Via Notícias ao Minuto podemos ler sobre o que afirma Joana Marques Vidal, ex-PGR, acerca do material de guerra que foi roubado em Tancos e depois "apareceu no mato" ribatejano. Era aquele todo o material roubado? Duvidemos. O que a ex-PGR diz pode ler a seguir. Pelo PG temos também opinião e ouvimos zunszuns - são tantos. Desfrute.
O "roubo de Tancos", como é vulgarmente conhecido - podridão que emergiu - está por ser desvendado para o setor da justiça e para os cidadãos portugueses, contudo existem militares que sabem perfeitamente o que aconteceu e porque aconteceu, só não optando por revelar porque o "espírito de grupo", a "camaradagem" e o "segredo alma do negócio" - neste caso -, assim como futuras represálias aos "bufos" impedem que a divulgação das teias do crime (pelo menos) passe a ser de conhecimento da justiça e dos portugueses em geral. Vimos que a própria Polícia Judiciária Militar está a encobrir algo e que age ilegalmente, pelo visto até age criminosamente. E para que querem os portugueses uma PJM assim? E porque não é feita uma "razia" nas Forças Armadas, "sacudindo" e "higienizando" a instituição militar? Só eles - os interessados em manter a podridão - sabem porque tudo continua na mesma, ou seja: um setor das FA à parte, decerto criminoso e parasita. (PG)
Tancos:
Joana Marques Vidal acusa PJ Militar de agir ilegalmente
A
antiga procuradora-geral da República Joana Marques Vidal revelou hoje que a
Polícia Judiciária Militar (PJM) atuou de forma ilegal no processo que levou ao
"achamento" do material militar furtado dos paióis de Tancos, em 2017.
PJM
"fez diligências" e prosseguiu uma "investigação criminal quando
não tinha competência para isso", pois "estava entregue à PJ [Polícia
Judiciária]", afirmou Joana Marques Vidal na comissão de inquérito ao
furto de Tancos, em junho de 2017, na Assembleia da República, em Lisboa.
Ao
longo da audição, a procuradora em funções à data do furto chegou a dizer, por
diversas vezes, que os inspetores da PJM "não têm formação", não
conhecem o Código de Processo Penal "nem interiorizaram" qual a sua
missão nesta investigação, que era liderada pela PJ e pelo Ministério Público.
"Denota
alguma leitura não adequada da lei e das suas obrigações", afirmou a
antiga procuradora-geral da República (2012-2018), recordando que a PJM é um
órgão de polícia criminal que "tem de obedecer ao Ministério Público nos
processos em que intervém", o que não aconteceu.
"Dado
que a competência da investigação era do Departamento Central de Investigação e
Ação Penal (DCIAP), coadjuvado pela PJ, a PJM não tinha competência para fazer
qualquer diligência de investigação sem comunicar ao Ministério Público e à
Polícia Judiciária", afirmou, em resposta ao deputado do Bloco de Esquerda
João Vasconcelos.
Joana
Marques Vidal relatou que, no dia em que se soube do reaparecimento de parte do
material furtado, que soube através do comunicado da PJM, tentou por diversas
vezes contactar o diretor desta polícia, Luís Vieira.
Tanto
Marques Vidal como Amadeu Guerra, à data diretor do DCIAP, tentaram falar com
Luís Vieira, deixando recados na sede da polícia, ligando para o telemóvel ou
através de 'SMS', sem sucesso.
Por
isso, Joana Marques Vidal ligou ao então ministro da Defesa Nacional, Azeredo
Lopes, para protestar contra a atitude de Luís Vieira.
Azeredo
Lopes, que "estava bastante feliz por terem aparecido as armas",
disse-lhe que "ia ter isso em atenção", o protesto, e que iria falar
com o militar que dirigia a PJM e mais tarde detido no processo. E confessou
hoje, com ironia, que ela também "ficaria feliz" se soubesse quem
tinha roubado o material militar de Tancos.
A
antiga procuradora não sabe o resultado das diligências do antigo ministro, mas
sabe que nunca Luís Vieira lhe devolveu a chamada, nem a ela nem a Amadeu
Guerra, confessou.
"Nem
nesse dia nem nunca", descreveu.
O
furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de
Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017 e parte do equipamento foi
recuperado quatro meses depois.
O
caso ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa
operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da
Polícia Judiciária Militar e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação
do material em conivência com o presumível autor do crime.
Este
processo levou à demissão, em 2018, do ministro da Defesa Nacional, José
Azeredo Lopes, e do chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte.
A
comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto de
material militar em Tancos, pedida pelo CDS-PP, vai decorrer até junho de 2019,
depois de o parlamento prolongar os trabalhos por mais 90 dias.
Na
sua audição na comissão de inquérito, em março, Rovisco Duarte garantiu que não
se demitiu por causa do furto de Tancos e negou ter recebido pressões da parte
do Governo para exonerar os cinco comandantes das unidades responsáveis pela
segurança dos paióis.
Lusa
| em Notícias ao Minuto | Foto: Global Imagens
Ex-PGR
confirma denúncia sobre risco de "ações" 4 meses antes do furto
A
ex-procuradora-geral da República (PGR) confirmou hoje a denúncia anónima,
quatro meses antes do furto de Tancos, que alertava para eventuais
"ações" na "zona centro do país", eventualmente em
instalações militares, e que foi "arquivada" pelo juiz Ivo Rosa.
Na
audição na comissão parlamentar de inquérito ao furto de Tancos, ocorrido em
junho de 2017, Joana Marques Vidal afirmou que essa denúncia passou por três
juízes, no Porto e Leiria, que se declararam "incompetentes" para
decidir, e no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).
No
TCIC, segundo relatou a antiga procuradora-geral, o juiz Ivo Rosa considerou
que se tratava de indícios "demasiado vagos" para se avançar numa
investigação que passariam por ações intrusivas, como escutas, por exemplo.
Questionada
por Telmo Correia, CDS-PP, e Ricardo Bexiga, do PS, sobre se o curso dos
acontecimentos não teria sido diferente se tivesse sido investigada esta
denúncia, Joana Marques Vidal admitiu essa probabilidade, embora também tenha
dito que hoje, depois de ser saber o que se passou em Tancos, é "mais
fácil" ter uma opinião, formar juízos.
E
recordou, por duas vezes, que a denúncia mencionava uma "ação em zonas do
centro do país, relacionada com material que podia estar armazenado em instalações
militares", com "elementos demasiadamente superficiais" e
"pouco credíveis".
O
furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de
Tancos, foi noticiado em 29 de junho de 2017 e parte do equipamento foi
recuperado quatro meses depois.
O
caso ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa
operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da
Polícia Judiciária Militar e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação
do material em conivência com o presumível autor do crime.
Este
processo levou à demissão, ainda em 2018, do ministro da Defesa Nacional, José
Azeredo Lopes, e do chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte.
A
comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto de
material militar em Tancos, pedida pelo CDS-PP, vai decorrer até junho de 2019,
depois de o parlamento prolongar os trabalhos por mais 90 dias.
Lusa
| em Notícias ao Minuto | Foto: Global Imagens
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