lisboa (não sei se em outras localidades) a divertirem miúdos e graúdos com as suas barracadas (palhaçadas) e a darem mocadas uns nos outros. Como eram feitos artesanalmente e de madeira (não pensavam) o manipulador tinha a perfeição de os jogar uns contra os outros e “trau”… ouviam-se as pauladas ou mocadas. E era um riso desmedido. O Vilhena também manipulava com criatividade os cartoons e as prosas… E era um riso desmedido. A média de hoje também manipula as prosas e o que mais interessar… E é um riso desmedido… Perceberam? Não? Acaso têm conhecimento que o conteúdo das cabecinhas é composto por uma coisa muito importante definida por cérebro? Vá, experimentem. Pensem pelas vossas cabecinhas. Não dói nada e assim somos menos manipulados pelos media que nos fazem a cabeça – pelo menos aplicam-se para obter os resultados que são objetivo das manipulações de alto gabarito, desenhados por doutores... Adiante e avante, camaradas. Pois.

Atentem que devem ler tudo, mesmo em papel de merceeiro besuntado de nhanha. E também o Expresso, porque ali nem tudo é lodo. Sabem como é: uma boa mentira tem de conter alguma parte de verdade. É como o Expresso e os outros da nossa praça e do mundo que se perfilam no mesmo jaez.

Depois de dito sobre o Trampa, perdão, o Trump, vamos avançar.

Olhem, o que estiver no Expresso Curto que se segue é lá com eles. Mas leiam. Leiam sempre… E usem as vossas cabecinhas. Pois.

Por aqui, e para terminar, será bom lembrar que hoje houve debate com o governo no Parlamento. Ainda falaram da TSU… Mas só resquícios. O Passos mais parece um cadáver em decomposição que está à espera de ser levado pelo Diabo que ele disse que vinha aí. Ficamos a saber que quando esse tal Diabo chegar o vai levar, ao Pedro Passos Coelho. Depois iremos ver os choramingas do complot do Passos a lamentar-se e os outros lá do PSD que vão respirar fundo, de alivio, e dizer: “até que enfim que nos livrámos deste mostrengo”. E vai ser assim. Pelo menos foi o que a bruxa Quitéria afirmou a pés juntos quando estava agarradinha à cabeça de coruja embalsamada em que vê o futuro… Ah, diz ela!

Caríssimos(as), desculpem lá qualquer coisinha por esta prosa não ter ponta por onde se lhe pegue (tal qual como as anteriores). Não é defeito, é feitio: adoro serrar presunto. E se for com um bom vinho tinto do Alentejo da Minha Alma…

Bom resto de dia. Bom fim-de-semana. Saúde. Pois.

MM / PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Pedro Santos Guerreiro – Expresso

"Manter a boca calada"?

O homem não pára e antes parasse. Ontem, Donald Trump deu a sua primeira entrevista televisiva como Presidente dos Estados Unidos, à ABC News, para defender que a tortura funciona “absolutamente” e que os Estados Unidos devem “lutar contra o fogo com fogo”.

Sim, leu bem: a tortura funciona, diz o homem mais poderoso do mundo.

Donald Trump vai delegar no ministro da Defesa, James Mattis, e no diretor da CIA, Mike Pompeo, a definição do que a lei deve prever para combater o terrorismo. Segundo o The Guardian, Trump quer voltar a permitir a detenção de suspeitos de terrorismo em “locais negros”, o que significa repor técnicas de interrogatório “musculadas”, para usar um eufemismo. Ou seja, para torturar. Segundo o Politico, Mattis e Pompeo têm uma sua posse um relatório da CIA que explicita as vantagens do uso destes “locais negros”.

Uma semana de Trump na presidência foi já uma revoada de atos legislativos e anúncios de novas medidas. Trump já não vai reunir-se com o presidente do México, Enrique Peña Nieto, que cancelou o encontro depois de o Presidente dos EUA ter reafirmado que o México irá pagar o muro a erguer na fronteira entre os dois países. Se não o fizer diretamente, pagará indiretamente, disse a administração americana, através de uma taxa de 20% sobre importações de produtos mexicanos. E assim se semeou uma confusão, detalha o New York Times.

