terça-feira, 25 de abril de 2017

AS CRIANÇAS QUE NÃO CONTAM | Robert Fisk


Duas semanas depois de curioso ataque com gás sarin, terroristas financiados pelo Ocidente explodiram camboio de refugiados, matando 126 sírios, entre os quais 80 crianças. Desta vez, ninguém chorou

Robert FiskThe Independent | Outras Palavras | Tradução Roberto Pires Silveira

Essa foi a mãe de todas as hipocrisias. Algumas crianças sírias mortas importam, penso. Outras não. Um assassinato em massa duas semanas atrás matou crianças e bebês e levou nossos governantes à mais justa indignação. Mas o massacre deste final de semana na Síria matou ainda mais crianças e bebês – e mesmo assim não gerou mais que silêncio daqueles que antes bradaram pela salvaguarda de nossos valores morais. Por que desta vez não?

Quando um ataque com gás na Síria matou mais de 70 civis em 4 de abril, incluindo bebês e crianças, Donald Trump ordenou um ataque com mísseis contra a Síria. Seu país aplaudiu. A imprensa também. Da mesma forma grande parte do mundo. Trump chamou Assad de “mau” e “um animal”. A União Europeia condenou o regime sírio. O governo britânico chamou o ataque de “bárbaro”. Quase todos os líderes ocidentais afirmaram que Assad deveria ser removido do poder.

Desta vez, quando um homem bomba atacou um comboio de refugiados civis nas proximidades de Alepo, matando 126 sírios, mais de 80 deles crianças, a Casa Branca manteve silêncio. Mesmo sabendo que o total de mortes foi maior, Trump não se lamentou nem mesmo no twitter. A marinha dos Estados Unidos sequer lançou um disparo simbólico na direção da Síria. A União Europeia se fingiu de tímida e não quis dizer nem uma palavra. Aquela conversa de “barbarismo” foi sufocada no ninho pelo governo britânico.

OCIDENTE ASSASSINA KADAFI | MERCADO DE ESCRAVOS E O ESTADO ISLÂMICO FLORESCEM


O último país "libertado" pelo ocidente de um ditador "demoníaco" agora trafica escravos abertamente

Abril de 2017 - Information Clearing House - É amplamente sabido que a intervenção da OTAN, liderada pelos Estados Unidos para derrubar o regime de Muammar Kaddafi em 2011 resultou em um vácuo de poder que tem permitido que grupos terroristas como o Estado Islâmico ganhem uma ampla cabeça de ponte no país.

Carey Wedler | tradução de btpsilveira

Apesar das destrutivas consequências da invasão de 2011, o ocidente atualmente está trilhando trajetória similar no que tem a ver com a Síria. Logo após a administração Obama ter trucidado Kaddafi em 2011, realçando seus supostos abusos contra direitos humanos e insistindo que ele tinha que ser removido do poder para proteger o povo líbio, a administração Trump agora está ressaltando as supostas políticas repressivas de Bashar Al Assad na Síria e advertindo seu regime de que poderá rapidamente ter o mesmo fim -  tudo em nome da proteção da população civil da Síria.

Mas como os Estados Unidos e seus aliados fracassaram em providenciar base legal para seu recente ataque aéreo - bem como em providenciar evidências que apoiem suas acusações de que Assad foi responsável pelo mortal ataque a gás na última semana - estão surgindo dificuldades imprevistas para invadir países estrangeiros e remover seus líderes.

Portugal | 1º de Maio | A valorização do trabalho requer medidas concretas que tardam


CGTP-IN intensifica luta para um grande 1.º de Maio

Na reunião que antecedeu as comemorações do 25 de Abril e do Dia Internacional dos Trabalhadores, o Conselho Nacional da CGTP-IN apelou à intensificação da luta nas empresas e nas ruas.

O órgão dirigente da Intersindical Nacional analisou, no dia 12, a situação nacional e internacional, reafirmando que «os avanços registados no novo quadro político do País são inseparáveis da acção e da luta reivindicativa dos trabalhadores». Numa resolução em que se aponta o próximo 1.º de Maio como «grande jornada de luta pela valorização do trabalho e dos trabalhadores», destaca-se o apelo à intensificação da mobilização e, em particular, «a vinda dos trabalhadores à rua, para exigirem o direito a uma vida melhor, afirmarem as suas reivindicações e aspirações e darem mais força à luta pelo fim da exploração do homem pelo homem».

