sexta-feira, 17 de março de 2017

“VAMOS CAMINHANDO!”



1- Mais de dois séculos depois do içar das bandeiras independentistas, a América Latina não se pode furtar em travar de facto e de jure, as batalhas de independência no caminho da soberania de seus estados e em prol da emancipação dos povos, da paz e do socialismo de que tanto carece a humanidade!

As batalhas têm sido duras e posto à prova o modelo das democracias representativas que tem sistematicamente servido os interesses das oligarquias coligadas ao império da hegemonia unipolar, oligarquias ciosas de seu egoísmo retrógrado, que como pintos se aninham ao quente aconchego da galinha que chocou os ovos que lhes estão nos genes!

De todos os países só Cuba, onde a revolução mais avançou em estreita unidade com o povo, tem vindo a experimentar um modelo de democracia participativa exemplar, intimamente identificado com as vitórias alcançadas sobretudo na educação, na saúde, na habitação e, ultimamente, nas ciências!

Nessas batalhas têm havido avanços e recuos sócio-políticos, mas a extensão das medidas progressistas em benefício dos povos, vai deixando a sua marca, pondo em causa o modelo caduco e procurando a criatividade constante a que se obriga o progresso telúrico dos povos que têm vindo a fermentar vanguardas corajosas, clarividentes e decididas.

PEDRO ROSSI: NEOLIBERALISMO E DEMOCRACIA SÃO INCOMPATÍVEIS


'No Brasil, a retomada das políticas econômicas neoliberais a partir de 2015 foi um fracasso rotundo. Quanto mais o tempo passa, mais isso fica evidente.'

Defensor da tese de que tanto à direita quanto à esquerda do espectro político haverá uma defesa do papel do Estado na vida social, o economista Pedro Rossi frisa que essa tendência já pode ser vista em “muitos países” diante de “um realinhamento eleitoral que valorizou os extremos do espectro político”, por conta de “um esgotamento do discurso tradicional de que o livre-mercado resolve os problemas”.

Na avaliação de Rossi, os futuros governos à direita ou à esquerda irão compartilhar “aspectos em comum”, como “o resgate do nacionalismo, da atuação direta do Estado no combate ao desemprego e na retomada do crescimento e o questionamento do papel do setor financeiro. As divergências, porém, são importantes: do lado direito há o resgate do Estado garantidor dos bons costumes e de uma agenda cultural conservadora; do lado esquerdo, há o Estado garantidor dos direitos sociais e redutor das desigualdades”.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line, Rossi comenta a política econômica nacional, a qual, segundo ele, “atua em dois planos”. “No primeiro desmonta-se a capacidade do Estado de promover as políticas sociais e fragiliza-se a posição dos trabalhadores. (...) No segundo plano, desmonta-se a capacidade do Estado de induzir o crescimento e de transformar a estrutura produtiva por meio do novo regime fiscal que limita o gasto com investimento público, a privatização da gestão dos bancos públicos e da Petrobras”.

Brasil. O TRUQUE DO JANOT PARA IMPLODIR A CANDIDATURA DO LULA


Janot seguiu Maquiavel: 'aos amigos, os favores; aos inimigos, a lei'. Os golpistas, mesmo com indícios de crimes, serão embalados no berço do STF.

Jeferson Miola - Carta Maior

O que poderia ser celebrado como sinal de normalidade institucional – os pedidos do Rodrigo Janot ao STF para abrir inquéritos das delações da Odebrecht – na realidade é apenas um truque do procurador-geral para proteger o bloco golpista, em especial o PSDB; mas, sobretudo, para [ii] viabilizar a condenação rápida do Lula e, desse modo, impedir a candidatura do ex-presidente em 2018, isso se a eleição não for cancelada pelos golpistas.

Janot seguiu fielmente Maquiavel: “aos amigos, os favores; aos inimigos, a lei”. Os golpistas, cujos indícios de crimes são contundentes, com provas de contas no exterior, jantares no Palácio Jaburu, códigos secretos para recebimento de dinheiro da corrupção e “mulas” para carregar propinas, serão embalados no berço afável do STF.

