sábado, 2 de setembro de 2017

A "AULA" DO PIDE | Cavaco Silva deixou-se "levar pelo rancor, pelo ressentimento"



Francisco Louçã considera que Cavaco Silva seguiu a "linha de Passos Coelho" durante a sua intervenção na Universidade de Verão do PSD. O antigo líder do Bloco ficou surpreendido com a reação violenta de Marcelo.

No seu espaço de comentário semanal na SIC Notícias, Francisco Louçã abordou um dos temas da semana. O regresso de Cavaco Silva e a sua intervenção durante a Universidade de Verão do PSD. Para Louçã, Cavaco Silva "cometeu três erros" neste seu regresso à vida pública.

"Primeiro, escolher uma iniciativa partidária. Um ex-Presidente da República deveria procurar alguma coisa de maior dimensão. Em segundo lugar não tratou de nenhum tema. Tudo o que ouvimos desta intervenção são os pequenos comentários marginais, indiretos a alguns políticos", disse Francisco Louçã, que esperava que o ex-presidente "falasse do problema com a Coreia do Norte" ou sobre "a questão dos refugiados".

Mas para o antigo líder do Bloco de Esquerda esses não foram os piores erros de Cavaco. "O terceiro erro que comete é deixar-se levar pelo rancor, pelo ressentimento. Ouvimos Cavaco Silva a dar ênfase à linha de Passos Coelho, que é de desagrado por não estar no Governo, irritado por não estar no Governo, irritado com as sondagens".

Para o comentador, a intervenção de Cavaco até terá sido bem recebida pelo Executivo de António Costa. "No Governo terá havido muita satisfação com esta intervenção de Cavaco Silva", disse Louçã.

Sobre as críticas dirigidas ao primeiro-ministro e ao Presidente, o comentador disse que "António Costa respondeu com algum humor" mas ficou surpreendido com a reação de Marcelo Rebelo de Sousa. "O Presidente podia ter escolhido não responder. Isto passaria e tudo desapareceria. Escolheu responder de uma forma muito violenta", acrescentando que "não é bem uma bofetada de luva branca, é muito mais do que isso".

"Marcelo Rebelo de Sousa caiu um pouco na armadilha. Marcelo percebe que Cavaco Silva é visto por alguns setores da direita como um anti-Marcelo. Ora, uma coisa é o Cavaco Silva ser um anti-Marcelo e já passou. Outra coisa é o Marcelo ser um anti-Cavaco e ainda lá está. Há um que está sempre a ganhar e o outro está sempre de fora e vai desaparecendo. É isso que está a acontecer", afirmou Francisco Louçã.

Notícias ao Minuto

AVANTE | "Valorizamos avanços mas não nos podemos iludir nem anestesiar"



No arranque do Avante coube ao líder Jerónimo de Sousa abrir a festa, com um discurso onde garantiu que o "PCP continuará ao lado dos seus".

Jerónimo de Sousa esteve na abertura da Festa do Avante, que marca a reentré do PCP, e abordou diversos temas, particularmente a questão da Autoeuropa, sem referência ao nome da empresa, mas com um ‘ataque’ à tentativa de a empresa implementar o sábado como um dia de trabalho.

“O capital (…) tenta fazer o ‘assalto’ aos horários de trabalho e eliminar o avanço civilizacional do sábado enquanto dia de descanso”, acusou, frisando que “é possível encontrar soluções que respeitem os direitos dos trabalhadores e ao mesmo tempo assegurem o desenvolvimento da produção”.

No discurso, o comunista focou-se na relevância do trabalho do PCP para os avanços dos últimos anos e revelou que o partido valoriza as medidas, mas refere que é preciso mais.

“Valorizamos avanços mas não nos podemos iludir nem anestesiar tendo em conta os problemas de fundo que permanecem e não foram superados. A fixação no défice das contas públicas não pode ser transformado no alfa e no ómega da política económica e financeira”, exemplificou.

Nesta senda, Jerónimo sublinhou que há “outros défices mais importantes que exigem opções”, entre eles o “défice estrutural da produção nacional”.

“É criando mais riqueza, mais produção nacional, com mais garantia que de um melhor aparelho produtivo e mais desenvolvido, que o país encontrará a saída para a solução dos seus principais problemas”, realçou o comunista.

Inês André de Figueiredo | Notícias ao Minuto

ALUNA DE PASSOS | Governo desmente Assunção. "Cristas insiste na manipulação e na mentira"



Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural desmente declarações de Assunção Cristas a propósito de um concurso de apoio à floresta, aberto no tempo em que Cristas era ministra da Agricultura.

Assunção Cristas acusou o atual ministro da Agricultura de ter anulado um concurso no valor de 300 milhões de euros para apoio à floresta, aberto pela própria, para o substituir por um concurso de apenas 36 milhões de euros, reduzindo dessa forma forma os apoios à prevenção.

Perante as acusações da líder do CDS, feitas ao semanário Expresso, o gabinete da tutela em causa sentiu necessidade de esclarecer que esse concurso (que não era de 300 milhões mas sim de 210 milhões) foi "declarado ilegal pela Inspeção Geral de Agricultura por não respeitar a dotação orçamental da medida do PDR2020 ao abrigo da qual foi aberto, cuja dotação inicial era de apenas 36 milhões de euros, valor definido pela própria".

Num comunicado feito chegar ao Notícias ao Minuto, o gabinete do ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural acusa Assunção Cristas de, "numa tentativa desesperada de iludir a opinião pública e de rejeitar responsabilidades nas consequências da sua própria ação política relativamente à floresta", a anterior ministra da Agricultura "omite o facto de ter levado a cabo uma reprogramação do PRODER em março de 2012 e outra em setembro de 2015, das quais resultou uma redução global de cerca de 175 milhões de euros de apoios públicos à floresta". Ou seja, prossegue, "ao mesmo tempo que abria um concurso de 210 milhões de euros para uma dotação inexistente no programa de apoio seguinte, Assunção Cristas cortava 175 milhões de euros no programa que estava a gerir".

"Assunção Cristas continua igualmente sem explicar por que razão, considerando a prevenção um eixo estruturante e atribuindo-lhe agora uma prioridade extraordinária, programou apenas 36 milhões de euros de apoios à defesa da floresta num pacote de 406 milhões de euros que estão alocados à componente florestal do PDR2020. Ou seja, para Assunção Cristas, a prevenção e defesa da floresta merecem apenas 8,9 % do investimento a fazer, por muitos concursos ilegais de 210 milhões de euros (real valor do concurso) que tenha aberto", lê-se no comunicado. A tutela termina acusando a líder do CDS, candidata à Câmara de Lisboa, de "desespero eleitoral" e de "aproveitamento político do flagelo dos incêndios".

Melissa Lopes | Notícias ao Minuto

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