O realizador António Ferreira
apresenta em outubro a sua nova longa-metragem, 'Pedro e Inês', um filme que
faz ressoar o 'Romeu e Julieta português' em três tempos distintos - passado,
presente e futuro.
"São três histórias em três
tempos diferentes, cada uma com um princípio, um meio e um fim, mas que se vão
contando umas às outras", com cenas no passado, presente e futuro a
sucederem-se e a "preencherem os buracos das outras histórias", disse
à agência Lusa António Ferreira, realizador de Coimbra a residir no Brasil.
Apesar de serem três histórias
distintas, "fica a sensação de que é tudo uma", resumiu.
O filme, que adapta o romance de
Rosa Lobato Faria 'A Trança de Inês', conta com antestreia a 14 de outubro, no
Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, concelho onde a maioria da obra
foi rodada.
Entre outros, o elenco do filme é
composto pelos atores Diogo Amaral (Pedro), Joana de Verona (Inês), Vera
Kolodzig (Constança), Custódia Gallego (Beatriz), Cristóvão Campos (Estevão),
João Lagarto (Afonso) e Miguel Borges (Pero Coelho).
A ideia de adaptar o romance de
Rosa Lobato Faria já surgiu há vários anos, quando entrou em contacto com o
livro, mas só agora foi materializada devido à demora em conseguir
financiamento.
"Achei que dava um filme
espetacular. É uma abordagem inovadora. Não é um filme histórico, mas uma
releitura total do tema, com uma estrutura narrativa contada em vários
tempos", explicou, considerando que o romance é uma "forma fresca de se
falar de um tema sobejamente conhecido e até chato", ainda para mais para
uma pessoa de Coimbra, palco histórico do romance: "Já não podia mais com
o Pedro e Inês".
Segundo António Ferreira, "é
um filme muito ambicioso, do ponto de vista de produção" - com coprodução
de três países (Brasil, França e Portugal) -, dispendioso e que contou com
"um milhar de figurantes em Coimbra e com 'décors' muito difíceis".
"Filmar a Idade Média sem
muito dinheiro é um desafio. Mesmo com um orçamento modesto, conseguimos fazer
um filme exuberante que não fica a dever nada a um grande filme", vincou.
Em termos estéticos, o realizador
optou por usar o mesmo tipo de olhar e movimento de câmara para os diferentes
tempos, deixando de parte a ideia de usar uma espécie de coloração diferente
para cada época.
O projeto que começou a ser
desenhado há dez anos vê agora a luz do dia em outubro.
Depois da antestreia em Coimbra,
o filme vai ser exibido em salas de cinema de todo o país, a partir de 18 de
outubro.
Para fevereiro de 2019, já está
programada a estreia do filme para o Brasil, com a equipa a assumir o objetivo
de internacionalizar a história de Pedro e Inês, o 'Romeu e Julieta português'.
Lusa | em Notícias ao Minuto |
Foto: iStock
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