Lula, sobre quem não existe absolutamente nenhuma prova de crime, foi denunciado por Janot e será julgado por Sérgio Moro, um juiz parcial, que age como advogado de acusação. Ele é movido por um ódio genuíno e dominado por uma obsessão patológica de condenar Lula com base em convicções [sic]. Janot entregou a este leão faminto e raivoso a presa tão ansiada.

AS MENSAGENS DE SCHAUBLE



Pese embora o ímpeto populista e de extrema-direita de alguns países europeus, representantes políticos como Schaüble, ministro das Finanças alemão, insiste na receita desastrosa que, em larga medida, nos trouxe até aqui.

Schaüble deixou a sua mensagem, novamente a Portugal: "certifiquem-se de que não será necessário novo resgate". Ainda no mesmo tom paternalista, mas acéfalo, o ministro alemão acredita ainda que os bons resultados conseguidos por alguns países "devem-se à pressão" que os governos sofreram para atingir metas. 

Schäuble faz parte de um conjunto de políticos que ainda não percebeu que os problemas da Europa estão muito longe dos resultados económicos de países periféricos e que estas afirmações, a par de outras, e de uma conduta persecutória, ajudou a fragilizar os partidos políticos tradicionais que hoje são vistos como incapazes de resolver os problemas dos cidadãos, abrindo assim espaço para que o populismo, o ódio, a intolerância medrem como no passado.

Schaüble finge não existir uma relação entre a degradação das condições sócio-económicas, com o estreitamento de todo e qualquer conceito de futuro e o crescimento do euro-cepticismo.

JUSTIÇA GROTESCA FAZ PROVA DA SUA CULPA. JÁ ESTÁ CONDENADA




A Procuradora Geral da República, Joana Marques Vidal, escolhida, preferida e nomeada por Cavaco Silva, decide arrastar o caso José Sócrates, a Operação Marquês. Para final de Abril. E então nesse mês se saberá se vai prorrogar por mais meses (ou anos) os prazos para - supostamente - a investigação ser concluída.

Existem prós e contras sobre esta decisão. Exceptuando os visados no processo, há pelo país muitos sorrisos irónicos e expressões sarcásticas que até nem se admiram com a iniquidade que se derrama através da balança da justiça, desequilibrada e já estrela do anedotário em Portugal e além fronteiras.

A propósito da referida “operação” cativámos do Expresso dois textos que nos dão conta das decisões dos mais sapientes e graduados poderes decisórios a quem a justiça de Portugal está entregue. A quem conseguiu já a proeza, neste processo, de fornecer provas da culpabilidade da justiça e da sua condenação pela incompetência em provar a culpabilidade dos envolvidos no processo. Uma justiça megalómona, política e grotesca que apesar de não mostrar provas da culpabilidade de Sócrates já o condenou na praça pública – como esse seja o seu principal objetivo.

Justiça grotesca, no mínimo, que não tem cabimento num país que se quer democrático. É o que podem ler a seguir. (CT / PG)

Sócrates. O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO RESPEITA A NOSSA INTELIGÊNCIA


Nicolau Santos – Expresso, opinião

A Procuradora Geral da República, Joana Marques Vidal, anunciou hoje o adiamento da conclusão da investigação criminal da Operação Marquês. É a sexta vez que tal acontece. O problema é que, na prática, Joana Marques Vidal deixa aberta a porta para que a investigação continue para lá de Junho e o fim da Operação Marquês passa a ser como o Natal: é quando um homem quiser. Neste caso, o homem é o procurador Rogério Teixeira, que pode sempre invocar a necessidade de mais investigações ou de enviar novas cartas rogatórias e aguardar pela respetiva resposta ou de fazer novas investigações – como a que foi realizada esta semana aos escritórios do GES onde, quatro anos depois dos factos, deve haver ainda imensas provas para recolher…

E é aqui que se torna irritante a maneira como o Ministério Público trata a nossa inteligência. Quatro anos depois de iniciado processo, constituir arguidos na última semana do prazo para concluir investigações, ou enviar novas cartas rogatórias ou fazer buscas só pode servir para justificar o pedido de mais um adiamento da conclusão das investigações e não para alcançar nenhum outro objetivo.

