Em
25 de Abril de 1974 os portugueses libertaram-se do fascismo salazarista que
perdurou no país por mais de 40 anos. Nesse ano já Salazar havia morrido mas a
ditadura continuava por condução de Marcelo Caetano, então primeiro-ministro. O
regime era então mascarado de “alguma abertura”. Na prática essa “abertura” não
existia. O que existia era a repressão fascista mantida pela polícia política,
a PIDE, - que com pílula dourada se passou a chamar DGS (Direção Geral de
Segurança).
Naquela
data o fascismo caiu em Portugal. Graças à ação do Movimento das Forças armadas
e ao apoio do povo português, sedento de liberdade, de democracia. A revolução
avançou apesar de ações contrárias da direita. Ações que culminaram com um
golpe em 25 de Novembro de 1975. Um golpe bem sucedido e protagonizado por
Ramalho Eanes, militar conservador. Apesar disso as liberdades dos portuguesas
foram minimamente asseguradas, porém, a justiça laboral e social que estava em curso foi
completamente abrandada e depois revertida. O pretexto e objetivo foi derrubar o alegado
radicalismo do PCP e restantes apoiantes considerados da esquerda. Em 25 de
Novembro de 1975 a direita vislumbrou finalmente a possibilidade de se voltar a
impor, de prosseguir com máscaras democráticas a exploração dos trabalhadores
portugueses. Mário Soares foi o mediador e algumas vezes o travão desses
avanços da direita. Assim como foi Mário Soares e a direita portuguesa que
recorreram à artimanha de aderirem à CEE (Comunidade Económica Europeia), atual
UE (União Europeia). Essa mesma denominada UE na atualidade é dominada pela
Alemanha de homens e mulheres saudosistas do nazismo hitleriano, destacando-se
nesse grupo dominador da UE o evidente nazi frustrado Shauble, ministro das
finanças da Alemanha de Merkel.
As
grilhetas da chamada União Europeia têm sido evidentes para o retrocesso das
liberdades e justiça social conquistadas em 25 de Abril de 1974 pelos
portugueses. Passou-se da liberdade à “contenção democrática” imposta pela
Alemanha. Passou-se do exercício de soberania ao servilismo às vontades de
interesses económicos contrários à democracia e à justiça social. Os ricos cada
vez mais ricos e os pobres em caminho inverso, cada vez mais pobres.
Regressámos ao Portugal de fome sob a batuta de um PSD de Passos Coelho e de
Cavaco Silva em conluio com Shauble, Merkel e a alta finança mundial. As grilhetas
da UE ainda hoje prevalecem em Portugal e resto da Europa.
O atual governo em Portugal - dito das esquerdas - procura contrariar algumas das imposições que são feitas pela UE, e retroceder noutras que durante o governo do servil Passos Coelho e Paulo Portas foram concedidas a Merkel, a Shauble e à alta finança. Nem por isso as grilhetas impostas pela UE desvaneceram-se. Mas já é visível alguma justiça social implementada pelo governo "das esquerdas", com António Costa, do PS, no cargo de primeiro-ministro. Apoiado parlamentarmente pelo BE e pelo PCP.
Mas a existência das grilhetas da UE continuam a ser visíveis no cercear da justiça e das liberdades em Portugal, no repôr dos valores democráticos. No país de Abril, em que o povo era quem mais ordenava, a liberdade está prisioneira dos interesses ditados pela Alemanha e pelo grande capital, que é quem hoje personifica, põe e dispõe o mais possível, na fraude a que chamam União Europeia.
O insuspeito José Pacheco Pereira escreveu no Público, em 9 de julho de 2016, o que se pode entender sobre o domínio das grilhetas da UE e seus efeitos perniciosos. O país das liberdades de Abril já não é o que era. Em muitos aspetos foi o governo de Passos Coelho e de Paulo Portas, apoiados por Cavaco Silva, que reverteram direitos, liberdades e justiça quase ao tempo de Salazar. Fizeram-no por vingança e servilismo a interesses que remontam ao fascismo. Diga-se o que se disser não são pessoas do Portugal novo de Abril de 1974, nem do Portugal democrático.
A seguir, entendam-se - no todo ou entre-linhas - as grilhetas no referido texto de opinião de Pacheco Pereira, se continuar a ler.
MM | PG