Depois de dois novos ataques na
região, o Comando-Geral da PRM volta a lançar operações para capturar os
autores. Ainda não se sabe as motivações dos atacantes que desde outubro
aterrorizam a região.
A Polícia da República de
Moçambique (PRM) disse esta sexta-feira (21.09) que estão em curso operações
para a captura dos grupos armados que mataram dez pessoas numa aldeia remota da
província de Cabo Delgado e atacaram uma patrulha militar noutro ponto da
região, na passada quinta-feira (20.09).
"As operações para a captura
destes indivíduos já decorrem na região", disse o porta-voz do
Comando-Geral da PRM em Maputo, Inácio Dina.
Em dois ataques, grupos armados
desconhecidos mataram dez pessoas numa aldeia remota da província de Cabo
Delgado, no norte de Moçambique, e atacaram uma patrulha militar noutro ponto
da região, segundo fontes das autoridades locais.
Um ataque aconteceu cerca das 20
horas locais de quinta-feira, na aldeia de Ntoni, um povoado pertencente ao
posto de Mucojo, distrito de Macomia, no litoral centro de Cabo Delgado.
O grupo que, segundo fontes
locais, usava fardas militares, entrou a disparar com armas de fogo e matou dez
residentes, além de ferir outras 15 pessoas e incendiar, pelo menos, 30 casas.
A emboscada a uma patrulha
militar aconteceu também na quinta-feira, mais a norte, junto a Pundanhar,
distrito de Palma, acrescentou outra fonte à Lusa, sem precisar as consequênias
do confronto.
O porta-voz da polícia
moçambicana não confirmou o número de vítimas, considerando que decorrem ainda
ações para apurar os danos resultantes dos ataques.
"Estamos em contacto com os
nossos colegas na província para conciliar informações e oportunamente vamos
ter números e mais detalhes", afirmou Inácio Dina.
Motivação desconhecida
O último ataque tinha acontecido
a 8 de setembro, também contra um povoado do posto administrativo de Mucojo, no
distrito de Macomia.
Três dias depois, a PRM referiu
que a situação estava "sob controlo".
Povoações
remotas da província de Cabo Delgado, situada a quase dois mil quilómetros a
norte de Maputo, têm sido atacadas por desconhecidos desde outubro de 2017, provocando
um número indeterminado de mortos, na ordem das dezenas, e um número ainda
maior de deslocados.
Os grupos que têm atacado as
aldeias nunca fizeram nenhuma reivindicação nem deram a conhecer as suas
intenções, mas investigadores sugerem que a violência está ligada a redes de
tráfico de heroína, marfim, rubis e madeira.
Os ataques acontecem numa altura
em que avançam os investimentos de companhias petrolíferas em gás natural na
região, mas sem que até agora os atacantes tenham entrado no perímetro reservado
aos empreendimentos.
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