sábado, 11 de fevereiro de 2017

“LUZ VERDE” PARA A PAZ EM MOÇAMBIQUE?




Moçambicanos ouvidos pela DW África em Tete estão confiantes nas negociações para pôr fim ao conflito no país, após anúncio do regresso da RENAMO à política ativa. Oposição pede às populações que voltem às suas casas.

"No princípio, não era uma coisa que se esperava", começa por dizer Benade Thamussene, um dos cidadãos moçambicanos ouvidos pela DW África em Tete, onde os membros da RENAMO receberam garantias de regresso à normalidade na voz do líder da oposição, Afonso Dhlakama.

Benade acredita que "se eles [a RENAMO] são os primeiros a dar aquela vontade às populações de voltarem aos sítios que abandonaram é porque já se sentem seguros de que as negociações estão a andar bem".
"A paz já está no caminho da luz verde", diz, por sua vez, Eusébio Escrivão, considerando que não haverá mais incidentes, "caso haja uma boa reunião". "Vamos andar livres", conclui.

Do mato para a vida política

Nas províncias do centro do país, as atividades políticas do maior partido da oposição moçambicana estiveram cerca de dois anos paralisadas devido à tensão político-militar.

Agora, a RENAMO pretende reativar sedes e reatar laços com os governos provinciais, a pensar já nas autárquicas do próximo ano.

"Vamos reiniciar as atividades políticas. Ninguém irá sequestrar as pessoas, tudo terminou”, garantiu o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, em teleconferência perante os seus membros em Tete.

"Temos de estar prontos para derrotar por completo a FRELIMO, nas próximas eleições autárquicas de 2018”, acrescentou.

A RENAMO também convidou as populações a voltarem às suas residências e atividades normais, no âmbito da trégua entre o maior partido da oposição e o Governo de Moçambique.

Reuniões e garantias

Esta semana, para além de encontros com os governos provinciais, representantes da RENAMO reuniram-se também com os comandantes provinciais.

"Fomos ter com o comandante provincial e ele até disse que neste momento de trégua ninguém pode viver no mato", afirma Ossufo Momede, deputado do Parlamento nacional e chefe da brigada da RENAMO destacada à província de Tete.

"Com a resposta que deram, ficámos muito encorajados. O governo e o comandante da província garantiram que iam colaborar com a delegação da RENAMO", acrescenta o deputado.

O partido diz ter recebido garantias das autoridades provinciais de que irão colaborar com a RENAMO para pôr fim aos sequestros e perseguições aos membros do partido em vários distritos de Tete.

Na quinta-feira (09.02), uma brigada da RENAMO, composta por quatro deputados da Assembleia da República destacada a Tete, deslocou-se ao distrito de Angónia – ao norte da província, para a reativação das sedes do partido.

Amós Zacarias (Tete) – Deutsche Welle

Moçambique. PGR incapaz de esclarecer assassinato do juiz Dinis Silica e arquiva o caso



assassinato bárbaro do juiz Dinis Francisco Silica Nhavotso, a 08 de Maio de 2014, foi um crime perfeito. Parece ser esta a mensagem que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pretende deixar àqueles que ainda acreditam no esclarecimento de tantos outros homicídios similares, tais como os que envolvem o economista Siba-Siba Macuácua e o constitucionalista Gilles Cistac. Volvidos mais de dois anos de investigação, a instituição guardiã da legalidade em Moçambique assume que “não se apurou quem foram” os assassinos do magistrado.

Com requintes de barbaridade que bastem, Dinis Silica, afecto à Secção de Instrução Criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, foi regado de balas a escassos metros da 6a esquadra, na cidade de Maputo. Até agora desconhecem-se os autores do delito, que toma contornos de uma acção engendrada por um comando invisível do crime organizado.

Entretanto, nesta quinta-feira (09) a PGR emitiu um comunicado no qual afirma que “das diligências levadas a cabo no decurso da instrução preparatória com destaque para a recolha e análise de informação operativa especializada, requisição e junção dos exames tanatológico e balístico, análise de informações bancárias e do tráfego de comunicações, análise de imagens recolhidas em câmaras de vigilância colocadas em edifícios que se encontram no trajecto que se supõe que a vítima tenha seguido até ao local do crime, inquirição de declarantes e testemunhas, não se apurou quem foram os agentes do crime”.