Trump não se reúne com Peña Nieto mas reúne-se com Theresa May, hoje: a primeira-ministra britânica deixou ontem uma mensagem de aproximação, afirmando que “às vezes, os opostos atraem-se”.

Atraem-se?

Opostos parecem ser Trump e a comunicação social. Na toada da “pós-verdade”, que agora assenta o seu discurso nessa assustadora expressão “factos alternativos” e fez Trump dizer que os jornalistas estão entre as pessoas mais desonestas da Terra, o seu estratega para a comunicação, um homem de passado e ideias sinistras, Stephen K. Bannon, afirmou que é melhor a imprensa “manter a boca calada”.

Hum… Se não podes calar os jornalistas, desacredita-os. Não vai ser bonito.

Vários diplomatas do Departamento de Estado estão a deixar os seus cargos, o que não incomoda Trump um só segundo. Não um mas trinta segundos adiantou-se o chamado "relógio do dia do juízo final", depois de cientistas do painel de ciência e segurança do Boletim dos Cientistas Atómicos terem adaptado o “tempo” à negação das causas das alterações climáticas e à ameaça de ressurgimento de programas nucleares.

A Alemanha vai abolir uma lei que proíbe insultos a líderes estrangeiros. Estarão a pensar em quem? Se os insultos servissem de alguma coisa, estávamos safos. Bom, pensando bem, ninguém é melhor a insultar do que precisamente o homem que gostaríamos de insultar.

Foi há uma semana que Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos.

OUTRAS NOTÍCIAS

Se olharmos para o dia a dia, é o sobe e desce habitual, mas se olharmos para a linha das últimas semanas, a tendência de subida das taxas de juro portuguesas é evidente: as Obrigações do Tesouro a dez anos estão a ser comercializadas em mercado secundário acima dos 4%. Por muito que o governo não queira que isto seja notícia, isto são más notícias.

Portugal vive em condições de possível próximo resgate desde que saiu do último, nessa mistificação que foi a “saída limpa” de 2014. Escrevi-o então e tenho-o escrito desde então. A questão não é ter razão na possível consequência, que ninguém bom da cabeça pode desejar, mas estar esclarecido quanto à causa: uma dívida pública insustentável perante um crescimento económico endemicamente tão baixo. Estamos no fio de uma navalha que não está nas nossas mãos.

O assunto tem sido valorizado no discurso financeiro como se fosse uma ciência e desvalorizado pelo discurso político como se fosse uma ficção. O confronto entre os dois discursos destrambelha pela radicalização. Já vimos disto.

Não estamos como em 2011, o ano da intervenção externa. Estamos como em 2010, o ano em que financeiros e políticos combatiam, não debatiam. E quem já viu disto foi a Helena Garrido, que no Observador fala desse alerta vermelho da subida dos juros: “É preciso ter consciência que Portugal está na linha da frente como alvo da mais pequena que seja tempestade financeira.” Não é um presságio para confundir, é um aviso para esclarecer. Leia e concorde ou discorde. Mas leia.

Até porque há quem não esteja “do nosso lado” nos poderes europeus que nos vão dando a asa do Banco Central Europeu. Depois de o governo alemão ter dito esta semana ao Expresso Diário que Portugal deve tomar “medidas adicionais” (ou seja, mais austeridade), o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, pediu mais reformas. Dijsselbloem nunca foi à bola com Portugal, nem Portugal com ele, mas aqui o que interesse é perceber que há forças políticas que não estão “do nosso lado” e limitarmo-nos (lá está) a insultá-los não é de grande utilidade. É preferível contrariá-los. É também por isso que é bom ter um acordo de concertação social, pela estabilidade social que projeta. É também por isso que é mau falar em nacionalização do Novo Banco, que é ouvido como mais prejuízos futuros do Estado no sistema financeiro.

