quinta-feira, 6 de abril de 2017

TRÊS MEDOS QUE POVOAM A INTERNET – E TRÊS SAÍDAS




Vinte e oito anos depois, criador teme ter gerado um monstro. O que ele propõe contra a captura de dados, a confusão entre fatos e mentiras e a publicidade política deliberadamente manipuladora

Tim Berners-Lee | Outras Palavras | Tradução: Inês Castilho

Em 12 de março, completaram-se 28 anos desde que submeti minha proposta original para a internet global. Imaginei a rede como uma plataforma aberta que permitiria a todo mundo, em todo lugar, partilhar informações, ter acesso a oportunidades e colaborar rompendo limites geográficos e culturais. De várias maneiras a internet deu conta dessa visão, embora tenha sido uma recorrente batalha para mantê-la aberta. Mas, nos últimos doze meses, tenho me tornado cada vez mais preocupado com três novas tendências, que acredito devemos enfrentar para que a rede cumpra seu verdadeiro potencial como uma ferramenta que serve toda a humanidade.

OTAN ESFACELA-SE: RELAÇÕES EUA-TURQUIA JÁ ESTÃO EM QUEDA LIVRE


MK BhadrakumarIndian Punchline | em Blog do Alok

"EUA já estão destruindo até a OTAN... E a Rússia nem precisou ajudá-los!"

The Price of Partition: US Military Prepares to Get Kicked Out of Turkey

[EUA preparam-se para ser expulsos da Turquia: preço de insistirem em esfacelar a Síria]
2/4/2017, Rudy Panko, Russia Insider (ing.)

Prima facie, nada há de comum entre a prisão pelo FBI em New York, na 2ª-feira, de um banqueiro turco muito bem relacionado, e a chegada do secretário de Estado dos EUA Rex Tillerson em Ankara dois dias depois. Mas o relacionamento turco-norte-americano tem longa história de diplomacia por coerção.

A Turquia sempre foi tradicional "estado de fronteira" na Guerra Fria, e a importância que tem hoje para os EUA não é menor, com as relações entre EUA e Rússia em perene deterioração e com as velhas linhas pontilhadas na Europa Central, Bálcãs e Mar Negro já reaparecendo. (Na 3ª-feira, o principal comandante dos EUA na Europa, general Curtis Scaparrotti falou à Comissão das Forças Armadas da Câmara de Representantes em Washington, procurando conseguir que "brigadas blindadas e mecanizadas" sejam deslocadas para a Europa para conter a Rússia; no mesmo dia, o Senado dos EUA aprovou, por ampla maioria a inclusão do estado de Montenegro como novo membro da OTAN.).

O líder nacionalista turco Recep Erdogan tende com frequência a esquecer que seu país é membro da OTAN e que suas políticas externa e de segurança devem seguir cordatamente a linha dos EUA. A tentativa de golpe de Estado de julho passado deveria tê-lo empurrado nessa direção, mas, ao contrário, só o tornaram mais assertivo e mais resoluto na busca de políticas externas independentes. Até que cruzou a "linha vermelha": fez aliança com a Rússia e adotou política independente na Síria – nos dois casos enfraquecendo a estratégia regional dos EUA.

Portugal. RECUPERAR A SOBERANIA MONETÁRIA


O Euro não é apenas uma moeda, é todo um sistema ditado pelas regras da zona Euro. Um sistema de opressão, destruidor de qualquer conquista social e que incide duramente sobre a democracia, em nome de vínculos e exigências «tecnocráticos» decorrentes dos interesses económicos da Alemanha.

Octávio Teixeira*, opinião

«Rezem para que, no novo século, os livros de história económica não relembrem a experiência do Euro como um erro trágico».

O vaticínio de Paul Samuelson há 25 anos, na sequência do Tratado de Maastricht, concretizou-se. Mas os mandantes da UE e seus acólitos continuam cegos à realidade e persistem em prolongar e agravar a tragédia, como mais uma vez o mostraram em Roma.