Num outro desenvolvimento, a entidade explica que solicitou a colaboração da África do Sul e de Portugal que, no seu entender, seriam referência na colheita de informação relevante em alguns telemóveis e demais equipamentos apreendidos no âmbito da investigação, que igualmente não trouxeram elementos que permitissem identificar os autores do crime.

De acordo com a PGR, os prazos de instrução preparatória mostram-se largamente expirados e não se vislumbram diligências que possam “surtir efeito útil ao processo”, que fica arquivado “sem prejuízo da sua reabertura caso surjam novos elementos de prova que invalidem os fundamentos ora invocados”.

Este não é o único homicídio que perdura sem esclarecimento. Gilles Cistac, professor catedrático de Direito Constitucional e director-adjunto para a investigação e extensão na Universidade Eduardo Mondlane, foi morto a tiros na manhã de 03 de Março, defronte de um café no bairro da Polana, na capital de Moçambique. Já lá vão dois mas o processo não conhece nenhuma novidade.

O mesmo acontece em relação ao economista Siba-Siba Macuácua, assassinado quando investigava um caso de corrupção na gestão do Banco Austral. Até hoje, ninguém está detido ou condenado pelo homicídio.

Contudo, a famílias das vítimas esperam, impacientemente, que um dia a justiça seja feita.

@Verdade

Moçambique. HAJA PACIÊNCIA!




@Verdade, Editorial

Definitivamente, o Governo moçambicano não é sério, pois, além de incompetente e medíocre, é deveras patético, para não falar do seu lado prepotente. Se porventura existisse o ranking dos piores e mais ridículos Governos do mundo, sem sombras de dúvidas a primeira posição seria ocupada por mérito próprio pelo Governo da Frelimo. Até porque reúne todos os requisitos necessários: é um Governo sem agenda, que vive medindo a paciência dos moçambicanos.

Ao longo do tempo, para além de demonstrar até à náuseas a mediocridade e falta de bom-senso por que ainda se rege, o Executivo de Filipe Nyusi tem vindo a insultar a inteligência do povo moçambicano.

Nestes últimos dias, como sabemos, devido à crise económica que está a empurrar o país para uma situação de caos, provocada pelo Governo da Frelimo, o Executivo de Nyusi anda desnorteado, chegando até a se reunir para tomar medidas insensatas e patéticas, tal como o incentivo a produção de nheué (tseke, como é conhecida na região sul do país), uma planta que surge em qualquer parte à semelhança de capim sem necessidade da sua plantação. Aliás, trata-se de uma planta abundante ao redor das casas de banhos, sobretudo aquelas construídas na parte exterior das residências nas zonas suburbanas e rurais.

Com tantos assuntos pertinentes por serem resolvidos, é um desperdício de tempo e de dinheiro do povo que o Presidente da República e os ministros sem reúna para debater tamanha mediocridade (Deviam ser presos por isso). É lamentável ver o Governo de turno a chover no molhado ao tentar de forma leviana incentivar a produção e o consumo de algo que tem sido o prato principal dos moçambicanos. Por outras palavras, enquanto o PR e os seus títeres incentivam o consumo de nheué (tseke), a população já ingeriu uma quantidade deveras considerável com Xima (agora está a arrotar, palitar e a bocejar), o que mostra à partida a falta de atenção crónica que provavelmente acompanha e fustiga sem dó nem piedade a Frelimo desde a Independência Nacional.

Há, sem dúvidas, muita hipocrisia que se esconde por detrás dessas muitas decisões do Governo moçambicano demoniacamente montadas. Portanto, é importante que o povo moçambicano não se perca nesta floresta de decisões que são claras manifestações de falta de bom-senso. É preciso que os moçambicanos não embarquem nessas políticas terroristas, e sejam capazes de saber discernir o trigo do joio, ou seja, a verdade da trapaça política desenhada para distraí-los dos reais problemas do país.

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