Daí também a importância da boa notícia que foi Portugal confirmar um défice orçamental abaixo dos 2,3% em 2016, como celebrou ontem o PS: o Ministério das Finanças informou que o défice das Administrações Públicas diminuiu 497 milhões de euros no ano passado face a 2015. “Houve a confirmação de que muitas vozes do Eurogrupo estavam enganadas”, protestou Mário Centeno, que disse não estar a referir-se “a ninguém” mas estava a referir-se a Dijsselbloem e seus acólitos.

Um aliado no discurso contra a fatalidade é Marcelo Rebelo de Sousa, que há dias comemorou um ano desde a vitória nas eleições. “Marcelo já empurrou Cavaco, de quem ninguém tem saudades, para um triste rodapé da nossa História”, escreve Rui Calafate, no Eco. Francisco Seixas da Costa parece concordar: “Marcelo é um presidente de tipo novo. Segue o sentido institucional de Estado de Sampaio, tem uma genuinidade, na proximidade às pessoas, que pede meças a Soares, descuidando a distância presidencial que este não dispensava. De Cavaco, a meu ver felizmente, herda pouco”, afirma no Jornal de Notícias. Já Rui Ramos, no Observador, relaciona o Presidente com o futuro: “As intermitências da maioria ou a subida dos juros podem, a qualquer momento, deixar-lhe o regime nas mãos”.

O Presidente Marcelo rejubilou com o acordo de concertação social, sublinhando que ele “não estava morto, estava vivo”. Vivo depois da aprovação do corte em cem euros do Pagamento Especial por Conta, medida que substituiu a redução da TSU, que foi chumbada no Parlamento. A medida de substituição até custa menos aos cofres do Estado e “é mais transparente”, defendeu Manuela Ferreira Leite na TVI.

PSD, que lamenta que o PS não reconheça que se tratou de um Plano B, promete mais votações ao lado do Bloco de Esquerda e do PCP, diz o Jornal de Notícias. Veremos o que acontece com a proposta de reposição de 25 dias de férias, com a qual o PS diz estar “globalmente de acordo”. O que fará o PSD? E o que dirão os parceiros da concertação social?

Na banca, há lucros e despedimentos nas mesmas notícias. O Bankinter (que ficou com o negócio do Barclays em Portugal) anunciou resultados positivos de 96,3 milhões de euros no ano passado. Tem mil trabalhadores. Já o BPI lucrou 313,3 milhões de euros, um crescimento de quase 33%, num ano em que reduziu o número de pessoal em 400 trabalhadores. O “BPI pode ser player mais ativo nas aquisições”, afirmou Fernando Ulrich, citado pelo Eco.

Já Paulo Macedo quis presidir à Caixa Geral de Depósitos mantendo o vínculo com o BCP, noticia o Negócios. O BCE não deixou. Era o que mais faltava, dizemos nós.

Carlos Tavares foi nomeado pelo Governo para liderar um grupo de trabalho para reformar o sistema de supervisão financeira em Portugal. A escolha não é qualquer: não só o ex-presidente da CMVM tem experiência concreta sobre regulação de mercados e produtos financeiros como tem uma posição forte e não coincidente com o modelo atual depositado no Banco de Portugal.

A CDU recandidata João Ferreira à Câmara de Lisboa. Pode ler o perfil do candidato aqui.

Os taxistas querem que os motoristas da Uber e da Cabify paguem multas na hora, diz o Diário de Notícias.

Inspetor da PJ é acusado de desviar fortuna em buscas a José Veiga, avança o Jornal de Notícias. Trata-se de um inspetor da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, agora acusado pelo Ministério Público de ter ficado com um maço de notas durante uma ação de buscas a Veiga.

