sexta-feira, 9 de junho de 2017

Angola | ALGUÉM CONFIA NA CNE/JES?



Raul Diniz, opinião

Roubar o voto popular significa burla eleitoral

O capital político de João Lourenço é zero a nível do país, e, em termos do MPLA é praticamente nenhum. É digno reconhecer também que JL, não possui nenhuma estratégia politica valida, que permita reestabelecer a dinâmica perdida num partido apodrecido e se encontra mergulhado numa estrondosa instabilidade existencial. Hoje o MPLA enfrenta enormíssimas dificuldades organizacional, por demérito do presidente do partido.

O diagnostico observado da situação que o partido atravessa é trivial e conhecida de todos como deveras sinuosa. Essa avaliação tem inviabilizado sistematicamente o partido de reganhar popularidade perdida. Por outro lado, o eleitor não vê com bons olhos conceder ao MPLA mais cinco anos de tortuoso poder ao partido de JES. Mas, a pior acontecimento, foi JL introduzir a filha dileta do ditador, Isabel dos Ovos Santos, como propagandista da sua campanha.

É vergonhoso quando vemos o nosso candidato inchado de vaidade, desfilando descuidadamente entre novos bajús recentemente provenientes da UNITA, e outros bajús já de todos conhecidos, que veneram JL, e o tratam já de camarada presidente. Isso é uma infâmia, e não cabem dentro do ordenamento político-jurídico de um estado de direito democrático. O nosso voto não é do JES, nem é propriedade do MPLA por antecipação. Desta vez a CNE não vai roubar nosso voto como habitualmente faz, acobertado pelo Tribunal Constitucional. Ao contrario do que disse o ilustre economista Alves Rocha, quando afirma que não sabe se o voto certo é ou não votar no MPLA! Remando eu contra a maré, afirmo taxativamente que o voto certo é o da mudança, e pelo que se sabe, o MPLA não representa nenhuma mudança.

Liga Guineense dos Direitos Humanos condena proibição de manifestações



Duas manifestações estavam convocadas, para o fim de semana (03 e 04.06), em Bissau. Mas foram proibidas pelo Governo.

O movimento "O Cidadão" convocou para este sábado (03.06), em Bissau, uma manifestação "para demonstrar como é que é em democracia". O movimento exige a reabertura do parlamento, bloqueado há cerca de dois anos devido às divergências entre partidos.

O grupo de cidadãos "Conscientes e Inconformados" com a crise política que se instalou no país pretendia sair à rua no domingo (04.06).

No entanto, o secretário de Estado da Ordem Pública, Francisco Djatá, proibiu as manifestações, alegando que apresentam riscos para a segurança. As organizações terão acatado a decisão. E este sábado (03.06), os guineesnses acabaram por não sair à rua.

A proibição constitui uma "flagrante tentativa de condicionar o exercício da liberdade de manifestação pacífica" aos cidadãos, denunciou, em comunicado, a Liga Guineense dos Direitos Humanos.

A Liga lembra que a lei guineense apenas refere que a polícia deve garantir a segurança das manifestações públicas, não determinando que devem ser autorizados.

CRISE POLÍTICA DE GOVERNAÇÃO BISSAU-GUINEENSE, DUAS VIAS DE SOLUÇÕES QUE RESTAM



A crise político-civil de governação bissau-guineense: as duas vias de soluções legais de saída, ainda restantes

Abdulai Keita* | opinião

O que posso eu dizer, a quente, em relação ao que parece ser resultados do fim da 51ª Cimeira dos Chefes de Estado da CEDEAO e pelo dito, pelo nosso S. Exa. Sr. Presi, Dr. JOMAV a seu regresso desta Cimeira (Cif., http://guineendade.blogs pot.ch/2017/06/noticias-ao-minutopr-da-guine-bissau.html, acessado, 05.06.207), no referente a nossa presente situação de crise e tudo mais e, com muita convicção, é o seguinte.