Valorizando as mais recentes acções de âmbito nacional, o Conselho Nacional saudou «todos os trabalhadores e trabalhadoras que lutam por melhores condições de vida e de trabalho, que participaram no Roteiro contra a Precariedade, na Semana pela Igualdade e na Manifestação Nacional dos Jovens Trabalhadores, em 28 de Março».

Portugal | “O PIOR QUE PODE ACONTECER NO FUTURO É O PS TER A MAIORIA ABSOLUTA”


Vasco Lourenço, Coronel e um dos capitães de Abril, é o entrevistado do Notícias ao Minuto.

Vasco Lourenço não é neutro. Sabemos disso e o próprio admite que o seu espaço ideológico está ocupado pelo Partido Socialista (PS). Por isso mesmo, também tem sido esse o partido que lhe tem dado mais desgostos ao longo da vida. Sobre a oposição, diz ser “suspeito” para falar. Acusa Passos Coelho de hipocrisia e de ter mentido “compulsivamente”. Rejeita por completo o regresso do Bloco Central que, de resto, considera ser a causa da destruição, do retrocesso no campo social, que Portugal teve nos primeiros tempos depois do 25 de Abril.

Não gosta de maiorias e até prefere que o PS não a tenha nas próximas legislativas. Isto porque, a experiência diz que quando há maiorias, as vozes das minorias são esquecidas. “E de boas intenções está o inferno cheio”, atira.

Se por um lado é favorável a este Governo e a esta solução de Esquerdas, por outro, deixa severas críticas ao PS. “Não tem habilidade para escolher ministros da Defesa” e isso, constata, tem “descredibilizado” as Forças Armadas. Azeredo Lopes, acusa, “só tem feito asneiras”. Defende, por fim, o serviço militar obrigatório, até para combater o excesso de individualismo e egoísmo que abunda na sociedade.

A entrevista, se continuar a ler.

Portugal | A LIBERDADE COMO A VEMOS E O 25 DE ABRIL QUE AINDA NÃO CHEGOU


Comemora-se hoje o 25 de Abril, o dia da Liberdade. Já lá vão 43 anos desde que o regime salazarista foi derrubado. Volvidas mais de quatro décadas, muita coisa mudou. Portugal, até então “orgulhosamente só” e pouco ou nada desenvolvido, começou a ganhar terreno no que à modernização diz respeito. Foi, a par disso, consolidando a democracia.

E hoje o que se pensa do 25 de Abril? O Notícias ao Minuto foi tentar perceber, no dia em que celebramos a Liberdade, qual o sentimento dos portugueses em relação a este marco histórico. Se, por um lado, há quem prefira realçar o que de bom a Revolução nos trouxe - a liberdade de expressão -, por outro, permanece o sentimento de algo que não foi plenamente atingido, algo que tem sido "adiado" ao longo das décadas.

“Isto agora só se vê má educação por aí”, diz-nos Marco Semedo, de 51 anos, sentado num dos bancos dos Jardins do Império. Pelo sotaque, vemos que é alentejano, ele e o colega, Carlos Baião. São ambos do distrito de Portalegre e ambos motoristas. “Olhe para ali”, aponta Marco para um grande grupo de jovens. “Quem é que daquele grupo lhe diria bom dia, boa tarde ou obrigado? Ninguém”. Mas não só os jovens, ressalva. “Os doutores, os formados, são os piores”.