A zona Euro tem sido um espaço de baixas taxas de inflação e défices orçamentais e, em contrapartida, de taxas de crescimento fracas e decrescentes, níveis de desemprego elevados e crescentes, cada vez menor protecção social dos cidadãos, impondo maior flexibilidade no mercado de trabalho e mais facilidade para os despedimentos, num movimento acelerado de emagrecimento do chamado «modelo social Europeu».

Tem-se acentuado a divergência do nível de coesão das economias e a União Económica Monetária (UEM) e o Euro nem sequer foram um factor de estabilidade face a turbulências financeiras.

O Euro não é apenas uma moeda, é todo um sistema ditado pelas regras da zona Euro. Um sistema de opressão, destruidor de qualquer conquista social e que incide duramente sobre a democracia, em nome de vínculos e exigências «tecnocráticos» decorrentes dos interesses económicos da Alemanha.

DÍVIDA: O PROBLEMA QUE A TROIKA NÃO RESOLVEU




Entre 6 de Abril e 3 de Maio de 2011, o governo demissionário português conduzia negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Comissão Europeia (CE) e o Banco Central Europeu (BCE) para uma «ajuda financeira», um «resgate», um «programa de assistência». A experiência passada com o FMI (em 1977 e 1983) e os programas da troika impostos à Grécia e à Irlanda um ano antes faziam adivinhar os custos de tal decisão.

O processo que levou a que, há seis anos, o PS, o PSD e o CDS-PP aceitassem os termos do pacto com a troika começou antes. A partir do final de 2007, a crise económica e financeira fez disparar o nível de endividamento do País, os encargos com a dívida e os juros suportados anualmente. Com a recessão, o número de desempregados cruzou a fasquia do meio milhão pela primeira vez desde a Revolução de Abril.

Entre Março de 2010 e Março de 2011, o governo foi aprovando, com a ajuda do PSD, sucessivos planos de estabilidade e crescimento (os famosos PEC I, PEC II e PEC III) – documentos que já continham muitas das medidas de cortes de direitos e rendimentos, privatizações e liberalizações, com a destruição de serviços públicos, que viriam a integrar o programa imposto ao País em Maio de 2011.

O primeiro-ministro, José Sócrates, demite-se a 23 de Março, após o chumbo do quarto PEC, e o governo entra em funções de gestão. As eleições ficam agendadas para 5 de Junho mas as movimentações para que os três partidos que até aí governaram o País lá cheguem com um caderno de encargos único entram em marcha logo nos últimos dias de Março.

No início do mês de Abril, os banqueiros e os donos dos maiores grupos económicos têm montada uma estratégia para pressionar a chamada da troika. Entre reuniões com o governador do Banco de Portugal, com o líder do PSD, e com membros do governo demissionário, conseguem em poucos dias o objectivo. Em paralelo, multiplicam-se em entrevistas, artigos e intervenções públicas, repetindo o discurso das inevitabilidades.

Mas existiam outros caminhos. Um dia antes da comunicação em que o primeiro-ministro anunciou o «pedido de ajuda», o PCP propunha a «renegociação da dívida, nos seus prazos, juros e montantes», a par de outras medidas de ânimo à produção nacional e diversificação das fontes de financiamento do País.

Uma proposta em que os comunistas, à data isolados, viriam a estar progressivamente acompanhadas por vários sectores e muitas personalidades, ainda que com formulações e alcance diversos.

A dívida não desapareceu

O endividamento público cresceu 25 pontos percentuais entre 2008 e 2010, mas é nos dois anos seguintes (2011 e 2012, com a troika já instalada) que se dá a maior subida – de 96% passa para 126% do PIB. Os encargos com juros vão subindo paulatinamente de 4,3 mil milhões para os 5 mil milhões de euros entre 2006 e 2010, saltando para mais de 6 mil milhões em 2011. Quando Passos Coelho e Paulo Portas anunciam a «saída limpa» do programa da troika, em Maio de 2014, a factura anual já chegava perto dos 8,5 mil milhões.


