Francisco
Louçã considera que Cavaco Silva seguiu a "linha de Passos Coelho"
durante a sua intervenção na Universidade de Verão do PSD. O antigo líder do Bloco
ficou surpreendido com a reação violenta de Marcelo.
No
seu espaço de comentário semanal na SIC Notícias, Francisco Louçã abordou um
dos temas da semana. O regresso de Cavaco Silva e a sua intervenção durante a
Universidade de Verão do PSD. Para Louçã, Cavaco Silva "cometeu três
erros" neste seu regresso à vida pública.
"Primeiro,
escolher uma iniciativa partidária. Um ex-Presidente da República deveria
procurar alguma coisa de maior dimensão. Em segundo lugar não tratou de nenhum
tema. Tudo o que ouvimos desta intervenção são os pequenos comentários
marginais, indiretos a alguns políticos", disse Francisco Louçã, que
esperava que o ex-presidente "falasse do problema com a Coreia do
Norte" ou sobre "a questão dos refugiados".
Mas
para o antigo líder do Bloco de Esquerda esses não foram os piores erros de
Cavaco. "O terceiro erro que comete é deixar-se levar pelo rancor, pelo
ressentimento. Ouvimos Cavaco Silva a dar ênfase à linha de Passos Coelho, que
é de desagrado por não estar no Governo, irritado por não estar no Governo,
irritado com as sondagens".
Para
o comentador, a intervenção de Cavaco até terá sido bem recebida pelo Executivo
de António Costa. "No Governo terá havido muita satisfação com esta
intervenção de Cavaco Silva", disse Louçã.
Sobre
as críticas dirigidas ao primeiro-ministro e ao Presidente, o comentador disse
que "António Costa respondeu com algum humor" mas ficou surpreendido
com a reação de Marcelo Rebelo de Sousa. "O Presidente podia ter escolhido
não responder. Isto passaria e tudo desapareceria. Escolheu responder de uma
forma muito violenta", acrescentando que "não é bem uma bofetada de
luva branca, é muito mais do que isso".
"Marcelo
Rebelo de Sousa caiu um pouco na armadilha. Marcelo percebe que Cavaco Silva é
visto por alguns setores da direita como um anti-Marcelo. Ora, uma coisa é o
Cavaco Silva ser um anti-Marcelo e já passou. Outra coisa é o Marcelo ser um
anti-Cavaco e ainda lá está. Há um que está sempre a ganhar e o outro está
sempre de fora e vai desaparecendo. É isso que está a acontecer", afirmou
Francisco Louçã.
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