O 25 DE ABRIL, AS LIBERDADES E AS ATUAIS GRILHETAS IMPOSTAS PELA UNIÃO EUROPEIA


Em 25 de Abril de 1974 os portugueses libertaram-se do fascismo salazarista que perdurou no país por mais de 40 anos. Nesse ano já Salazar havia morrido mas a ditadura continuava por condução de Marcelo Caetano, então primeiro-ministro. O regime era então mascarado de “alguma abertura”. Na prática essa “abertura” não existia. O que existia era a repressão fascista mantida pela polícia política, a PIDE, - que com pílula dourada se passou a chamar DGS (Direção Geral de Segurança).
Naquela data o fascismo caiu em Portugal. Graças à ação do Movimento das Forças armadas e ao apoio do povo português, sedento de liberdade, de democracia. A revolução avançou apesar de ações contrárias da direita. Ações que culminaram com um golpe em 25 de Novembro de 1975. Um golpe bem sucedido e protagonizado por Ramalho Eanes, militar conservador. Apesar disso as liberdades dos portuguesas foram minimamente asseguradas, porém, a justiça laboral e social que estava em curso foi completamente abrandada e depois revertida. O pretexto e objetivo foi derrubar o alegado radicalismo do PCP e restantes apoiantes considerados da esquerda. Em 25 de Novembro de 1975 a direita vislumbrou finalmente a possibilidade de se voltar a impor, de prosseguir com máscaras democráticas a exploração dos trabalhadores portugueses. Mário Soares foi o mediador e algumas vezes o travão desses avanços da direita. Assim como foi Mário Soares e a direita portuguesa que recorreram à artimanha de aderirem à CEE (Comunidade Económica Europeia), atual UE (União Europeia). Essa mesma denominada UE na atualidade é dominada pela Alemanha de homens e mulheres saudosistas do nazismo hitleriano, destacando-se nesse grupo dominador da UE o evidente nazi frustrado Shauble, ministro das finanças da Alemanha de Merkel.

As grilhetas da chamada União Europeia têm sido evidentes para o retrocesso das liberdades e justiça social conquistadas em 25 de Abril de 1974 pelos portugueses. Passou-se da liberdade à “contenção democrática” imposta pela Alemanha. Passou-se do exercício de soberania ao servilismo às vontades de interesses económicos contrários à democracia e à justiça social. Os ricos cada vez mais ricos e os pobres em caminho inverso, cada vez mais pobres. Regressámos ao Portugal de fome sob a batuta de um PSD de Passos Coelho e de Cavaco Silva em conluio com Shauble, Merkel e a alta finança mundial. As grilhetas da UE ainda hoje prevalecem em Portugal e resto da Europa.

O atual governo em Portugal - dito das esquerdas - procura contrariar algumas das imposições que são feitas pela UE, e retroceder noutras que durante o governo do servil Passos Coelho e Paulo Portas foram concedidas a Merkel, a Shauble e à alta finança. Nem por isso as grilhetas impostas pela UE desvaneceram-se. Mas já é visível alguma justiça social implementada pelo governo "das esquerdas", com António Costa, do PS, no cargo de primeiro-ministro. Apoiado parlamentarmente pelo BE e pelo PCP.

Mas a existência das grilhetas da UE continuam a ser visíveis no cercear da justiça e das liberdades em Portugal, no repôr dos valores democráticos. No país de Abril, em que o povo era quem mais ordenava, a liberdade está prisioneira dos interesses ditados pela Alemanha e pelo grande capital, que é quem hoje personifica, põe e dispõe o mais possível, na fraude a que chamam União Europeia.

O insuspeito José Pacheco Pereira escreveu no Público, em 9 de julho de 2016, o que se pode entender sobre o domínio das grilhetas da UE e seus efeitos perniciosos. O país das liberdades de Abril já não é o que era. Em muitos aspetos foi o governo de Passos Coelho e de Paulo Portas, apoiados por Cavaco Silva, que reverteram direitos, liberdades e justiça quase ao tempo de Salazar. Fizeram-no por vingança e servilismo a interesses que remontam ao fascismo. Diga-se o que se disser não são pessoas do Portugal novo de Abril de 1974, nem do Portugal democrático.

A seguir, entendam-se - no todo ou entre-linhas - as grilhetas no referido texto de opinião de Pacheco Pereira, se continuar a ler. 

MM | PG

25 DE ABRIL, SEMPRE!



AS CERIMÓNIAS DAS COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL





Os 43 anos da Revolução dos Cravos comemoram-se esta terça-feira com a sessão solene no parlamento e o tradicional Desfile Popular. 

PR vai também condecorar, a titulo póstumo, Francisco Sá Carneiro.

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