Cavaco Silva, na sua intervenção
na apresentação do livro “A Reforma das Finanças Públicas em Portugal”, de
Joaquim Sarmento, porta-voz do Conselho Estratégico Nacional do PSD, demonstrou
não só não ter ainda digerido a solução política saída das últimas eleições
legislativas, mas também que continua zangado com o travão imposto à
política de anteriores governos, em particular do Governo PSD/CDS, designadamente
no que se refere aos cortes nos direitos e rendimentos dos portugueses.
O ex-Presidente da
República manifestou-se contra a redução do IVA da restauração e a redução
do horário semanal da função pública para 35 horas, sublinhando que «o
benefício concedido ao sector da restauração está a ser pago pelos utentes do
SNS sob a forma da degradação da qualidade dos serviços que são prestados aos
utentes».
Cavaco Silva, na sua intervenção
não mencionou o facto de a degradação do Serviço Nacional de Saúde, da Escola
Pública e de outros serviços públicos essenciais se ficar a dever à
política de privatização de empresas públicas como a BRISA, a EDP, a GALP, a
REN e a PT, de que foi um indefectível animador.
A título de exemplo, importa
sublinhar que, só em 2017, a
soma dos lucros da EDP, da REN e da GALP ascenderam a perto de 3 mil milhões de
euros.
A propósito, relembrar que o
anterior Governo PSD/CDS, a par de um enorme aumento de impostos sobre os
rendimentos do trabalho, promoveu uma brutal redução de impostos para as
empresas, particularmente para aquelas com lucros muito elevados. A
taxa normal do IRC passou de 25% para 23% em 2014, voltando a descer
para 21% em 2015, com a intenção de a colocar abaixo dos 19% e eliminar a
derrama estadual, caso se tivesse mantido em funções, como desejava Cavaco
Silva.
Abril Abril
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