A cúpula nacional do partido
governante na África do Sul, o Congresso Nacional Africano (ANC), foi convocada
este domingo (11.02) para uma reunião "de urgência" que se realizará
na segunda-feira (12.02).
O portal de notícias News24
explica que ainda não se confirmou a agenda desta reunião e a sua relação com
as negociações entre o presidente do ANC e vice-presidente sul-africano, Cyril
Ramaphosa, e o próprio Zuma para forçar a saída deste último sem agravar as
divisões do partido.
Aos jornalistas, há cerca de uma
semana, o atual líder do partido no poder, Cyril Ramaphosa, adiantou que
esperava concluir conversações com Jacob Zuma sobre a transição de poder
"nos próximos dias pelo interesse do povo", cita a agência de
notícias Reuters.
No entanto, este domingo, à
chegada a uma cerimónia de culto religioso na Catedral de São Jorge, na Cidade
do Cabo, Ramaphosa declinou fazer comentários sobre o temas da reunião de
amanhã.
A convocatória da reunião ocorre
apenas um dia depois da reunião da direção da formação, cujos seis membros
realizaram um extenso encontro na Cidade do Cabo. A News24 tinha adiantado que
as negociações para a saída de Zuma ficariam fechadas antes do fim de semana,
citando "fontes de confiança" do partido.
Esta mesma informação assegurava
que as negociações com Zuma giram em torno de assuntos "de cosmética"
como o pagamento da sua defesa legal nos casos de corrupção que enfrenta e a
sua segurança pessoal e da sua família.
O único órgão do ANC com
capacidade para forçar a saída do chefe de Estado é o comité executivo
nacional, que se reúne na segunda-feira, já que as regras internas da formação
estabelecem que todos os membros do partido, incluindo os cargos eleitos, devem
submeter-se à vontade desta.
Pressão sobre Zuma aumentou
Contudo, se Zuma se negasse a
deixar o cargo, a única via possível seria uma moção de censura parlamentar.
Depois de ter ultrapassado sete
moções anteriormente, o Presidente, que continua a ser alvo de acusações de
corrupção, vai enfrentar - senão se demitir antes - no próximo dia 22 uma nova
moção de censura parlamentar, pedida por um partido da oposição.
Após deixar a presidência da
formação no último congresso, realizado em dezembro, a favor de Ramaphosa - que
não era o seu candidato preferido - a pressão para que o chefe de Estado
abandone o poder aumentou, especialmente nas últimas semanas.
O atual líder do partido vai
intervir este domingo num encontro que servirá para lançar oficialmente os atos
do centenário do nascimento do ex-Presidente sul-africano Nelson Mandela.
Agência Lusa, AFP, Reuters | em
Deutsche Welle
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