Foi um dos casos da semana, o das declarações de um dos donos da cadeia de lojas “Padaria Portuguesa”, que defendeu medidas de liberalização do mercado de trabalho. Em declarações ao Expresso Diário, explicou-se: “a prisão na relação laboral não faz sentido nos dias de hoje”. Tem levado tareia de criar bicho nas redes sociais.

“O liceu resistente com mais de 100 anos que luta para não ver o fim”. Eis a história da Escola Secundária Alexandre Herculano, no Porto, que foi fechada ontem por chover lá dentro.

O Benfica levou um baile do Moreirense, que faz história e vai pela primeira vez à final de uma competição. É a primeira vez que a final da Taça da Liga não terá pelo menos um dos “três grandes”. Vão sim duas equipas do distrito de Braga. O jogo ficou 3-1, depois de uma segunda parte “de loucos” em que “o mundo ficou de pernas para o ar.” Leia na Tribuna Expresso.

FRASES

“A solução de governo é muito frágil”, diz Daniel Oliveira em entrevista ao jornal i.

“A rapidez da resposta do primeiro-ministro [ao chumbo da descida da TSU] mostra que ele continuará até à saciedade a contrapor ao outrora "não há alternativa" o atual "há sempre uma outra solução".” David Pontes, no Jornal de Notícias.

“Hoje, ‘saída limpa’ significa outra coisa: o PS ter eleições antecipadas sem ser responsável por elas.” João Pereira Coutinho, no Correio da Manhã.

“É conveniente não deitar fora, pelo menos para já, a nacionalização do Novo Banco”. Eurico Brilhante Dias, no Eco.

“Saí da política pelo meu próprio pé”. José Luis Arnaut, no Jornal Económico.

O QUE EU ANO A LER (E A VER)

Não está a ser propriamente um sucesso alargado de bilheteira, e ficou muito aquém das expectativas recebendo apenas uma nomeação para os Óscares, mas em Portugal o filme “Silêncio”, de Martin Scorsese, está a ter boa afluência.

O facto de ser uma história de padres jesuítas portugueses no Japão ajuda a despertar nosso interesse. Só que é uma história, não é a História. Ou, se quisermos, mistura factos históricos com pura ficção.

Assim no-lo explica José Miguel Pinto dos Santos, num belo texto no Observador, que aliás critica essa opção e clarifica o que aconteceu e o que é fantasia. E, a propósito, deixa de reflexão a forma como a narrativa se tornou prevalecente sobre os factos. O que nos remete de novo para os dias dos “factos alternativos”, expressão de tempo trumpianos para esse conceito agora entronizado como “pós-verdade”:

“A nossa grande falha civilizacional hoje é epistemológica. Já não se acredita que a realidade seja percetível objetivamente. Vivemos numa época em que todos somos Pilatos, prontos a ripostar “o que é a verdade?” e, ato continuo, virar-Lhe as costas com mais desplante e cinismo que o do verdadeiro Pôncio. (…) Assim é natural que a ficção tenda a se sobrepor à realidade. Vivemos na realidade virtual na política, na economia e na gestão empresarial. Quando se desvanece a convicção que o conhecimento humano é capaz de aceder à realidade e apreendê-la restam as opiniões e sobra a crença de que de todas as opiniões têm igual valor. Nesta situação as “narrativas” tornam-se mais relevante que os fatos.”

Se isto não o preocupa, preocupe-se.

(O filme é inspirado no livro de Shusako Endo e foi analisado num extenso trabalho na revista E do Expresso de sábado, que pode ler ou reler aqui. E foi o tema do PBX desta semana, o programa Radar/Expresso, que pode ouvir em podcast aqui.)

Tenha um dia bom. É sexta feira e na redação estamos a fechar a edição do semanário Expresso, que pode ler amanhã. A chuva até vai parar este sábado, mesmo que por pouco tempo. E a gripe pode estar a despedir-se deste inverno, sugere o boletim de vigilância do Instituto Ricardo Jorge publicado ontem. "A atividade gripal é de baixa intensidade e com tendência decrescente".

Tréguas. Oxalá.

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