Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
Em democracia tanto tem
importância quem governa como quem faz oposição. É elementar. E em Portugal
existe claramente um problema: a oposição desapareceu.
Governo, apoiado pelos partidos à
sua esquerda, vai fazendo o seu caminho sem grandes sobressaltos, apesar de nem
sempre se posicionar à esquerda, em consonância com quem o apoia, como se viu
com a gestão da greve dos estivadores. Ainda assim, vai fazendo o seu caminho.
Os partidos mais à esquerda, vão
garantindo esse suporte, apesar de alguns pecados cometidos pelo Executivo de
Costa, o último dos quais a referida greve de trabalhadores precários no Porto
de Setúbal, alguns arrastando consigo perto de 20 anos de precariedade - os
grilhões do século XXI.
Quanto aos partidos de direita -
a oposição - assiste-se ao espectáculo deplorável apresentado pela líder do
CDS, ora mostrando uma realidade inexistente, ora esquecendo convenientemente
os anos de ministra no Governo de Passos Coelho. E o PSD vai fingindo saber o
que faz, enquanto boa parte das hostes laranjinhas aguardam ansiosamente pelo
regresso do Messias Pedro Passos Coelho - o grandioso Pedro que voltará para
correr com a esquerda do poder e aplicar as receitas neoliberais. Até lá, não
há oposição. O CDS não chega, é demasiado poucochinho em todas as acepções da
palavra e o PSD simplesmente não existe.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão 27.12.18
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