Luísa
Rogério | Jornal de Angola | opinião
A
democracia pode agregar imperfeições. Pode ter defeitos, mas ainda é o melhor
sistema político. É o modelo preferencial de governo e edificação de sociedades
livres. A ideia sobre a qual se tecem infindáveis reflexões sustenta
pensamentos difíceis de condensar em frases breves. Não é preciso ser Hillary
Clinton nem estar em campanha eleitoral para concluir que qualquer regime
democrático supera a mais branda das ditaduras. Como não existem formatos
acabados, o ideal é cada país traçar o próprio percurso assente em estruturas
que concorram para a consolidação de processos democráticos.
Na
plenitude dos seus quase 42 anos, Angola busca caminhos em prol do
fortalecimento da nação. O período eleitoral vai dando indicações do imenso
trabalho que os angolanos têm pela frente para que todos os habitantes do
espaço geográfico chamado Angola se identifiquem com a nação em perspectiva. Os
partidos políticos constituem peças fundamentais. Ultrapassam definições que os
incluem indistintamente em conglomerados cujos protagonistas se escudam na
defesa dos interesses gerais com o fim de atingirem a realização do ponto de
vista material.
Óbvio que os políticos não são sempre os seres bem intencionados que distribuem abraços e beijinhos no decorrer de campanhas eleitorais. Acontece com frequência desligarem as fichas, incluindo as telefónicas, uma vez alcançados os votos que lhes conferem legitimidade para exercer poder. Muitos deles só voltam a recordar-se do “povo em geral” em vésperas de eleições. Talvez por isso se sintam à vontade para ostentar sinais de “crescimento económico” pessoal enquanto sensibilizam a população para votar nos programas de governo que garantem ser superiores aos demais. Acham desnecessário fingir posturas politicamente correctas porque acreditam na demonstração de poder como elemento eficaz de mobilização.