As únicas, atitude e comportamento políticos que possam trazer, institucionalizar e instalar e não só na boca mas sim de facto, a paz e estabilidade duradouras para e na Guiné-Bissau é e será sempre, o respeito irrestrito dos princípios de leis estabelecidos, as próprias leis, as normas, as regras procedimentais e os compromissos assumidos “contratualmente” (no caso deste último elemento, como por ex. os compromissos assumidos com a assinatura do Acordo de Conakry). Isto é assim em todas as partes do mundo dos nossos dias. Se faz assim há já centenas de anos (ou em África, há já algumas dezenas de anos) em todos Estados com Regimes de Democracia Parlamentar Representativa e de Estado de Direito bem-sucedidos. Aí não há dúvidas. Será também assim, imperativamente na nossa Guiné-Bissau do POVO BOM. Que alguém de aqui ou acolá da elite governante queira isso ou não.

Nesse sentido, se não se quer implementar o Acordo de Conakry tal como previsto e tal qual, então o único caminho de “contribuir para a paz e estabilidade para a Guiné-Bissau”, diante de tudo que se tem tido e visto até a presente data no desenrolar da presente situação de crise, é dissolver a ANP e marcar, segundo manda as leis bissau-guineenses em tais casos, as eleições legislativas antecipadas.

Porque nós, os bissau-guineenses (Mulheres e Homens) dos nossos dias, temos que colocar-nos definitivamente (os que ainda não o tenham feito até então) esta seguinte interrogação pertinente de orientação bem respondida pelo camarada Cabral no seu tempo: Podem os seres humanos (Mulheres e Homens) construírem e manterem pacificamente, em comum, uma ordem pública justa?

Pois, colocar-se e partir desta interrogação é importante. Porque isto é como costumava dizer um dos nossos maiores Doutos do continente africano dos nossos tempos, Prof. Joseph KI-ZERBO (citado pelo bloguista burquinabê[?] Bertrand COGOE, acessado, 11.02.2011). Cito, “quand on ne sait pas ce qu’on cherche, on ne comprend pas ce qu’on trouve” (quando não se sabe aquilo que se está a procurar, não se compreende aquilo que se encontra/acha; tradução do autor do presente texto). Fim da citação.

CONFRONTO NO BILDERBERG 2017




Thierry Meyssan*

Na altura em que o Presidente Trump parece ter, mais ou menos, regulado os seus problemas de autoridade interna o conflito desloca-se para o seio da OTAN: Washington advoga contra o uso manipulador do terrorismo, enquanto Londres não pensa abandonar uma ferramenta tão eficaz aos seus interesses. O Grupo de Bilderberg, inicialmente organizado como uma caixa de ressonância da Aliança, acaba de se tornar no palco de um difícil debate entre partidários e adversários do imperialismo no Médio-Oriente.

O Grupo de Bilderberg foi criado, em 1954, pela CIA e pelo MI6 para apoiar a Aliança Atlântica. Tratava-se de reunir personalidades do mundo económico e mediático com responsáveis políticos e militares de maneira a sensibilizar a sociedade civil face ao «perigo vermelho». Longe de ser um lugar de decisão, este clube muito fechado tem sido, historicamente, um fórum onde os velhos deviam rivalizar entre si quanto à fidelidade para com Londres e Washington, e os mais jovens mostrar que se poderia ter confiança neles contra os Soviéticos [1].

Foi durante a reunião anual de 1979 que Bernard Lewis revelou aos presentes o papel dos Irmãos Muçulmanos contra o governo comunista Afegão. O islamólogo britânico-israelo-americano propunha aí, então, estender a «Guerra pela Liberdade» (sic) a toda a Ásia Central.

Foi em 2008, ou seja, com dois anos e meio de antecedência, que Basma Kodmani (a futura porta-voz da oposição síria) e Volker Perthes (o futuro conselheiro de Jeffrey Feltman para a Capitulação total e incondicional da Síria [2]) lá explicaram todo o interesse em apoiar os Irmãos Muçulmanos para dominar o Médio-Oriente. Eles sublinharam a «moderação» da Confraria face ao Ocidente com o contraste mostrado pelo soberanismo «extremista» do Irão e da Síria [3].

E, foi em 2013 que o líder do patronato alemão, Ulrich Grillo, aí advogou a organização de uma migração maciça de 800. 000 trabalhadores sírios para as fábricas (usinas-br) alemãs [4].