ESPIRITO SANTO MOVIMENTA MAIS DE 1.500 PROCESSOS EM TRIBUNAL


Só ações para impugnar a medida de resolução são 50. Juízes e advogados admitem falta de capacidade de resposta do sistema judicial

"Isso é brutal." Foi esta a reação de um juiz aos números revelados pela comissão liquidatária do Banco Espírito Santo no processo de falência: há mais de 1500 ações nos tribunais nas quais o banco é demandado. Destas, 50 pretendem a anulação da medida de resolução tomada pelo Banco de Portugal, em 2015, 1225 são ações cíveis, maioritariamente pedidos de indemnização a antigos administradores e ao banco e reclamação de créditos. A estes números há que somar os sete inquéritos-crime relacionados com a gestão do BES, que correm no DCIAP e DIAP de Lisboa, os quais têm atreladas cerca de 200 queixas particulares.

Os números podem tornar-se ainda mais complicados, uma vez que, como decorre da lei, muitas das ações declarativas, sobretudo aquelas que pedem indemnizações ao banco, terão de ser declaradas extintas e os pedidos passarem para o processo de insolvência, que corre no Tribunal do Comércio de Lisboa. Processo este que, ainda de acordo com os dados da Comissão Liquidatária, conta com 17 mil requerimentos de 19 mil pessoas e empresas a reclamar créditos. "Se no Tribunal do Comércio o toner das impressoras tem de estar de manhã num juízo e à tarde noutro, como é que pode ter capacidade para despachar um processo destes?", comentou ao DN o advogado António Pragal Colaço, manifestando pouca fé com um desfecho a médio prazo favorável aos credores. "Tendo em conta a dimensão do processo, muito provavelmente o Conselho Superior da Magistratura terá de tomar medidas de gestão do processo", explicou ao DN João Paulo Raposo, secretário--geral da Associação Sindical dos Juízes. Estas medidas podem passar por colocar juízes da bolsa como adjuntos do juiz titular do processo. Só que aqueles não terão poder decisório, dado o princípio do juiz natural.

AINDA HÁ MAIS BANCOS, BANQUEIROS E VIGARISTAS PARA SALVAR, ALEGREM-SE!


O ideal é que o Expresso Curto seja publicado de manhã, por esta hora quase que só serve aos retardatários. Lamentamos, mas nada podemos fazer. Os leitores do PG podem resolver isto de uma penada, ou duas. De manhã vão à origem do Curto, o Expresso, depois podem vir aqui ao PG. E também, depois, podem não vir mais ao PG. Verdade nua e crua. Mas é a verdade. Pedimos desculpa pela falta de pontualidade que nestes últimos tempos vimos demonstrando. Compreendemos que se “pirem”. Não só pelo Curto mas por tudo que aqui já não é certo. Publicamos tarde e a más horas e às vezes nem isso. Não era o que acontecia no PG mas tem sido assim. Até dá vontade de suspender as publicações por uns tempos. Só regressar quando for assegurada a pontualidade. Talvez seja o que venha a acontecer. Vontade não falta. Adiante.

Hoje é um bom dia, para ler o Curto. Cafeína manipulada por Miguel Cadete. Trás boa disposição, a de Ricardo Araújo Pereira e a do hilariante negócio Banco Novo de velhos vícios. Ai pagamos, pagamos… Muito mais do que aquilo que já pagámos. E o Salgado por aí anda, impune. Como outros. Agora resta arrastar a “cena” por muitos anos e depois vá de “arquivar”. Foi o que aconteceu ainda ontem aos amiguinhos do Cavaco Silva: Dias Loureiro e Oliveira e Costa. Pois claro. Coitados, tão inocentes que eles são. Qual burlões, qual carapuça. São gente honesta, como Cavaco e toda a trupe do BPN/SLN… Só mal intencionados são capazes de caluniar gente tão… Isso, tão… Adiante.

Siga para ler o Expresso Curto, se é que não leu. Vem bem servido. Com duas anedotas. Uma do Araújo Pereira e outra deste povo pagante, pagante pagante... Tão pagante que evidencia o seu vício em sustentar chulos. Pois. Quanto ao resto, que é o que se segue. Cadete? Não. General da prosa, do jornalismo. Pois. Vá ler. Tenham mais um dia muito feliz, como todos os outros que já lá vão.  Alegrem-se, ainda há mais bancos, banqueiros, vigaristas e "inocentes"  para salvar! (MM / PG)

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