Convém lembrar que José Sócrates foi detido porque supostamente havia factos suficientemente graves para o Ministério Público o determinar. Pois entretanto o ex-­primeiro­-ministro foi libertado em 16 de Outubro de 2015, desde aí já passaram 16 meses e as tais provas sólidas e robustas para acusar e condenar Sócrates mantém­-se em segredo, continuando a investigação a colecionar documentos e arguidos e a juntar casos ao caso inicial (do Grupo Lena foi­-se para Vale do Lobo, de Vale do Lobo para o BES, do BES para a PT e agora é tudo junto).

Portugal. EM TERRA DE CEGOS QUEM TEM OLHO É REI


Quatro anos para acusar um português, é crime? Mas ainda não o acusou com base em provas. Ainda mais crime quando esse português esteve preso preventivamente durante um ano sem culpa formada? Suspeições carregadas de partidarismo e politiquices valem para encarcerar um português e dar trato de polé ao segredo de justiça abrindo as portas ao diz que diz e ao disse que disse, às trapalhadas? E o juiz que tem posse plena do processo é um super? Super quê? Este é o caso “Operação Marquês”. Sócrates como fito. Não só o juiz mas o setor da Justiça estão como devem estar na fotografia que lhes tira a opinião pública: esborratados. Quatro anos, senhores. E agora querem mais tempo. Os prazos legais vencem-se e lá vem mais prorrogações dos mesmos. Foras da lei? E os executores também são foras-da-lei? Triste espetáculo que todos nós, contribuintes, estamos a pagar. Não só neste caso mas sim em milhentos. Dinheiro deitado à rua que vai engordar as contas bancárias de fulanos do direito, os tais que também estão em maioria como deputados na Assembleia da República. Um lobie. Os tais que legislam em proveito próprio, sem escrúpulos. E tecem alçapões nas leis. E… Estamos fartos! E eles totalmente descredibilizados. Mas o ouro e o mel vai escorrendo para todos e é isso mesmo que eles querem. Nós vamos pagando. Contrariados, mas pagamos. Tal como prostitutas que mantêm os seus chulos por já não saberem o que fazer para erradicar de vez a negritude e atavismo que lhes invade o quotidiano. Como para ganhar o céu, no estádio do além, os portugueses vão aquiescendo, acobardando-se, como as prostitutas perante os seus chulos. Grupo que se alarga a tantos misteres que já parecem incontáveis. Estamos fartos de “marqueses” e dos que deixam "marqueses" à solta, dir-se-ia que coniventes com o sistema, para fazerem cegadas de casos que aparentemente lhes convém, porque sim. Como nos encornamentos, o encornado(a) é sempre o último a saber. Agora sabemos. E o que fazemos? Pagamos e assistimos. Mais vantagem têm os rebanhos de carneiros, que assistem, obedecem, mas não pagam – a não ser com a lã e com a vida. O que já não é pouco. Também nós. Mé.

A técnica de fazer de um país Terra de Cegos para ascenderem a Reis é o que temos, é o que vivenciamos, graças a uma parte especifica de medíocres que se fizeram elite. Ora porra!

Bom dia, se possível. Esta é a abertura a propósito do quotidiano. Tenha um fim-de-semana de descanso e devidamente alimentado, o que é difícil.

No Expreso Curto, a seguir, tirado por Miguel Cadete, com espuma anã, as abordagens vão sucedendo-se. E começa com a tal “Operação Marquês”. O costume. E os prazos, senhores. E as cegadas? E a promoção do tal dito super-juiz que afinal é uma banalidade? Pois.

Sigam para bingo, digo: para o conteúdo que vale sempre a pena ler e meditar. É o jornalismo que temos. Como os coelhos: “é tão bom, não foi?” (MM / PG)

Mais lidas da semana