TRUMPALHADAS | Obstrução à Justiça



Ana Alexandra Gonçalves*

James Comey, ex-director do FBI, que acabou despedido por Donald Trump, enviou um documento ao Comité dos Serviços de Inteligência que deixam a pior das imagens do Presidente americano. De resto, torna-se impossível não se falar em obstrução à justiça.

Por mais do que uma vez Trump fez pressão sobre o director do FBI para deixar cair as suspeições que envolviam a si à Rússia e sobre Mike Flynn, seu conselheiro. Trump começava por falar em lealdade para se dirigir directamente a Comey para que este deixasse cair a investigação que incidia sobre Mike Flynn. Nunca o ex-director do FBI tinha falado tantas vezes com um Presidente americano.

Posteriormente, Comey prestou declarações mais detalhadas no Comité dos Serviços de Inteligência do Senado, onde não só afirmou que tomou notas do encontro com Trump por acreditar que o Presidente pudesse mentir, como o acusou, de facto, de difamação, a si como ao FBI. As declarações de Comey são demolidoras para Donald Trump.

Depois do que agora se sabe e depois ainda do afastamento apressado e atabalhoado do director do FBI, será difícil para o Presidente americano fugir a acusações de obstrução à justiça, o que por si só é particularmente grave.

As relações desta Administração americana com a Rússia é suficiente questionar se não haverá mesmo ingerência russa nos assuntos americanos, ingerência ou tentativa de ingerência que vai para além da campanha que redundou na eleição de Trump e que o próprio Comey afirmou não haver dúvidas do papel da Rússia nas eleições de Novembro. Agora as afirmações do ex-director do FBI apontam no sentido de pressões directas do Presidente americano, de mentiras e até de difamação.

A megalomania de Trump misturada com doses inauditas de mediocridade não poderiam dar outro resultado que não fosse um conjunto de tentativas de exercer pressão sobre quem estava à frente da investigação para que esta simplesmente morresse antes de começar verdadeiramente. Não há subtilezas, matizes, discrição ou discernimento. Existe simplesmente um homem medíocre e cheio de si próprio que surpreendentemente (ou talvez nem tanto) chegou à presidência dos EUA. É tão mau que as comparações com Nixon são profusas. Nixon demitiu-se antes da destituição. E Trump?

*Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo da Razão

Referendo | CATALUNHA FORA DE ESPANHA, INDEPENDENTE. SIM OU NÃO?



A notícia é fresca e curta, mas não é grossa. Os catalães vão ser chamados às urnas de voto para dar mais um “desgosto” a Madrid e ao Rajoy ultraliberal. Madrid já deita fumo de tanta ira contida. Catalunha independente? Sim ou não? Eis a questão. 

Quer parecer que não vai vencer o sim. De qualquer modo os catalães fazem muito bem em realizar o referendo e dizerem para Madrid: tomem lá que é democrático.

Nos gabinetes de Bruxelas não há gente suficientemente democrática para achar por bem este referendo. É que este independentismo, se resultar, pode alastrar-se a muitos outros países europeus. A começar pela Escócia, por exemplo. E por cá, por Portugal, também os Açores estão na calha. O independentismo está a crescer nas ilhas atlânticas. Fruto das sementes que os EUA andam a espalhar mais ou menos pela surra. Convém-lhes aquele enorme porta-aviões e sabe-se lá o que mais. Vamos esperar para ver.

Passemos à notícia, no i. (PG)

Espanha. Catalunha marca referendo sobre independência para Outubro

Presidente regional da Catalunha anunciou decisão esta sexta-feira

O presidente regional da Catalunha anunciou, esta sexta-feira, que irá convocar para o dia 1 de outubro um referendo sobre a independência catalã.

"Quer que a Catalunha seja um Estado independente em forma de República?", vai ser esta a pergunta colocada no boletim de voto.

Jornal i

Reino Unido. May vai tentar formar governo com unionistas da Irlanda do Norte



Primeira-ministra resiste aos pedidos de afastamento e aponta a uma maioria parlamentar em coligação com o DUP

Poucas semanas depois de ter sugerido que abdicaria do cargo de primeira-ministra, caso perdesse seis deputados da maioria de 17 que o Partido Conservador tinha na Câmara dos Comuns, Theresa May não parece agora muito virada para essa hipótese, mesmo tendo perdido a maioria parlamentar, no seguimento das eleições legislativas de ontem. 

De acordo com a Sky News e com o “The Guardian”, a líder dos tories vai encontrar-se com a Rainha Isabel II, às 12h30, no Palácio de Buckingham, para propor a formação de um governo apoiado pelo Partido Democrático Unionista (DUP), da Irlanda do Norte.

Numa altura em que ainda está por confirmar o últimos dos 650 deputados eleitos para a Câmara dos Comuns, os conservadores encontram-se com apenas 218 lugares, a oito do número necessário para a desejada maioria. 

Tim Farron, dos Liberais Democratas, rejeitou prontamente a hipótese de voltar a apoiar um executivo tory – como fez em 2010 – pelo que os 10 deputados eleitos pelos unionistas norte-irlandeses são, neste momento, o trunfo possível de Theresa May, para tentar evitar uma humilhação total.

Num artigo publicado no London Evening Standard, o ex-ministro das Finanças do governo de David Cameron, George Osborne, mostrou-se muito crítico na avaliação de um cenário em que “as decisões que afetam Londres serão agora tomadas em Belfast”.

Recorde-se que a primeira-ministra convocou eleições numa altura em que o Partido Conservador tinha uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre os trabalhistas e estabeleceu como objetivo mínimo aumentar a maioria de 17 deputados.

Jornal i

THERESA MAY SOMA E SEGUE. A “TRAQUITANA” COM OS UNIONISTAS SALVAM-NA





Não podia deixar de acontecer neste Curto de hoje. Lá vem a May à baila. Mais completo será dizer que o tema central são as eleições no Reino Unido (unido?). Os analistas metem a serpentina na água e fervem-na até escaldar o traseiro da senhora, ainda PM e futura PM lá do reino anglófono. 

Esses  mesmos, os analistas, começaram logo a inventar trabalho escrito para mais uns cobres nas suas contas bancárias. Vai daí dizem: “ah e tal, a coisa está complicada, e vai ser um problema muito grande, à May saiu-lhe o tiro pela culatra e ficou cheia de chumbo nas mamocas. Talvez Corbyn consiga fazer um parlamento à moda da geringonça com os eleitos pela Escócia e mais uns quaisquer…” Tretas, o resultado está à vista e a May conservadorissima venceu apesar de ter perdido a maioria. Vai daí os Unionistas da Irlanda juntam-se a ela e lá formas uma maioria para durar. Toma lá e vai-te curar. Plim. Vai ser assim. Se sempre foi assim digam lá porque havia de ser diferente? A geringonça à portuguesa não vai ter lugar na velha Albion. Não. Vem aí uma coisa chamada traquitana que governará o sítio da rainha mais velha, mais pendura e decadente que o mundo já viu. Pois. Peã de brega será a May.

Interessante que Corbyn pareceu ficar a sonhar alto e já fala em formar governo depois de May se demitir (dos Tories?). O sujeito afinal gosta de jogar no faz-de-conta. Certo que contribuiu para uma boa arrancada das hostes trabalhistas. Certo que recuperou muito eleitorado, também certo que ficou a mais de 60 deputados que lhe faltam para superar os conservadores. E aliança para conseguir uma maioria absoluta já há uma, os conservadores e os unionistas. Goobby Korbyn. Ponto final, parágrafo.

Olá, este é o tréu-téu-téu do costume antes de se embrenharem no Expresso Curto. Quem serve é o Henrique Monteiro. Vem ele falar de Pirro e da sua vitória. Quer dizer com isso que May ganhou mas perdeu… Tá bem, deixa.

Daqui do burgo luso hoje não à palavras a dedicar-lhe. Estamos na modorra do verão que se aproxima. Até a TSF tem levado mais futebol ao seu Fórum que o habitual. Além disso houve Fátima. Quanto aos fados foram mesmo reabilitados, há uma nova geração que lhe deu a volta (ao fado) para melhor, para mais luminosidade e transparência. O fado é bom e democrático. Boa!

O fim-de-semana vai estar quente e também luminoso, dizem os manda chuva meteorológicos. Bom para a praia, portanto. Cuidado com os tubarões. Olhem que eles andam por aí.

Curtam o Curto se continuarem a ler. Se não… adeus e até ao nosso regresso. Sejam felizes apesar da miséria.

MM | PG

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